terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um relâmpago fugaz

Fotografia de Henri Cartier-Bresson

Fotografia de Henri Cartier-Bresson.

Um relâmpago fugaz

Um relâmpago fugaz é a vida
que mal nos dá tempo para a sentir passar
Imutável a face da terra e do céu
Quão súbita porém a mudança do nosso próprio rosto

                                                                         Li Po

Reflexos

Envelheço. Estas límpidas águas
reflectiram já um outro rosto
Ninguém me pode devolver esse fulgor
passado. Para quê turvá-las?

                                                                   Po Chu yi

Estes poemas foram retirados do excelente livro de poemas chineses: “Sono de Primavera”, versões de Jorge de Sousa Braga, Edições Litoral, Porto, 1986, págs. 31 e 57.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A pena de morte em debate: leituras prévias à discussão

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Protesto contra a execução de Teresa Lewis, em 25/09/2010, nos EUA (Fotografia  do jornal Público).

Nas aulas do dia 4 de Outubro. nas turmas C, D e F do 10º ano, realizaremos debates.

Problema filosófico a debater: Será a pena de morte, no caso de crimes muito graves como o homicídio,  uma forma de castigo moralmente justificável?

Os alunos deverão ler - além da informação que acharem relevante - os textos a seguir indicados e procurar explicar, por palavras suas, alguns dos principais argumentos a favor e contra esta prática. E, por fim, redigir um texto onde:

- indiquem a tese que irão defender e expliquem pelo menos dois argumentos para a justificar;

- apresentem uma objecção possível à tese defendida e a resposta a essa objecção.

As leituras aconselhadas são as seguintes:

1. A pena de morte: duas perspectivas filosóficas opostas.

2. A favor da pena de morte.

3. Contra a pena de morte.

4. Castigar porquê? 

5. Ficha de trabalho: argumentos a favor e contra a pena de morte.

Bom trabalho! Na aula anterior ao debate poderão esclarecer dúvidas.

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Timothy McVeigh, autor do atentado terrorista na cidade de Oklahoma em 1995 que matou 168 pessoas, foi executado em 11/06/2001.

sábado, 25 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que fará sorrir estas pessoas?

Militares da Coreia do Norte Fotografia do Jornal Público de 22-09-2010.

Li no jornal Público de ontem uma notícia sobre a Coreia do Norte, um dos regimes ditatoriais mais fechados e repressivos do mundo. Kim Jong-il, a quem os coreanos tratam por “Querido Líder”, prepara a sua sucessão e, por isso, irá realizar-se uma reunião oficial do partido (a última foi em 1996). O seu presumível sucessor será o seu filho mais novo, Kim Jong-un. Estes factos não têm nada de surpreendente, considerando que se trata de um regime não democrático. Contudo, a minha atenção deteve-se na fotografia - de militares numa parada militar a sorrir e bater palmas – que acompanhava a notícia.

Lembrei-me da atitude de alguns alunos – poucos, felizmente! – que manifestam, por vezes, algum desdém não só pelos colegas que se atrevem a apresentar argumentos para defender as suas opiniões como pelas próprias discussões. Infelizmente, essa atitude não é exibida apenas por meia dúzia de alunos desinteressados e pouco empenhados. De facto, acontece, em relação aos mais diversos assuntos e em diferentes contextos, muitas outras pessoas não exercerem uma das mais preciosas possibilidades que a democracia lhes oferece: a liberdade de expressar ideias.

Dizermos o que pensamos, confrontarmos os nossos pontos de vista com os dos outros e assim termos oportunidade de descobrir quem possui as melhores razões, é algo que muitas pessoas, também adultas, não valorizam e tendem a considerar de forma negativa como uma excentricidade promotora da desordem e da ineficácia.

Para essas pessoas eu deixo a seguinte questão:

Vamos supor que viviam na Coreia do Norte, mas não pertenciam à reduzida elite no poder: imaginam como seria viver sem poder expressar, de forma livre, as vossas opiniões? Como seria viver no medo permanente de ser a próxima vítima de leis injustas, brutais e arbitrárias?

Antes de responder, experimentem a olhar atentamente para a imagem e informem-se sobre o que se passa na Coreia do Norte. Talvez, depois, possam valorizar mais as possibilidades que a democracia vos oferece.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

iReader: ler é fácil

O iReader é uma ferramenta informática que facilita imenso a leitura de artigos e outros textos na Internet, pois remove a publicidade, os menus e outros elementos dispensáveis e destaca o texto, colocando-o em letras maiores. O que permite, por exemplo, ler um post do Dúvida Metódica como se fosse um PDF, como pode ver na imagem. É especialmente útil quando são textos grandes, pois permite uma leitura mais rápida e menos cansativa.

Mais informações e links para download gratuito aqui e aqui.

 post do Dúvida Metódica visto no iReader

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Proposições contraditórias: análise de exemplos

Volto a publicar um pequeno post destinado, sobretudo, aos alunos do 10º e 11º ano (em particular o último parágrafo).

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Ao observarmos as duas tiras deste cartoon detectamos uma contradição no discurso e no comportamento do indivíduo, supostamente, crente. A Lógica permite-nos explicar com exactidão porquê.

Numa lógica binária, as proposições expressas em frases declarativas com sentido podem ter apenas dois valores de verdade: o verdadeiro ou o falso. Vamos imaginar, a propósito do cartoon, duas proposições universais defensáveis pelo indivíduo crente e as respectivas proposições particulares opostas.

Poderíamos formular, por exemplo em relação à primeira tira, o seguinte par de proposições:

1) Nenhuma pessoa deve respeitar o ponto de vista dos outros sobre a religião (proposição universal negativa).

    Algumas pessoas devem respeitar o ponto de vista dos outros sobre a religião (proposição particular afirmativa).

Quanto à segunda tira:

2) Todas as pessoas devem respeitar o ponto de vista dos outros sobre a religião (proposição universal afirmativa).

     Algumas pessoas não devem respeitar o ponto de vista dos outros sobre a religião (proposição particular negativa).

Em ambos os pares de proposições se considerarmos verdadeiras as proposições universais, as proposições particulares - diferentes quanto à qualidade (uma é afirmativa outra negativa) e quantidade (uma é universal e a outra particular) - serão necessariamente falsas e vice-versa.

É logicamente impossível, em cada par, ambas as proposições serem verdadeiras ou falsas – chamam-se, por isso, a cada um destes pares proposições contraditórias. Sabendo o valor de verdade de uma delas, podemos concluir, com certeza, o valor da proposição oposta: se um dos elementos do par for verdadeiro o outro será falso e reciprocamente.

Aristóteles demonstrou que no caso das proposições com uma estrutura (ou forma lógica) semelhante a 1) e 2) podemos determinar, independentemente do assunto das frases em causa (do conteúdo), o valor de verdade de uma das proposições do par, conhecendo o valor de verdade da outra.

Assim sendo, uma pessoa crente ao defender a intolerância (na 1ª tira) em relação a quem tem um ponto de vista religioso diferente do seu, está a negar a tolerância ou o respeito pelo ponto de vista religioso de quem quer que seja, incluindo o dela própria. Logo, não faz sentido (é contraditório) pedir ao ateu (na 2ª tira) tolerância ou respeito para com a religião.

O modo como se contradiz uma proposição singular difere das universais. Estas últimas referem-se a todos os elementos de um dado conjunto (tal como expressam os quantificadores: todos e nenhum), as singulares afirmam que um indivíduo específico possui ou não um determinado predicado. Por isso, a contraditória é obtida, simplesmente, com a introdução da palavra não. Se é verdade que “Torquemada foi um religioso intolerante”, então é falso que “Torquemada não foi um religioso intolerante” e vice-versa.

Na lógica proposicional clássica, por P entende-se uma variável substituível por qualquer frase que designe uma proposição simples (uma ideia ou pensamento ao qual se possa atribuir o valor de verdadeiro ou falso), uma proposição contraditória obtém-se negando a proposição inicial (não P). A negação é um operador verofuncional que aplicado às frases simples (expressam uma proposição apenas) ou compostas (expressam mais do que uma proposição) permite obter proposições com valores lógicos diferentes:

- Se P for verdadeira, então não P é falsa. Por exemplo: se a proposição “A Inquisição existiu” é verdadeira, a proposição “A Inquisição não existiu” é necessariamente falsa e vice-versa.

- Se P for falso, então não P é verdadeira. Por exemplo: se a proposição “Torquemada não foi inquisidor” é falsa, a proposição “Não é verdade que Torquemada não foi inquisidor” (o que é logicamente equivalente a dizer que “Torquemada foi inquisidor”, pois trata-se de uma dupla negação) é necessariamente verdadeira e vice-versa.

domingo, 19 de setembro de 2010

Blogue sobre filosofia e cinema

Tippi Hedren no filme “Os pássaros” de Alfred HitchcockFoi criado há poucos dias atrás um novo blogue de filosofia: a filosofia vai ao cinema. Como o nome indica, pretende explorar as relações entre a filosofia e o cinema.

Apesar da sua tenra idade, o blogue já oferece ao leitor alguns interessantes e úteis materiais relativos ao uso de filmes nas aulas de Filosofia do ensino secundário, nomeadamente guiões de visionamento.

O autor é Carlos Café, professor de Filosofia da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, de Portimão.

O Dúvida Metódica faz votos para que o projecto seja, senão um sucesso de bilheteira, pelo menos um sucesso junto do público e da crítica especializada.

Na imagem, a actriz Tippi Hedren no filme “Os pássaros” de Alfred Hitchcock.

sábado, 18 de setembro de 2010

Coisas pequenas: trabalho e empenho diários

O início deste ano lectivo constitui para muitos alunos uma nova oportunidade, sobretudo para aqueles que até aqui foram desperdiçando ou adiando a possibilidade de aprender - a sério - na escola devido à preguiça, à falta de motivação, etc.

Contudo, se admitirmos que os seres humanos, ao contrário dos animais, têm possibilidade de escolher (possuem livre-arbítrio), então é possível – mesmo ao aluno mais calão – mudar e empenhar-se diariamente nas tarefas escolares.

Como diz a Teresa Salgueiro na canção:

“A hora que te espreita é só tua, decerto  não será só a que resta! A hora que esperei a vida toda, é esta, é esta!”

Pode ser que seja…

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O sorriso do bom aluno

Votos de um bom ano lectivo para todo os alunos, nomeadamente os alunos das turmas B e D do 11º ano!

o sorriso do acasoEsta fotografia circula pela Internet com o nome de “O sorriso de Deus”. Julgo  que “O sorriso do acaso” seria um nome mais racional. Seja como for, espero que ao longo do ano os vossos sorrisos não se devam ao acaso, mas sim à satisfação proporcionada pela aprendizagem e pelas consequentes boas notas. Sorrisos de bom aluno, portanto.

domingo, 12 de setembro de 2010

Bem-vindos à discussão dos problemas filosóficos :)

Dou as boas-vindas a todos os alunos, em particular aos das  turmas C, D e F do 10º ano que frequentam esta disciplina pela primeira vez. E também aos alunos do 11º A e C.

Bom trabalho para todos!

Este blogue  irá ser utilizado, como um complemento do manual adoptado, nas aulas e em casa pelos alunos – espero eu – na realização de trabalhos de casa e de pesquisa.

Para os mais curiosos em saber algo sobre esta nova disciplina do currículo, deixo, neste primeiro dia de aulas, duas sugestões: aqui e aqui.

Nesses textos poderão encontrar, numa linguagem simples e clara,  respostas a algumas questões com que, provavelmente, já se deparam e que irão ser explicitadas e aprofundadas nas próximas aulas.

Deixo, aos alunos do 10º ano e 11º ano, um desafio:

«O anarquista e romancista inglês William Godwin (1756–1836) usou o Arcebispo de Fénelon [considerado como um grande benfeitor da humanidade] na seguinte experiência mental:

O leitor pode salvar apenas uma pessoa de um edifício em chamas. Das duas que estão no interior, um é um criado, um bêbado preguiçoso e grosseiro, dado a brigas e desonesto, a outra é o Arcebispo Fénelon. Quem deve salvar?

A resposta é óbvia: deve salvar o grande benfeitor da humanidade, porque, ponderando todos os factores, é isto o que terá provavelmente as melhores consequências.

Mas há um senão nesta história.

E se o bêbado grosseiro, etc., for o seu pai?»

Desidério Murcho, no Crítica: blog de filosofia

 

Pensem na resposta que dariam e apresentem razões para justificar a vossa opinião.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Stephen Law no 8º Encontro Nacional de professores de Filosofia

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No próximo dia 10 de Setembro (amanhã), o filósofo inglês Stephen Law irá proferir uma comunicação no 8º Encontro Nacional de professores de Filosofia em Portimão.

Além de ser autor de várias obras, algumas das quais traduzidas em português, Stephen Law dirige uma prestigiada revista de Filosofia chamada “Think: Philosophy for Everyone”. Possui também um blogue, onde se podem  encontrar informações sobre  os  seus livros e muitos outros motivos de interesse.

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Para saber mais sobre estes livros, ver aqui e aqui.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sentimentalismos de uma rapariga loira (2)

A ideia de que as mulheres - por oposição aos homens - são mais sensíveis ao coração do que à razão, faz parte da nossa cultura e é aplicada por muitas pessoas em diferentes contextos, quer em termos teóricos quer na vida prática. A sua aceitação significa admitir que as pessoas do sexo feminino tendem a revelar, em certas circunstâncias, falta de discernimento e de frieza na análise dos factos porque valorizam mais os aspectos emocionais que os racionais.

Este pretenso retrato da natureza feminina é bastante popular e influente. Basta pensarmos, por exemplo, no carácter de muitas das heroínas dos filmes e dos romances. Como é o caso da personagem Carla Jean, no romance de Cormac McCarthy, referida na passagem do post anterior. Mas também nalguns preconceitos, bastante difundidos: “os homens não choram” (naturalmente por oposição às mulheres para quem esta exteriorização das emoções será um sinal da sensibilidade feminina), “as mulheres não sabem conduzir” entre outros. Neste último caso, tal como no anterior, os dados empíricos – como o número de acidentes rodoviários - até podem demonstrar o contrário. Porém, na prática constatamos a dificuldade em abandonar estes estereótipos, pois isso exigiria que se examinasse a sua justificação racional. Obviamente, a maior parte das pessoas – sejam homens ou mulheres - não o faz, nem o quer fazer. As razões que explicam essa recusa podem ser, além da preguiça mental, sociais ou psicológicas.

Mesmo na discussão de determinados assuntos há homens que argumentam – como já tive a oportunidade de verificar – deste modo: “Estás a ser demasiado sentimentalista, como aliás as mulheres são de um modo geral!” Ironias sexistas à parte, esta forma de refutar opiniões contrárias é desonesta do ponto de vista intelectual porque recorre ao ataque pessoal e à falsa generalização.

Claro que, quando se discutem ideias, o importante é a pertinência das ideias defendidas, a clareza do discurso e não o sexo de quem está a discutir.

No entanto, ainda que o suposto sentimentalismo feminino corresponda a um preconceito, é verdade que em muitas das áreas importantes da nossa vida, em particular as relacionais, estão envolvidos aspectos que escapam, pelo menos em parte, à racionalização. Quando uma pessoa tem de gerir o peso a atribuir aos sentimentos e às razões, é a própria razão a dizer-lhe que, por vezes, o mais “razoável”, paradoxalmente, é deixa-se guiar pelas emoções. Nas relações amorosas  podemos encontrar muitas situações em que isto acontece, onde as pessoas guiadas por motivos afectivos, provavelmente, obtêm resultados mais satisfatórios do que teriam recorrendo a meras análises racionais.

Garanto que não é o sentimentalismo feminino que me leva a fazer estas afirmações…

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sentimentalismos de uma rapariga loira (1)

Elliott Erwitt Marilyn Monroe

Marilyn Monroe numa fotografia de Elliott Erwitt, Nova Iorque, 1956.

Numa passagem do romance de Cormac McCarthy , Este país não é para velhos, o xerife Bell interroga Carla Jean, procurando obter informações sobre marido que se encontra metido em sarilhos com traficantes de droga. Para lhe explicar porque motivo nunca  o denunciaria, ela diz-lhe o seguinte:

“(…) vou contar-lhe uma coisa, se me quiser ouvir.
Quero sim.
Talvez ache que eu não regulo lá muito bem.
Talvez.
Ou talvez já ache isso.
Não acho, não.
Quando larguei o liceu tinha só dezasseis anos e arranjei trabalho no Wal-Mart. Pareceu-me que não havia outra alternativa. Precisávamos do dinheiro por pouco que fosse. Enfim, na véspera do meu primeiro dia de trabalho, à noite, tive um sonho. Ou pelo menos pareceu-me um sonho. Acho que ainda estava meio acordada. Mas veio-me à cabeça no tal sonho ou lá o que era que se eu fosse até lá ele ia encontrar-me. No Wal-Mart. Não sabia quem ele era nem como é que se chamava nem que cara tinha. Só sabia que o ia reconhecer quando o visse. Tinha um calendário e ia riscando os dias. Como alguém que está preso. Quer dizer, eu nunca estive na prisão, mas calculo que os presos façam assim. E no nonagésimo nono dia ele entrou e perguntou-me onde estavam os artigos desportivos e era ele. E eu indiquei-lhe onde é que estavam e ele olhou para mim e afastou-se. Mas voltou imediatamente para trás e leu o crachá que eu trazia ao peito e disse o meu nome em voz alta e olhou para mim e perguntou: A que horas é que sais? E pronto, o assunto ficou arrumado. Na minha cabeça não houve  dúvida nenhuma. Nem naquele momento, nem agora, nem nunca.”

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O caminho menos longo

caminho perigoso para a escola China

Na fotografia vê-se um grupo de crianças a caminho da escola, numa perigosa estrada de montanha, na China. Um passo em falso e é morte certa.

Inicia-se hoje mais um ano lectivo. E daqui a duas semanas, aproximadamente, iniciar-se-ão as aulas. Nem os alunos nem os professores portugueses precisam de percorrer caminhos tão longos e perigosos para chegar à escola (embora as montanhas de papéis inúteis que os professores têm de ler e preencher também contenham alguns perigos).

Talvez valesse a pena perguntar o que andamos a fazer com as facilidades e oportunidades que temos. Talvez descobríssemos que, afinal, as facilidades nem sempre facilitam e que o caminho percorrido por aquelas crianças chinesas é, afinal, menos longo que o nosso.

Por exemplo: àquelas crianças, tal como às crianças finlandesas de que tanto se fala, não passa certamente pela cabeça reprovar, tal como não passa pela cabeça dos seus dirigentes políticos proibir as reprovações. Já em Portugal…