terça-feira, 30 de abril de 2013

Era uma vez, há muito, muito tempo, a Internet…

o primeiro web site

Não se explica o princípio de Internet só com um facto e uma data, mas o primeiro website era ASSIM. Faz agora 20 anos. Parabéns… a nós.

Mais explicações aqui.

Há guerras justas?

Da disciplina de Ciência Política (uma opção do 12º ano, nos cursos científico humanísticos) faz parte a discussão de problemas filosóficos, um exemplo disso é o problema da guerra. Se quiserem saber mais sobre o assunto, podem consultar o blogue Homo politicus, em que disponibilizo os recursos utilizados nessas aulas.

Um exemplo de uma actividade é a que se segue.

No dia 1 de Setembro de 1939, os alemães invadiram a Polónia. Dois dias mais tarde, a França e a Grã Bretanha declararam guerra à Alemanha, inicia-se assim a  2ª Guerra Mundial.

Dois políticos ingleses, o chefe de Estado (o rei Jorge VI) e o primeiro ministro (Winston Churchill)  proferiram dois discurso históricos, explicando à população os motivos que levavam o país a entrar neste conflito.

Serão os argumentos a favor da guerra, presentes nestes discursos, aceitáveis do ponto de vista ético?

 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Não, não estamos no centro do Universo!

Conforme é muito bem explicado no episódio 1 do documentário televisivo A História da Ciência, a descoberta de que não estamos no centro do Universo perturbou muitas pessoas nos séculos XVI e XVII. Depois, já no século XX, a descoberta de que o Universo é imensamente grande e está em expansão (pelo que, em princípio, não tem sequer centro) perturbou ainda algumas pessoas, que se sentiram desconfortáveis com o facto de vivermos num pontinho insignificante dessa imensidão.

Mas o facto de vivermos num pontinho insignificante implicará que nós próprios somos insignificantes?

Este vídeo não responde a essa questão, mas ajuda a perceber como é realmente pequeno o lugar onde decorre a existência humana.

Sugestão da Patrícia Pacheco, do 11º D, feita aqui.

Novos manuais de Filosofia em Faro

Os autores dos manuais de Filosofia que usamos atualmente na Pinheiro e Rosa têm novos projetos para o 10º ano. Alguns deles virão a Faro, no próximo sábado, dia 4 de Maio, pelas 9.15 para apresentar os seus novos manuais.

Local: Hotel Eva.

Os manuais em causa são:

50 Lições de Filosofia, de Aires Almeida, Célia Teixeira e Desidério Murcho.

Filosofia – 10º ano, de Luís de Sousa Rodrigues.

Para se inscrever veja aqui.

50 lições filosofia novo manual de filosofia filosofia 10º ano luis rodrigues novo manual

domingo, 28 de abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O falsificacionismo de Karl Popper

Karl Popper

1. Indução

Uma linha de resposta bastante diferente para o problema da indução deve-se a Karl Popper. Popper olha para a prática da ciência para nos mostrar como lidar com o problema. Segundo o ponto de vista de Popper, para começar a ciência não se baseia na indução. Popper nega que os cientistas começam com observações e inferem depois uma teoria geral. Em vez disso, primeiro propõem uma teoria, apresentando-a como uma conjectura inicialmente não corroborada, e depois comparam as suas previsões com observações para ver se ela resiste aos testes. Se esses testes se mostrarem negativos, então a teoria será experimentalmente falsificada e os cientistas irão procurar uma nova alternativa. Se, pelo contrário, os testes estiverem de acordo com a teoria, então os cientistas continuarão a mantê-la não como uma verdade provada, é certo, mas ainda assim como uma conjectura não refutada.

Se olharmos para a ciência desta maneira, defende Popper, então veremos que ela não precisa da indução. Segundo Popper, as inferências que interessam para a ciência são refutações, que tomam uma previsão falhada como premissa e concluem que a teoria que está por detrás da previsão é falsa. Estas inferências não são indutivas, mas dedutivas. Vemos que um A é não-B, e concluímos que não é o caso que todos os As são Bs. Aqui não há hipótese de a premissa ser verdadeira e a conclusão falsa. Se descobrirmos que um certo pedaço de sódio não fica laranja quando é aquecido, então sabemos de certeza que não é o caso que todo o sódio aquecido fica laranja. Aqui o facto interessante é que é muito mais fácil refutar teorias do que prová-las. Um único exemplo contrário é suficiente para uma refutação conclusiva, mas nenhum número de exemplos favoráveis constituirá uma prova conclusiva.

2. Falsificabilidade

Assim, segundo Popper, a ciência é uma sequência de conjecturas. As teorias científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas. No entanto, esta maneira de ver a ciência suscita uma questão óbvia: se as teorias científicas são sempre conjecturais, então o que torna a ciência melhor do que a astrologia, a adoração de espíritos ou qualquer outra forma de superstição sem fundamento? Um não-popperiano responderia a esta questão dizendo que a verdadeira ciência prova aquilo que afirma, enquanto que a superstição consiste apenas em palpites. Mas, segundo a concepção de Popper, mesmo as teorias científicas são palpites — pois não podem ser provadas pelas observações: são apenas conjecturas não refutadas.

Popper chama a isto o "problema da demarcação" — qual é a diferença entre a ciência e outras formas de crença? A sua resposta é que a ciência, ao contrário da superstição, pelo menos é falsificável, mesmo que não possa ser provada. As teorias científicas estão formuladas em termos precisos, e por isso conduzem a previsões definidas. As leis de Newton, por exemplo, dizem-nos exactamente onde certos planetas aparecerão em certos momentos. E isto significa que, se tais previsões fracassarem, poderemos ter a certeza de que a teoria que está por detrás delas é falsa. Pelo contrário, os sistemas de crenças como a astrologia são irremediavelmente vagos, de tal maneira que se torna impossível mostrar que estão claramente errados. A astrologia pode prever que os escorpiões irão prosperar nas suas relações pessoais à quinta-feira, mas, quando são confrontados com um escorpião cuja mulher o abandonou numa quinta-feira, é natural que os defensores da astrologia respondam que, considerando todas as coisas, o fim do casamento provavelmente acabou por ser melhor. Por causa disto, nada forçará alguma vez os astrólogos a admitir que a sua teoria está errada. A teoria apresenta-se em termos tão imprecisos que nenhumas observações actuais poderão falsificá-la.

3. Ciência e pseudociência

O próprio Popper usa este critério de falsificabilidade para distinguir a ciência genuína não só de sistemas de crenças tradicionais, como a astrologia e a adoração de espíritos, mas também do marxismo, da psicanálise e de várias outras disciplinas modernas que ele considera negativamente como "pseudo-ciências". Segundo Popper, as teses centrais dessas teorias são tão irrefutáveis como as da astrologia. Os marxistas prevêm que as revoluções proletárias serão bem sucedidas quando os regimes capitalistas estiverem suficientemente enfraquecidos pelas suas contradições internas. Mas, quando são confrontados com revoluções proletárias fracassadas, respondem simplesmente que as contradições desses regimes capitalistas particulares ainda não os enfraqueceram suficientemente. De maneira semelhante, os teóricos psicanalistas defendem que todas as neuroses adultas se devem a traumas de infância, mas quando são confrontados com adultos perturbados que aparentemente tiveram uma infância normal dizem que ainda assim esses adultos tiveram que atravessar traumas psicológicos privados quando eram novos. Para Popper, estes truques são a antítese da seriedade científica. Os cientistas genuínos dirão de antemão que descobertas observacionais os fariam mudar de ideias, e abandonarão as suas teorias se essas descobertas se realizarem. Mas os teóricos marxistas e psicanalistas apresentam as suas ideias de tal maneira, defende Popper, que nenhumas observações possíveis os farão alguma vez modificar o seu pensamento.

David Papineau, "Methodology" em A. C. Grayling (org.), Philosophy: A Guide Through the Subject, Oxford University Press, 1998 (Tradução de Pedro Galvão).

Fonte:  A Arte de Pensar.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Aula de apoio: temos livre-arbítrio?

CASPAR DAVID FRIEDRICH Caspar David Friedrich

Amanhã, na aula de apoio para o exame de Filosofia, o tema será o livre-arbítrio.

Na sala 206, das 14.25 às 15.15.

25 de Abril: Cartazes políticos na ESPR

Na ESPR (junto à entrada da biblioteca e no âmbito da disciplina de Ciência Política) está patente uma pequena exposição de cartazes políticos relacionados com a ditadura e com a revolução do 25 de Abril de 1974.
A questão deixada ao espectador é:
 
Fizemos o quê com a liberdade conquistada?
 
Um dado, talvez importante, que o leitor deve considerar na sua reflexão: nas primeiras eleições livres (1975) a taxa de abstenção foi de 8,5 nas últimas eleições legislativas (2011) a a abstenção foi de 41,9. Os dados são do site da PORDATA.
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A tolerância não implica o relativismo

muçulmanos e católicos

Na sequência do post O que é a tolerância?, vou agora defender que sermos tolerantes não nos obriga a ser relativistas.

O relativismo cultural

Segundo o relativismo cultural, o bem e o mal são relativos a cada cultura: o bem é aquilo que é socialmente aprovado e o mal é aquilo que é socialmente reprovado[i]. Assim, se uma ação for aprovada pela maioria das pessoas da sociedade X, essa ação é moralmente correta – para as pessoas da sociedade X. Se essa mesma ação for reprovada pela maioria das pessoas da sociedade Y, essa ação é moralmente incorreta – para as pessoas da sociedade Y. Essa ação não é correta ou correta em si mesma, a sua correção ou incorreção depende da perspetiva cultural dos agentes. Na moralidade não existe o “em si mesmo”.

A verdade ou falsidade dos juízos morais não é, portanto, objetiva, mas sim culturalmente relativa. Uma afirmação como “O casamento de crianças é moralmente errado” não é simplesmente verdadeira ou falsa: é verdadeira nas sociedades que aprovam essa prática e é falsa nas sociedades que a desaprovam.

De acordo com o relativismo cultural, não há diferença entre as pessoas de uma certa sociedade acreditarem que algo é certo ou errado e isso ser realmente certo ou errado, pois é essa crença coletiva que estabelece o que é moralmente certo e o que é moralmente errado.

Os costumes de uma sociedade não são melhores nem piores do que os de outra sociedade, são apenas diferentes. E isso não sucede apenas a alguns costumes, mas sim a todos. Considerar que uns são melhores que outros implicaria um critério neutro de avaliação, um critério transcultural válido para as várias culturas, mas esse critério – segundo o relativismo cultural - não existe [ii].

Por isso, segundo o relativismo cultural criticar os costumes de outra sociedade é uma atitude arrogante e intolerante. E etnocêntrica. Etnocentrismo é o nome que nas ciências sociais se dá à valorização excessiva da própria cultura e ao desprezo pelas outras culturas. Assim, quem hoje critica a lapidação ou a excisão faz algo que é equivalente ao comportamento dos europeus que, há séculos atrás, chamavam “selvagens” aos africanos e aos índios, reprimiam os seus costumes e impunham-lhes os costumes europeus.

Fazer essas críticas em nome dos direitos humanos não permite, segundo o relativismo cultural, escapar ao etnocentrismo, pois os direitos humanos não exprimem valores universais, mas sim ocidentais. Por exemplo, a igualdade de direitos entre homens e mulheres não é uma ideia que faça, ou possa vir a fazer, sentido em qualquer sociedade. Motivada por essas ideias relativistas, a Associação Antropológica Americana criticou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, ainda antes da sua aprovação pela ONU em 1948, acusando-a de conter um etnocentrismo “subtil” [iii].

O sociólogo americano William Graham Sumner resumiu as ideias do relativismo cultural de modo muito claro e revelador:

A maneira “certa” é a maneira que os antepassados utilizavam e nos foi transmitida. A tradição é a sua própria garantia. (…) A noção do que está certo está nos hábitos do povo. Não reside além deles, não provém de origem independente, para os pôr à prova. O que estiver nos hábitos populares, seja o que for, está certo. (…) Quando abordamos os hábitos populares a nossa análise chega ao fim. [iv]

A tolerância não implica o relativismo

As ideias relativistas são defendidas nalguns meios académicos, nomeadamente na área das ciências sociais, mas também fora dos meios académicos, por vezes por pessoas que não sabem bem o que é o relativismo, mas que acreditam que todas as opiniões – nomeadamente no campo da moral - valem o mesmo. Para essas pessoas tolerar parece consistir em não achar nada falso ou errado. Identificam a tolerância com o “respeito” por todas as opiniões e abdicam de avaliar se são verdadeiras ou falsas. Consideram que avaliar as opiniões dos outros e exprimir as próprias opiniões com convicção revela arrogância e intolerância. A ideia de que não se deve criticar os costumes alheios, pois isso seria uma falta de respeito, parece-lhes uma enorme evidência.

Contudo, ser tolerante não implica ser relativista. Por várias razões, das quais vou apresentar três.

1. A tolerância não nos impede de ter convicções e de, eventualmente, achar erradas as convicções das outras pessoas, apenas nos impede de impor pela força física ou psicológica as nossas convicções. Por isso, a tolerância não nos impede de comparar os costumes das diferentes sociedades nem de considerar que, eventualmente, alguns são melhores que outros. Ou seja: a tolerância não nos impede de pensar.

Convém acrescentar que o resultado da comparação não é necessariamente favorável aos nossos próprios costumes: pode perfeitamente suceder que alguém descubra que um certo costume da sua sociedade é pior, por exemplo em termos morais, que um costume estrangeiro alternativo.

A tolerância não só não nos impede de considerar que as pessoas cujos costumes toleramos estão erradas, como, pelo contrário, pressupõe isso – pois consiste precisamente em aceitar que os outros digam e façam coisas que achamos erradas. Sendo assim, o relativismo esvazia de sentido a tolerância, pois diz que no fundo ninguém está errado e que, do seu próprio ponto de vista, todos têm razão, não sendo nenhum ponto de vista melhor que outro. Ora, a tolerância consiste em aceitar a existência de algo que consideramos errado e não em deixar de pensar que isso é errado. Se o relativismo fosse verdadeiro não haveria propriamente nada para tolerar [v].

Quero sublinhar um aspeto. Dizer que na moralidade nem tudo é relativo não é sinal de arrogância intelectual. Defender essa ideia não consiste em dizer “nós estamos certos e eles estão errados”, mas sim que é possível alguém estar objetivamente certo e alguém estar objetivamente errado – nós ou eles. Ou seja: não se trata de defender que nós é que temos a verdade no bolso e que nós é que sabemos tudo, mas sim de recusar a ideia de que nenhum dos lados pode estar errado.

2. A tolerância pressupõe que discordamos das pessoas cujas ideias ou ações toleramos, mas será intolerante dar expressão pública a esse desacordo? Quando toleremos um certo costume deveremos abster-nos de o criticar publicamente? A tolerância será incompatível com a crítica? Vimos que a tolerância nos deixa pensar – mas deixar-nos-á falar? Por exemplo: se um português disser a um saudita que a poligamia é errada pois implica uma desigualdade de direitos entre homens e mulheres, estará a ser intolerante? Penso que não. Contrariamente ao que defende o relativismo cultural, a tolerância não é incompatível com a crítica.

Se a tolerância fosse incompatível com a crítica seria também incompatível com a liberdade de expressão, o que é muito pouco plausível, para não dizer absurdo, pois isso significaria que concedíamos liberdade e direitos aos outros à custa da nossa própria liberdade e direitos.

Quando toleramos abstemo-nos de impor e reprimir, abdicamos de interferir negativamente. Mas criticar uma certa ideia e defender uma ideia alternativa não pode ser visto como repressão nem como imposição, a menos que se recorra à violência física ou psicológica. Caso não seja acompanhada de agressões, ameaças ou chantagens, a argumentação não pode ser vista como uma forma de força. A argumentação racional é, pelo contrário, um diálogo: discordamos de uma pessoa e damos-lhe simultaneamente a possibilidade de discordar de nós, tentamos convencê-la e permitimos que ela nos tente convencer a nós. Criticar, no contexto da argumentação racional, não é ofensivo nem desrespeitoso e não deve fazer parte das coisas que uma pessoa se abstém de fazer por ser tolerante. A crítica não conta como interferência. Criticar não é, portanto, um ato intolerante. Assim, se um português disser a um saudita que discorda da poligamia e tente civilizadamente convencê-lo a mudar de opinião não estará a agir contra a tolerância.

A ideia, muito comum, de que a tolerância consiste em “respeitar as opiniões das pessoas” presta-se a equívocos. O que deve ser respeitado não são as opiniões em si mesmas (ou seja, o seu conteúdo cognitivo), mas sim a sua existência e livre expressão. Respeitar o conteúdo das opiniões que consideramos falsas seria impedirmo-nos de pensar, ou pelo menos de dizer, que essas opiniões são falsas – o que seria uma forma de autocensura e impediria o livre exercício do pensamento. Criticar uma opinião que consideramos falsa não nos impede de a tolerar nem constitui um desrespeito para com os seus defensores, com quem nos disponibilizamos para debater. Desidério Murcho exprimiu essa ideia deste modo: “tolerar é tolerar humanamente, não é tolerar epistemicamente” [vi]. Neste contexto, vale também a pena recordar a célebre afirmação atribuída a Voltaire: “Discordo do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo”.

3. O relativismo cultural não distingue entre costumes com relevância moral e costumes sem relevância moral, uma vez que o que importa é a aprovação social. Desde que esta exista, a excisão tem tanta legitimidade como as regras relativas ao horário das refeições ou aos talheres usados durante as mesmas. Como disse William Sumner, “O que estiver nos hábitos populares, seja o que for, está certo”. Sublinho o “seja o que for”. Se concordarmos com o relativismo cultural ficamos intelectualmente paralisados e impedidos de pensar sobre os costumes sociais, pois estes são vistos como dogmas, como algo que não pode ser analisado nem questionado. E, mais uma vez, as palavras de William Sumner são reveladoras: “Quando abordamos os hábitos populares a nossa análise chega ao fim.

Essa maneira de pensar não permite perceber bem a tolerância. Como mostrei no post O que é a tolerância?, esta supõe diversas distinções. É preciso distinguir entre aquilo que consideramos moralmente correto e o que consideramos moralmente incorreto mas tolerável. Depois é preciso distinguir entre o tolerável e o intolerável. Por exemplo: A obrigação, existente nalgumas sociedades e grupos islâmicos, das mulheres taparem rosto com um véu é correta, incorreta mas tolerável ou intoleravelmente errada? E, para continuar com exemplos atuais, tem sentido fazer as mesmas perguntas acerca de práticas como a excisão e a lapidação.

A atitude acrítica promovida pelo relativismo cultural não permite analisar e discutir esses casos, pois para essa teoria tudo o que há a dizer é que são práticas aprovadas nalgumas comunidades pelo que, para elas, são corretas. O relativismo cultural, ao considerar a mera aprovação social como critério do bem moral, faz essas distinções desaparecerem e impede-nos portanto de distinguir entre casos que, independentemente do modo como os julgarmos moralmente, se apresentam à partida como muito diferentes e com um impacto muito diferente na vida das pessoas. As consequências de usar um véu que tapa apenas os cabelos e o pescoço são diferentes das consequências de usar um véu integral que só deixa à vista os olhos e são ainda mais diferentes das consequências da excisão, que por sua vez são menos drásticas que as consequências da lapidação. No entanto, para o relativismo cultural todos esses costumes estão em pé de igualdade em termos de legitimidade nas comunidades em que a maioria das pessoas os aprova. Identificar a tolerância com essa aceitação indiscriminada e acrítica das diferenças culturais impede-nos de perceber as próprias diferenças culturais e impede qualquer debate sobre elas. O que, no mínimo, não é nada tolerante.

Por isso, a tolerância não só não implica o relativismo cultural, como, pelo contrário, parece ser incompatível com ele.

Notas:

[i] Gensler, Harry, “Ética e Relativismo Cultural”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/fil_relatcultural.html

[ii] Rachels, James, Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2004, pág. 35 e ss.

[iii] Pojman, Louis, Terrorismo, Direitos Humanos e a Apologia do Governo Mundial, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2007, pág. 148.

[iv] Rachels, James, Ibid., pág. 36.

[v] Murcho, Desidério, “Ética e direitos humanos”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/html/valoresrelativos.html.

[vi] Murcho, Desidério, “Tolerância e ofensa”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/html/ed_118.html

O parlamento visto por dentro

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No passado dia 26 de fevereiro, os alunos da turma 12ºE e 11ºD, acompanhados pelos professores Carlos Pires, Dina Ferreira, Joaquim Rodrigues, Regina Jerónimo e Sara Raposo, visitaram o edifício da Assembleia da República, em Lisboa.
 

Os alunos Cátia Silva, Sofia Cabrita, Rafael Fonseca (do 11º D) e Ana Sofia Cadete do 12º E, ficaram com a tarefa de fazer uma reportagem fotográfica. Os slides anteriores são uma montagem dos diferentes dos locais e momentos que eles registaram. Obrigada a todos!
 
Seguem-se alguns dos trabalhos, realizados pelas alunas Fátima Costa e Ana Sofia Cadete do 12ºE, sobre a visita guiada ao Parlamento. As fotos são dos alunos do 11º D, referidos anteriormente.
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A guia da visita começou por nos explicar a história do Palácio de S. Bento - desde o seu funcionamento no século XVII, como mosteiro da ordem religiosa dos beneditinos (a quem o edifício deve o seu nome) - até à sua função atual, local onde funciona um dos principais órgãos institucionais da democracia portuguesa: o parlamento.
 
Tivemos oportunidade de visitar vários locais do palácio e foram-nos dadas as conhecer a função específica de cada um deles, por exemplo: a Sala dos Passos Perdidos e Sala das Sessões. Além disso, em cada um destes locais, foram-nos transmitidas informações acerca de algumas das obras de arte aí presentes, como pinturas ou esculturas, por exemplo. Uma curiosidade interessante em relação ao nome da sala dos Passos Perdidos é que esta deve, originalmente, o seu nome ao facto de antes do regime democrático, as pessoas terem de esperar muito tempo para falar com os responsáveis políticos e, por isso, caminhavam de um lado para outro, sem direção (passos perdidos) para ver se o tempo de espera passava mais depressa. Hoje em dia é nesta sala - que antecede a sala das sessões (aquela onde ocorrem os debates políticos com a presença dos deputados de todos os partidos) os jornalistas continuam a ter de esperar (às vezes também muito tempo) para entrevistar os políticos.
 
Sem dúvida que o local de maior agrado e curiosidade foram as salas da Assembleia conhecidas como a Sala do Senado e a Sala das Sessões. É nestas salas que as grandes decisões políticas, que afectam a vida de todos os cidadãos, são tomadas. A Sala das Sessões – aquela costumamos ver mais na televisão - é muito mais pequena do que a imagem televisiva sugere e os deputados encontram-se bastante mais próximos fisicamente do que parece, é nela que se realizam as sessões parlamentares, as sessões solenes (como a do dia 25 de Abril), se votam os projetos de lei e as propostas de lei, etc. Foi dada aos alunos e professores, a oportunidade de se sentarem nos lugares normalmente ocupados pelos deputados e de ouvir uma explicação acerca do funcionamento do parlamento: as suas principais funções, as forças partidárias representadas, os mecanismos legais que os cidadãos têm ao seu dispor levar os deputados a analisar ou rever certas leis já em vigor, por exemplo.
 
No final, a guia respondeu, com bastante clareza, a todas as questões, dúvidas e pedidos de esclarecimento apresentados pelos alunos e professores.
Nesta visita ficamos a conhecer melhor o funcionamento de um dos órgãos de soberania mais importantes da democracia portuguesa. Julgo que é relevante os alunos contactarem com informações e locais relacionados com a política. No nosso país, as pessoas, nomeadamente os jovens, têm pouco interesse e pouca informação em relação a assuntos relacionados com a política e participam pouco na vida cívica, às vezes porque desconhecem como o podem fazer. Ter acesso ao edifício da Assembleia e informações sobre o seu funcionamento, é uma boa maneira de aproximar os jovens da política e, eventualmente, cativar o seu interesse.
Fátima Costa, 12ºE
 
Platão dizia que “o preço a pagar pela não participação na política é ser governado por quem é inferior”. De facto, se os cidadãos não se informarem sobre as decisões políticas e participarem criticamente, a qualidade da democracia pode ser melhorada e o risco de sermos governados por políticos incompetentes diminui. Assim, quando a professora nos informou da visita de estudo à Assembleia da República, pensei logo que íamos conhecer não só um sítio histórico, como o local onde os nossos governantes atuais tomam as decisões políticas fundamentais.
 
Do exterior, o edifício do parlamento deixa-nos assombrados pelo seu tamanho e pela sua beleza. À porta encontravam-se dois guardas, vestidos de uma forma interessante, e que eram extremamente simpáticos, eles até permitiram que lhes tirássemos fotos. Antes de entrarmos no interior da Assembleia passámos por uma máquina que verificou se não trazíamos connosco nenhuma objeto que pudesse interferir na segurança ou na integridade do espaço que íamos visitar. A guia já estava à nossa espera para nos mostrar e dar a conhecer os cantos da Assembleia da República.
 
Começamos no átrio e, enquanto olhávamos à volta, as palavras da guia fizeram a história do edifício chegar até nós. O Palácio de São Bento ao longo de anos sofreu várias alterações. Antigamente não se chamava palácio mas sim, Mosteiro Beneditino ou também Convento de São Bento da Saúde e foi inicialmente mandado construir por Baltazar Álvares. A guia explicou-nos que o palácio é do estilo neoclássico e que no interior contém obras de arte de diferentes épocas da história de Portugal. Ao longo do tempo, sua construção e preservação enfrentou vários problemas, tal como o terramoto de 1755 que danificou grande parte do palácio.
 
Depois, dirigimo-nos para o interior do Palácio e entramos em salas como o Salão Nobre, onde vimos pinturas a retratar a época dos descobrimentos e personagens marcantes dessa época, como Vasco da Gama. Pela Sala do Senado passa parte da história do nosso país, foi inaugurada em 1867, no reinado de D. Luís, cujo retrato ainda hoje se encontra ao cimo da mesa da presidência. A designação de Sala do Senado apenas lhe foi atribuída no período da I República. Hoje em dia é uma sala que é usada, frequentemente, para reuniões e para receber comissões ou para certas sessões como a do Parlamento dos Jovens.
 
O meu espaço preferido foi a Sala das Sessões. É nela que se reúnem todos os deputados eleitos nesta legislatura, sob a presidência de Assunção Esteves, a primeira mulher que ocupa este cargo (a segunda figura do Estado, logo a seguir ao Presidente da República). Nesse local foram-nos recordados conhecimentos como o número atual de deputados (230) e os principais traços arquitetónicos e estéticos da sala. O facto de poder sentar-me no sítio onde os deputados se sentam, fez-me alterar a ideia que tinha daquele lugar: na televisão temos a sensação que se trata de algo distante e inalcançável, na visita pude perceber que não é assim e qualquer um de nós, pode, se quiser e reunir certas condições, candidatar-se para desempenhar as funções de deputado no parlamento.
 
Por fim, ao sair da Sala das Sessões passamos pela Sala dos Passos Perdidos: o grande centro de encontros e desencontros entre os deputados, os membros de governo e os jornalistas.
 
O mais interessante desta visita foi a interacção entre a guia, os professores e os alunos, pois estes foram colocando questões à medida que visitavam o palácio. Foi uma experiência inacreditável que desvendou, para mim, vários mistérios causados pelo meu desconhecimento em relação a vários assuntos e me permitiu aplicar informações transmitidas nas aulas de várias disciplinas.
As pessoas deveriam ter mais interesse em visitar um sítio tão importante na nossa história presente e passada, e tão relevante no contexto da vida económica, política e social de Portugal. Sabem que toda a gente o pode fazer? É uma vista a não perder!
Ana Sofia Cadete, 12º E

Uma viagem no tempo através da figuração humana

A propósito da visita de estudo realizada ao Museu Gulbenkian, no dia 26 de fevereiro, os alunos realizaram trabalhos. Eis alguns deles:

      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Egipto, princípio da época ptolomaica (305-200 a.C.). Mais informações no site do museu,  AQUI.

“Quem não sabe prestar contas de três milénios permanece nas trevas ignorante, e vive o dia que passa.”

                                                                                                                                                                         Goethe

Depois de ter visitado a exposição “Diferentes retratos, diferentes culturas”, no Museu Gulbenkian, lembrei-me da citação acima referida, que tinha lido no livro “O Mundo da Sofia”. Sempre que entro num museu apercebo-me da possibilidade que estes dão (pelo menos alguns e o da Gulbenkian é um deles) às pessoas de recuar no tempo e conhecer sociedades diferentes. Na verdade, como refere Goethe, sem o conhecimento do passado não podemos compreender corretamente factos históricos e acontecimentos do presente. O museu Gulbenkian permite, a quem quiser saber mais, fazer esta viagem no tempo.

Nesta visita tivemos a oportunidade de “contactar”, por exemplo, com obras de arte do antigo Egipto, ficámos a conhecer um pouco melhor a  sociedade, a escrita, a economia e  a religião.

Descobrimos também várias curiosidades sobre o islão, desde o tipo de decoração das mesquitas até à forma de higiene antes das orações.

Através da observação e interpretação de algumas pinturas em vasos e num biombo, conseguimos recolher informação acerca da sociedade chinesa, nomeadamente a hierarquia social vigente na época. É curioso como um olhar, mais atento e esclarecido (pela guia da visita), para um simples vaso, nos pode fornecer tanta informação…

Tivemos também acesso a quadros valiosos e realmente magníficos. Ao observá-los, podemos constar  como acontecimentos idênticos (do dia a dia e da religião, por exemplo) são vivenciados e representados de forma diferente, consoante a época histórica, a sociedade e a cultura de cada povo. Por outro lado, o olhar do artista não pode deixar de ser condicionado pela época em que viveu: pelos conhecimentos do seu tempo (científicos) e pelas ideias e valores, vários quadros observados mostraram-nos isso mesmo.

Concluindo, em 60 minutos, posso afirmar que fizemos uma viagem no tempo. Descobrimos como foi entendida a ideia de retrato em épocas diferentes, desde um período histórico em que a representação da figura humana não estava associada à ideia de individualidade (como no antigo Egipto e na Grécia antiga) até à atualidade.

Vale a pena fazer esta viagem no Museu Gulbenkian!

Maria Bumbuk, 12º E

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um quadro de Rembrandt Harmensz van Rijn (1606-1669). Mais informações sobre o quadro no site do museu, AQUI.

No prestigiado Museu Gulbenkian, fizemos uma visita guiada à exposição que mostrava a coleção privada de Calouste Gulbenkian. O museu encontra-se dividido em várias áreas e salas que ilustram diversos períodos históricos e correntes artísticas. Vimos obras de arte de diferentes países: do antigo Egipto, da Grécia antiga, da China e dos países baixos, entre outros. Observamos pinturas, por exemplo, do período medieval, renascentista e romântico. Em cada sala, a guia escolheu uma obra de arte e explicou como era entendida, nessa época histórica, a figuração humana. Fez-nos perguntas relacionadas com a época histórica dos quadros e esculturas, os valores estéticos, religiosos, que nós podemos descobrir analisando cada uma das diferente obras de arte.

A guia explicou-nos, detalhadamente, o que distinguia algumas correntes artísticas, esta foi uma das partes mais interessantes da visita. Referiu que nos templos religiosos dos muçulmanos era representado um arco propositadamente imperfeito e não se representava a figura humana por motivos religiosos: a perfeição era considerada uma característica apenas atribuível ao divino. Ficamos também a saber que um dos aspetos que permite diferenciar a pintura clássica da pintura romântica, é que esta última foca-se no ser humano e nos seus sentimentos.

Marco Fidalgo, Patrícia Pacheco, Joana Viegas, Rafael Fonseca e Fábio Gonçalves, 11º D

Um passeio literário pela Lisboa de Pessoa

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Na visita de estudo de 26 de fevereiro, fizemos um percurso  a pé por alguns locais significativos na vida e obra do poeta Fernando Pessoa. Este passeio foi organizado e guiado pela professora de Português, Dina Ferreira. A selecção e as explicações  ficaram a cargo da professora, a leitura dos poemas coube aos alunos. A fotografias que acompanham os poemas lidos, à excepção das duas primeiras, são da autoria do alunos Rafael Fonseca do 11º D.

ESTAÇÃO DO ROSSIO

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa, 20-9-1933

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IGREJA DOS MÁRTIRES

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto,
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

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ESTÁTUA EM FRENTE DO CAFÉ BRASILEIRA

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CASA ONDE NASCEU FERNANDO PESSOA

Aniversário
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
(…)
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos, Aniversário

À minha querida mamã
Eis-me aqui em Portugal
Nas terras onde nasci.
Por muito que goste delas
Ainda gosto mais de ti.

Fernando Pessoa, 26-07-1895 (1º poema escrito e conhecido com 7 anos)

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TEATRO S. CARLOS

(…)
Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão verde tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)
(…)
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro

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ESTÁTUA EM FRENTE DA CASA ONDE NASCEU FERNANDO PESSOA

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LARGO DO CARMO, outra morada de Pessoa

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
(…)
Álvaro de Campos, Passagem das Horas

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CAFÉ MARTINHO DA ARCADA

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.

Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

E por último, o ponto de vista de alguns dos alunos do 11º D e 12º E:

Já pensaram se fôssemos todos memoráveis? Se o mundo pudesse conhecer a nossa vida através da nossa cidade, dos locais por onde passámos?

Tal como explicou a nossa professora de português:

“As cidades não serão mais do que o resultado das pessoas que nelas viveram, vivem e viverão. Então Lisboa poderá ser também Pessoa: onde nasceu, viveu e morreu. Ainda habitará, hoje, o poeta nas ruas desta cidade? A resposta poderá ser encontrada no percurso que iremos realizar na tentativa de solucionar o dilema: PESSOA EM LISBOA OU A LISBOA DE PESSOA?”

Na expectativa de conhecer mais sobre o memorável poeta, Fernando Pessoa, realizámos um passeio literário pedestre, onde pudemos conhecer mais sobre a vida  e obra deste escritor.

Passámos por vários lugares ligados à obra do poeta e lemos poemas relacionados com esses locais, por exemplo, junto à Igreja dos Mártires, no Chiado, onde Pessoa foi batizado (lemos o poema “Ó sino da minha aldeia”) e a casa onde nasceu o poeta, cujo edifício pertence agora à Caixa Geral de Depósitos. Em cada sítio, descobrimos mais sobre Pessoa e a sua vida: onde nasceu, viveu e com quem conviveu, onde trabalhou e até sobre o seu  romance platónico com Ofélia Queirós.

Podemos assim solucionar o dilema que inicialmente nos foi colocado. É A LISBOA DE PESSOA, pois apesar de passarem por esta cidade muitas pessoas, mais nenhuma conseguiu o que este ilustre poeta alcançou: tornar inesquecíveis certos locais através de alguns dos seus poemas.

Catarina Bárbara 12ºE

Realizámos o percurso pessoano. Passámos por vários locais importantes da vida de Fernando Pessoa em Lisboa, como por exemplo a casa onde o poeta nasceu nasceu, a casa da sua amada Ofélia Queirós, a estação do Rossio em que via partir alguns dos seus amigos, etc. As paragens nos locais eram sempre acompanhadas por uma descrição da professora de Português do local e da sua importância na vida do autor e pela leitura de um poema de Pessoa realizada pelos alunos. Esta parte da visita foi bastante enriquecedora. Os alunos puderam aprender mais sobre a vida de Fernando Pessoa e andar pela mesma calçada que o autor português pisou!

Rafael Fonseca, Fábio Gonçalves, Marco Fidalgo, Patrícia Pacheco e Joana Viegas, 11º D

domingo, 21 de abril de 2013

Números deste blogue

Nos dias que antecederam o teste intermédio de Filosofia, o número de visitantes e de páginas visualizadas deste blogue subiu significativamente. Os números mais elevados, atingidos num dos dias, foram 3.306 visitantes, 7.909 páginas visualizadas e, em certos momentos, cerca de 100 pessoas online. Se considerarmos que, em média, existem à volta de 1.000 visitantes diários, o aumento foi significativo.

Obrigado a todos!

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Números deste blogue

Nos dias que antecederam o teste intermédio de Filosofia, o número de visitantes e de páginas visualizadas deste blogue subiu significativamente. Os números mais elevados, atingidos num dos dias, foram 3.306 visitantes, 7.909 páginas visualizadas e quase 100 pessoas online. Se considerarmos que, em média, existem à volta de 1.000 visitantes diários, o aumento foi significativo.

Obrigado a todos!

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sábado, 20 de abril de 2013

O que é a tolerância?

intolerância

A palavra “tolerância” deriva de uma palavra latina que significa suportar e aguentar e isso influenciou o significado que atribuímos à palavra. Assim, dizer que uma pessoa tem uma grande tolerância à dor significa que é capaz de suportar muitas dores. Dizer que um professor revela grande tolerância face à indisciplina significa que ele suporta sem reagir comportamentos incorretos nas suas aulas. Aquilo que é objeto de tolerância é algo que é considerado negativo. Não se diz, por exemplo, uma pessoa tem uma grande tolerância ao prazer.

A pessoa que tolera faz um juízo negativo da coisa tolerada: considera que é uma ideia falsa ou uma ação incorreta, ou então que é algo de mau gosto ou perigoso, etc. Mas não tira consequências práticas desse juízo negativo: não age contra a coisa tolerada, não a reprime, não tenta impedir a sua expressão pública, se é uma ideia, nem impedir a sua realização, se é uma ação. A pessoa que tolera não tenta limitar a liberdade dos outros falarem e agirem como querem e procura coexistir pacificamente com eles, apesar de achar que não estão certos.

A tolerância é, portanto, diferente de aprovação. Tolerar não é o mesmo que concordar. A pessoa tolerante não aprova aquilo que tolera (podendo a desaprovação ter diversos graus), mas suporta a sua existência. Por exemplo: um seguidor da religião A considera que a religião B é falsa mas não tenta impedir ninguém de professar essa religião; um ateu considera que todas as religiões são falsas mas não tenta impedir ninguém de ser religioso.

A pessoa tolerante podia não ser tolerante e não suportar a existência daquilo que tolera, mas decide suportar porque tem razões para o fazer. A tolerância requer razões, motivos para justificar que se aceite algo que não se aprova. Por isso, a tolerância não é o mesmo que indiferença. A pessoa tolerante não é indiferente, não encolhe os ombros perante o assunto, ela considera que a coisa tolerada é errada, mas as razões que tem para a considerar errada pesam menos que as razões que a levam a não reprimir. Devido a essas razões seria errado não tolerar o que está errado.

Há diversos tipos de razões capazes de justificar a tolerância. Nomeadamente, razões morais, como por exemplo o respeito pela autonomia das pessoas; razões políticas, como a necessidade de assegurar a coexistência pacífica de grupos culturalmente distintos; e razões epistemológicas, como o facto de haver incerteza relativamente à verdade das opiniões em confronto.

A tolerância é, portanto, uma complacência com algo considerado errado baseada em razões consideradas mais importantes que esse erro. Por exemplo: uma pessoa acha errado recusar transfusões de sangue mas aceita que os crentes de certas religiões o façam pois considera que a autonomia individual e a liberdade religiosa são valores mais importantes que a saúde.

Se não há boas razões para ser complacente com algo que achamos errado, não há lugar para a tolerância. Se as razões para rejeitar uma certa prática são mais fortes do que as razões para a aceitar, então ela não deve ser tolerada. Ou seja: há coisas tão erradas, tão inaceitavelmente prejudiciais, que são intoleráveis e devem ser combatidas. Se não fosse assim a tolerância levar-nos-ia a aceitar práticas como roubo, o assassinato, a violação, etc. A tolerância tem de ter limites e é preciso distinguir o tolerável do intolerável.

Em resumo, a tolerância implica distinguir pelo menos estas três esferas: o que merece aprovação, o que é tolerável e o que é intolerável.

Quando se chega à esfera do intolerável, deixa de ser errado interferir. Não é, portanto, verdade que a tolerância seja sempre uma atitude correta perante a diversidade de costumes e práticas que existe no mundo. O que coloca, nomeadamente, o problema de saber quais são os meios de interferência adequados, de modo a que a interferência não faça um mal maior que a prática intolerável que se quer impedir.

Quando se diz que uma pessoa é intolerante isso significa que ela não tolera coisas que devia tolerar, por exemplo que os outros tenham crenças religiosas diferentes. Habitualmente não se chama intolerante a uma pessoa que não tolera algo que é intolerável, como por exemplo a pedofilia. (Mesmo que pareça, isto não é um jogo de palavras.)

Escusado será dizer que muitas vezes não é fácil distinguir com objetividade, e muitos menos de modo consensual, o que é tolerável do que é intolerável. Vejamos um exemplo bastante atual. Na comunidade cigana existe a tradição de as mulheres casarem muito novas, por vezes aos 12 ou 13 anos. Em Portugal, e muitos outros países, essa prática é ilegal, mas habitualmente as autoridades “fecham os olhos” e não intervêm. Essa atitude tolerante é apoiada por muitas pessoas, nomeadamente por sociólogos e outros cientistas sociais, mas é criticada por outras – que consideram que o casamento de raparigas tão novas é intolerável, ou seja, demasiado errado para ser permitido.

Leituras:

Gensler, Harry, “Ética e Relativismo Cultural”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/fil_relatcultural.html

Fiala, Andrew, “Toleration”, Internet Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: http://www.iep.utm.edu/tolerati/

Forst, Rainer, “Toleration”, Stanford Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: http://plato.stanford.edu/entries/toleration/

Murcho, Desidério, “Ética e direitos humanos”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/html/valoresrelativos.html

Murcho, Desidério, “Tolerância e ofensa”, Crítica: revista de Filosofia. Disponível em: http://criticanarede.com/html/ed_118.html

Rachels, James, Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2004.

Walzer, Michael, Da Tolerância, São Paulo, Martins Fontes Editora, 1999.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Olhar o teste intermédio de Filosofia 2013

 Henri Cartier-Bresson escada observatório

         Fotografia de Henri Cartier-Bresson.

Na minha opinião (e de muitos dos meus alunos), o teste intermédio de ontem constituiu uma melhoria em relação àquele que foi aplicado no ano passado. A formulação das questões, em geral, era mais clara. Estas remetiam para temas centrais do programa e avaliavam competências filosóficas contidas nas orientação do GAVE, ao contrário do que aconteceu no ano passado (ver AQUI).

Apesar do balanço global ser positivo, há aspetos que deveriam merecer a atenção dos professores do secundário. Eis alguns exemplos:

- No grupo I, questão 7, os critérios de correção apresentam como corretos (dos quatro) dois enunciados: “Apenas as crenças verdadeiras podem ser justificadas” e “Uma crença verdadeira, pode, sob certas condições, constituir conhecimento”. Ora, acontece que, como observaram muito bem alguns dos meus melhores alunos, a primeira das frases não é correta. De acordo com o manual adotado na escola - “A arte de pensar” (pág. 121) – e as explicações por mim fornecidas nas aulas, o enunciado “Apenas as crenças verdadeiras podem ser justificadas” é incorreto, uma vez que as crenças falsas também podem ser justificadas. Veja-se o exemplo, dado no manual, de que Ptolomeu tinha justificação (boas razões, considerando o estado cognitivo em que se encontrava) para defender o geocentrismo. Assim, as crenças falsas podem ser justificadas, embora não constituam conhecimento, de acordo com a definição tradicional ou platónica. Portanto, coloca-se a questão de saber como deverão proceder, na aplicação dos critérios a esta questão de escolha múltipla, os professores corretores. Neste tipo de questões, as indicações são que se deve assinalar apenas uma opção correta. Qual deve ser, então, o procedimento a adotar?

- No grupo I, nas questões 1 e 7  (da versão 2) existiam duas gralhas numa das alíneas, repetindo-se um dos número (na questão 1, alínea B, o 4. repete-se e o 1. é omitido) - embora não fossem as alternativas corretas - era um erro formal dispensável e que poderia gerar alguma confusão nos alunos. Ainda que errar seja humano, estas situações não deveriam ocorrer neste tipo de testes. O erro foi reconhecido pelo GAVE. Contudo, não foram dadas informações explicitas do procedimento a adotar pelos corretores que, tal como na situação anterior, deveria ser idêntico a nível nacional.

Muitos alunos consideraram o teste demasiado extenso, tendo em conta a duração de 90 minutos. Referiram também o facto da última questão (onde o aluno deveria discutir o tema em causa) ser acompanhada de um texto, numa linguagem não muito acessível, que eles já não tiveram tempo para interpretar em condições. Além disso, os critérios de correção desta questão atribuíam poucos pontos à apresentação de uma posição crítica e fundamentada do tema.

Ainda assim, julgo que os critérios de correção são globalmente corretos. Por exemplo: têm em consideração as diferentes abordagens e a terminologia filosófica utilizada pelos vários manuais. Naturalmente que as ideias indicadas nos cenários de resposta podem ser expressas por palavras diferentes. É bom não esquecer.

Um pormenor: nos critérios de correção - e também nas orientações do GAVE – referia-se “o antecedente” em vez de “a antecedente”. Como é que se escreve, afinal? – perguntava, com razão, uma das minhas alunas.

Há muito mais a dizer, mas eu não tenho tempo. Considero importante, para a melhoria da qualidade do ensino, que mais professores de Filosofia discutam publicamente este e outros assuntos de natureza pedagógica e científica.

Continuo a pensar que a avaliação externa bem feita (testes intermédios e exame nacional obrigatório) credibiliza o trabalho dos professores e dos alunos, é a única forma de melhorar o ensino e a aprendizagem da Filosofia. Para alcançar este fim, alguém têm outras sugestões?

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Teste intermédio de Filosofia 2013: enunciado e critérios de correção

Os critérios de correção:

critérios de correção do teste intermédio de filosofia de 2013 by SaraRaposo

 

A versão 1 do teste:

teste intermédio de filosofia 2013 versão 1 by SaraRaposo

A versão 2 do teste:

teste intermédio de filosofia 2013 versão 2 by SaraRaposo

Sobre o teste intermédio de Filosofia

Nunca mais saem os critérios de correção do teste intermédio de Filosofia!

Entretanto, dois breves comentários:

O teste era grande demais e muitos alunos tiveram dificuldade de acabar a última questão.

O texto de David Hume associado a essa última questão não foi bem escolhido uma vez que contém ideias desse filósofo que não é suposto explicar, dado o programa e as orientações existentes. Contudo, isso não impedia os alunos de responder à questão formulada.

domingo, 14 de abril de 2013

Teste intermédio de Filosofia 2013: recursos para estudar

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Na tentativa de contribuir para que a situação descrita no cartoon não se verifique, seguem-se links - organizados por temas - para textos, fichas de trabalho, testes e exames nacionais abrangendo todos os conteúdos programáticos indicados pelo GAVE (Teste intermédio de Filosofia 2013 - informações) para o teste intermédio de Filosofia deste ano letivo.

Data de realização: 17 de Abril, ou seja,  é já a próxima quarta-feira!

Bom trabalho a todos!

1. A dimensão ética da ação humana. A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspectivas filosóficas

1.1. A ética deontológica: Kant

Cumprir o dever pelo dever: um exemplo

Os imperativos de Kant

Agir bem para evitar problemas

Quais são as acções que têm valor moral?

As pessoas não são instrumentos

Como se formula, na linguagem de Kant, o princípio que o Manelinho encontra escrito no livro?

Devemos mentir para salvar a vida de um amigo? – Não, diz Kant (1)

Devemos mentir para salvar a vida de um amigo? – Não, diz Kant (2)

"Mentiras boas" e outras objeções à ética kantiana

Três minutos com Kant

Porque é que devemos ser bons com os outros?

Por dever ou apenas em conformidade ao dever?

1.2. A ética utilitarista: Stuart Mill

O utilitarismo: ideias básicas

Um prazer superior

Argumentos contra o utilitarismo

As teorias éticas de Kant e Stuart Mill: ideias fundamentais

Apontamento sobre o Utilitarismo

1 ou 200?

Um dilema moral da Medicina

1.3. Exercícios para resolver e questões para discutir sobre Kant e Mill

Rever Kant e Mill através das aulas de Michael Sandel (Os vídeos, que são excelentes e contém várias questões a que o autor responde, são: Qual é o mal de mentir? e Qual é a ação correta?)

Ética: fichas de trabalho sobre Kant e Stuart Mill

Qual dos personagens, o Calvin ou a Susie, está a agir de acordo com o princípio kantiano da moralidade?

Dilema ético em BD: Fox Trot

Dilema ético em BD: Zits

Para discutir na primeira aula de Filosofia

Enganar por amor

Lincoln: será correto mentir para defender a verdade?

2. Argumentação e lógica formal

A relação entre verdade e validade

Validade dedutiva

Construção de argumentos

Condições necessárias e suficientes: análise de um exemplo

A negação de proposições condicionais

Proposições contraditórias: análise de exemplos

Haverá aqui uma contradição?

Afirmação da antecedente e negação da consequente

Exemplos de falácias formais

3. Argumentação, retórica e filosofia

Generalizações e previsões

Contra-exemplo: o que é e para que serve

Argumento por analogia

Dois exemplos de argumentos falaciosos a não seguir

Falácias e palhaçadas

Falácias informais do apelo à ignorância, da derrapagem e do boneco de palha

Exemplos das falácias do espantalho e da derrapagem

Petição de princípio

Exemplos da falácia do apelo à ignorância

Autoridade acidental

O que é um argumento bom (ou cogente)?

Argumentos cogentes - 3 exemplos

Sobre o poder da retórica

O papel da retórica, segundo os sofistas e Platão

Sofista ou surfista?

É tudo relativo…não é?
A verdade prevalece?
A verdade não vem sempre ao de cima
O tempo até pode ser relativo, mas a verdade não
Procurar a verdade é valioso mesmo que não se consiga encontrá-la
Defender a objetividade não significa que se seja dogmático

O que é a democracia?

Filosofia, retórica e democracia: síntese das aulas do 11º ano

Meios de persuasão

Ethos, logos, pathos

Ethos, Logos, Pathos & pizza

4. Exercícios para resolver sobre lógica formal, argumentação, retórica e filosofia

Proposições: formalização e tradução para a linguagem simbólica
Operadores proposicionais
Formalização e identificação de argumentos (11º ano)
Ficha de Revisão: falácias informais
Ficha de Trabalho (sobre os diferentes tipos de argumentos)

Ficha de revisão: identificação de argumentos não dedutivos

Qual é a falácia?

Teste de avaliação: noções de lógica e lógica proposicional 

Teste de avaliação: lógica formal e informal

5. O problema do conhecimento e análise do ato de conhecer

Três significados de "conhecer”

Ficha de trabalho: identificação dos diferentes tipos de conhecimento

Algumas relações entre os vários tipos de conhecimento

O carácter factivo do conhecimento

O reconhecimento implícito da factividade do conhecimento

Um “sinal de Deus” será uma boa justificação?

Previsão certeira de sismo em Itália: crença verdadeira, mas não justificada

O Deco não percebe nada de Epistemologia

Dois contra-exemplos à chamada definição tradicional de conhecimento

Um “sinal de Deus” será uma boa justificação?

Algumas imagens que nos levam a duvidar dos nossos olhos e o cepticismo radical.

Como são parecidas a ilusão e a realidade!

O argumento céptico da regressão infinita da justificação: um exemplo.

O argumento céptico da divergência de opiniões.

Exemplo de divergência de opiniões: a música de Strauss é sublime ou mera gritaria?

Uma objecção ao argumento céptico dos erros e ilusões perceptivas.

É possível justificar a verdade das nossas crenças?

Uma dúvida inspiradora para os alunos do 11º ano

Cegos que não sabem que são cegos

Em terra de cegos quem tem um olho não é rei

5.1. Exercícios sobre o problema do conhecimento e análise do ato de conhecer

Teste de avaliação: o problema do conhecimento e o ponto de vista céptico

Aparência e realidade: um vídeo de Nigel Warburton

A vida será um sonho?

6. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento

6.1. Descartes:

A dúvida metódica (este deveria ter sido o primeiro post deste blogue)

Um mar de dúvidas

Razões para duvidar, segundo Descartes

Como é que Descartes pretendeu ultrapassar o ponto de vista dos cépticos

O solipsismo e a necessidade de Deus no sistema cartesiano

Aparência e realidade: um vídeo de Nigel Warburton

Penso, logo existo - uma ideia que toda a gente conhece?

Descartes: argumentos para provar a existência de Deus

A objeção de Kant ao argumento ontológico: a existência não é um predicado

O argumento ontológico: diálogo entre um crente e um ateu

Objeção ao argumento da marca: criar a ideia de perfeição é diferente de criar a própria perfeição

Objeção a Descartes: o cogito é um entimema e não é uma crença básica

O “Deus dos filósofos” e o “Deus da fé”

Os conceitos cartesianos de intuição e dedução

A matemática é a priori mas não é inata

Cartoons cartesianos

6.2. Hume

Uma folha de papel em branco

Impressões e ideias

Cegos que começam a ver: impressões e ideias

O problema da causalidade

A causalidade segundo Hume

A crença na causalidade é instintiva

As superstições e a crítica de Hume à ideia de causalidade

A minha vida é real: conhecimento ou mera crença?

A abdução ou argumento a favor da melhor explicação

6.3. Exercícios para resolver e questões para discutir sobre Descartes e Hume:

Preparação para o teste intermédio do 11º ano: questões sobre Descartes e Hume

Críticas a Descartes: Ficha de trabalho

Sinto, logo existo?

Como se originou, segundo Hume, a ideia de Deus?

Teste de avaliação: Descartes e Hume

7. Testes intermédios realizados:

Enunciado do teste intermédio de Filosofia do 11º ano (2012) e  critérios de correção

Enunciado do teste intermédio de Filosofia do 10º ano (2011) e critérios de correção

8. Exames nacionais e critérios de correção

Exame nacional de Filosofia 2013: informações

Enunciado e critérios de correção do exame de Filosofia da 1ª Fase de 2012

Enunciado do exame nacional de Filosofia 2012 da 2ª Fasecritérios de correção