quinta-feira, 30 de junho de 2011

Conhecer Frida Kahlo

No filme "Frida" vale a pena ouvir a voz de uma grande cantora mexicana: Lila Downs. 

O filme é apenas razoável, embora a banda sonora seja excelente. Mas pode ser um bom pretexto para - quem ainda não conhece - saber mais sobre a vida e a obra da pintora Frida Kahlo.

'A vida que podemos salvar': o dever de ajudar as pessoas muito pobres

A vida que podemos salvar – Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo, de Peter Singer Peter Singer, A vida que podemos salvar – Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo, Gradiva, Lisboa, 2011.

Imagine que a caminho do trabalho vê uma criança prestes a afogar-se num pequeno lago, com 20 cm de profundidade. Salvá-la não implica nenhum risco de vida, mas molhará as calças e os sapatos e chegará atrasado ao trabalho. O que deve fazer? ‘Salvar a criança’, respondem quase todas as pessoas.

Mas, se é assim, porque é que essas pessoas não ajudam os “quase 10 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade que morrem todos os anos com causas relacionadas com a pobreza”? Se estão dispostas a ajudar indivíduos cujas dificuldades presenciam porque não ajudam também indivíduos cujas dificuldades não presenciam mas sabem ser reais?

Algumas pessoas ajudam, mas Peter Singer defende, em A vida que podemos salvar – Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo, que muitas mais deveriam ajudar. No Prefácio, afirma que escreveu o livro com dois objectivos principais. Primeiro, “pensar acerca das nossas obrigações perante pessoas que não conseguem sair da pobreza extrema”. Segundo, “convencê-lo [ao leitor] a fazer a escolha de dar mais do seu rendimento para ajudar os pobres”, fazendo por exemplo doações a organizações empenhadas no combate à pobreza.

Peter Singer defende que temos o dever moral de ajudar pessoas vítimas de pobreza extrema, mesmo que não as conheçamos, pois podemos fazê-lo sem sacrificar o nosso bem-estar, bastando diminuir um pouco o consumo que fazemos de produtos desnecessários. Ao longo do livro apresenta e discute diversos argumentos para justificar essas ideias. Terá razão?

Bem, ainda vou no primeiro capítulo… Seja como for, o livro merece ser lido e discutido.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

História da Física

  Newton Einstein

Blogue com trabalhos de alunos sobre a história da Física, para a disciplina de História da Física leccionada por Carlos Fiolhais.

http://historiadafisicauc.blogspot.com/

 Carlos Fiolhais

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Citação oportuna para o exame de Física e Química de amanhã

"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho, é no dicionário."

Albert Einstein

Conferência sobre ética ambiental: dia 7 de Julho na Gulbenkian

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"Há uma série de livros que são emblemáticos do movimento ambiental. São textos fundamentais e fundacionais da área do ambiente e da filosofia do ambiente que em muito contribuíram para a construção do imaginário e das narrativas pessoais, sociais e políticas sobre o ambiente.
O Programa Gulbenkian Ambiente seleccionou seis destes livros, por considerar que representam um amplo espectro de ideias e conceitos que têm perdurado e se têm mantido actuais desde que foram escritos. Podemos, talvez, ter a veleidade de já os considerar como clássicos, clássicos do ambiente." Para saber mais, ver aqui.

"John Baird Callicott, um dos mais destacados nomes da filosofia do ambiente, vai estar na Fundação Gulbenkian para falar do livro Pensar como uma Montanha (A Sand County Almanac), de Aldo Leopold.
A 7 de Julho, pelas 18h, o filósofo norte-americano falará sobre o livro que, de certa forma, o levou a ser pioneiro no que hoje se designa como ética ambiental."

Transmissão directa online: http://live.fccn.pt/fcg/

domingo, 26 de junho de 2011

Tudo é texto??

doença de Huntington

Mulher com a doença de Huntington

A passagem seguinte do romance Solar, de Ian McEwan, descreve muito bem o modo de pensar das pessoas que consideram que o conhecimento é socialmente construído e que - tal como o filósofo francês Jacques Derrida - julgam que “tudo é texto”.

Numa reunião com alguns professores de Física, Nancy Temple, lincenciada em Antropologia Social, «disse que podia explicar melhor o seu campo de actividade descrevendo um projecto recente, um estudo aprofundado, que se prolongara por quatro meses, de um laboratório de genética de Glasgow empenhado em isolar e descrever o gene de um leão, o Trim-5, e a sua função. O objectivo dela era demonstrar que esse, ou qualquer outro gene, era, no sentido mais forte, socialmente construído. Sem as várias ferramentas de “entextualização” que os cientistas usavam – o luminómetro de fotão único, o citómetro de fluxo, a imunofluorescência e por aí adiante – não se podia dizer que o gene existia. Era dispendioso possuir e aprender a usar esses instrumentos e, por esse motivo, eles estavam repletos de significado social. O gene não era uma entidade objectiva, meramente à espera de ser descoberto pelos cientistas. Era inteiramente manufacturado pelas hipóteses que estes punham, pela sua criatividade e pelos instrumentos que possuíam, sem o que não podia ser detectado. E quando finalmente era expresso em termos dos seus chamados pares de bases e do seu papel provável, essa descrição, esse texto, só tinha significado e só extraía a sua realidade do interior da rede limitada de geneticistas que podiam ler sobre ele. Fora dessas redes, o Trim-5 não existiria.

Durante esta apresentação, Michael Beard e os outros físicos escutavam com algum constrangimento. Delicadamente, evitavam entreolhar-se. (…) Beard ouvira rumores de que ideias estranhas eram lugares-comuns entre os departamentos de artes liberais. Constava que era habitual ensinar aos estudantes de humanidades que a ciência era apenas mais um sistema de crenças, nem mais nem menos fiável do que a religião ou a astrologia. (…)

Quando Nancy Temple chegou ao fim do seu discurso, [os físicos de] Newcastle e Cambridge manifestaram-se em simultâneo, mais pasmados que encolerizados.

- Onde é que isso deixa a doença de Huntington, por exemplo? – perguntou um, enquanto o outro interrogava: - Acredita sinceramente que aquilo que desconhece não existe? (…)

- A doença de Huntington está também culturalmente inscrita [respondeu Nancy Temple]. Em tempos era uma narrativa sobre o castigo divino e a possessão demoníaca. Agora é a história de um gene defeituoso e é provável que um dia se venha a transmutar em qualquer outra coisa. Quanto aos genes de que não sabemos nada, bem, é óbvio que nada tenho a dizer. Os genes que foram descritos, como é evidente só podem chegar até nós mediados pela cultura.»

Ian McEwan, Solar, Gradiva, Lisboa, 2010, pp. 160-161.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sem avaliação externa a sério a autonomia escolar será um pesadelo




Concordo com as ideias aqui defendidas por Nuno Crato e espero que ele consiga executá-las.

Contudo, acho indispensável acrescentar o seguinte: para que a alargada autonomia  escolar defendida  por Nuno Crato não se transforme nalguns sítios em caciquismo e noutros em delírio e arbitrariedade, é preciso que a avaliação externa a sério (nomeadamente, exames nacionais mais exigentes e num maior número de disciplinas e anos de escolaridade) avance primeiro. Não basta fazer as coisas simultaneamente. Se a avaliação externa, embora prevista, não for uma realidade "palpável", muitas pessoas farão uma utilização miseravelmente interesseira da autonomia escolar. Sem avaliação externa a autonomia escolar será um pesadelo e muitas escolas ficarão ainda piores do que estão.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Preparação para a mudança

Num texto escrito em 1995 - Os professores e as ciências da educação -, Aires Almeida procurou mostrar que o nome "ciências da educação" esconde coisas muito diversas: as desastrosas teorias pedagógicas conhecidas por "eduquês", mas também estudos empíricos sérios de sociologia e psicologia da educação.

Argumenta, contudo, que o conhecimento de tais estudos não são necessários para se ser bom professor de Matemática ou Filosofia. Estes precisam é de saber bem matemática e filosofia.

"Não vejo qual seja a  relevância [de tais estudos] para a prática lectiva do professor na sala de aula. Investigações desse género têm implicações na constituição de turmas, definição do horário escolar, selecção de currículos e coisas assim, que não dizem directamente respeito ao que cada professor faz nas aulas com os alunos. Trata-se de coisas decididas num nível superior de decisão. São estudos úteis aos técnicos que trabalham no ME e que legislam sobre tais matérias. Lidar com isto exige estudo e competência científica. Mas, insisto, creio que nenhum professor depende disso para ser bom professor."

Vale a pena ler tudo! Até porque Nuno Crato, o novo ministro da educação, pensa de modo semelhante e, goste-se ou não, convém que nos  preparemos para a mudança. Pela minha parte, gosto e não podia estar mais de acordo.

domingo, 19 de junho de 2011

Quais devem ser as prioridades do novo ministro da educação?

Na internet e nos jornais abundam os textos explicando quais devem ser as prioridades do novo ministro da educação. Infelizmente, não costumam ir além de afirmações vagas e etéreas sobre a autonomia e gestão das escolas e a avaliação dos professores.

Gostaria por isso de apresentar algumas ideias concretas e terra a terra.

O próximo governo deve:

A) Mudar o estatuto do aluno, introduzindo (tal como existe para os professores) um limite para justificar faltas sem comprovativos legais, apenas com base na palavra do encarregado de educação ou do aluno (se maior). Duas ou três faltas sem comprovativo por período, no máximo.

B) Mudar o estatuto do aluno, permitindo que os alunos voltem a chumbar automaticamente por faltas.

C) Mudar o estatuto do aluno, simplificando os procedimentos disciplinares e tornando mais rápida e menos burocrática a aplicação de sanções.

D) Mudar os programas de muitas disciplinas, tornando-os mais pequenos e centrados nos conteúdos fundamentais das disciplinas (extirpando-os portando das tretas pseudo pedagógicas provenientes do “eduquês”).

F) Introduzir exames nacionais obrigatórios no final de cada ciclo e num número maior de disciplinas (o exame de Filosofia, por exemplo, devia passar a ser obrigatório).

G) Estabelecer 9,5 valores como nota mínima nos exames nacionais para efeitos de aprovação na disciplina.

H) Mandar fazer exames mais exigentes e difíceis do que os actuais.

I) Fazer menos leis do que os últimos governos e não estar sempre a alterá-las.

Não referi a importante questão da avaliação dos professores, pois gostaria que nos próximos anos se focasse a atenção não nos professores mas sim nos alunos e, sobretudo, naquilo que estes devem aprender.

Aliás, uma das razões pelas quais a avaliação dos professores tem corrido tão mal é porque não se cuidou antes de outros aspectos, nomeadamente da avaliação dos alunos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Contra a passagem dos dias

O poema original:

Μονοτονία

Την μια μονότονην ημέραν άλλη
μονότονη, απαράλλακτη ακολουθεί. Θα γίνουν
τα ίδια πράγματα, θα ξαναγίνουν πάλι —
η όμοιες στιγμές μας βρίσκουνε και μας αφίνουν.

Μήνας περνά και φέρνει άλλον μήνα.
Aυτά που έρχονται κανείς εύκολα τα εικάζει·
είναι τα χθεσινά τα βαρετά εκείνα.
Και καταντά το αύριο πια σαν αύριο να μη μοιάζει.

E a tradução:

Monotonia

Um dia cinzento
a que se segue outro dia cinzento.
As mesmas coisas
acontecendo uma e outra vez.
Os mesmos momentos chegam e partem.

Cada mês passa e traz o mesmo outro mês.
Não é difícil prever o que vai acontecer
porque o que acontece hoje é igual ao de ontem.
E a-manhã parecerá que não é a manhã.

(C.P. Cavafy)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pode ler no blogue De Rerum Natura

A professora Helena Damião da Universidade de Coimbra, a quem agradeço, publicou  no De Rerum Natura  parte do trabalho (divulgado neste blogue) da aluna Ana Marta Nunes do 11º C. Pode ler aqui.

domingo, 5 de junho de 2011

Finalmente aconteceu...

O facto previsto aqui ocorreu: desfez-se mesmo! E agora é possível  falar (e ouvir falar) apenas do verdadeiro Sócrates:Sócrates

Adolescência e sexualidade: a perspectiva dos alunos (4)

No âmbito do projecto de Educação Sexual, foi-nos pedido que elaborássemos uma  apreciação crítica do filme “Os Juncos Silvestres”, visionado nas aulas a propósito de um dos subtemas tratados: a identidade sexual e a adolescência.

Começo por referir que este não é o único tema do filme e não foi, sinceramente, aquilo que me chamou a atenção. Apesar disso, a descoberta da identidade sexual durante a adolescência é, sem dúvida, um ponto importante, especialmente no que diz respeito ao personagem François. Este não tinha qualquer noção de que era homossexual até ter tido uma experiência sexual com Serge. Após a descoberta da sua identidade sexual, François vê-se alvo de preconceitos por parte dos seus amigos, Henri e Maité, esta embora não seja uma pessoa preconceituosa (pelo contrário) chega mesmo a insultá-lo. Quando François procura os conselhos de um sapateiro, que vive com um parceiro do mesmo sexo, este trata o assunto como um tabu, recusando-se a falar com ele. Por outro lado, é difícil a  François aceitar a sua descoberta, como se percebe na cena em frente ao espelho (esplendidamente executada, na minha opinião), em que ele se tenta convencer a si próprio que “é maricas”.

Há duas tendências humanas que têm grande influência na existência deste tipo de preconceitos: a tendência de condenarmos tudo aquilo que seja diferente ou que não consigamos entender (o que explica que a sociedade discrimine os indivíduos homossexuais) e a tendência de seguirmos a opinião da maioria (o que faz com que um indivíduo se possa odiar a si próprio se fizer parte de uma das categorias discriminadas). O filme passa a mensagem de que a identidade sexual não é algo que possamos escolher, ao contrário do que muitas pessoas pensam. Podemos também inferir que as experiências sexuais que temos na adolescência, embora afectem, não determinam a nossa orientação sexual, por exemplo o personagem Serge, apesar de ter tido relações com François, de livre vontade, é claramente heterossexual.

Para além da homossexualidade, houve outros temas tratados no filme que considero pertinente referir. A amizade, a satisfação com a mediocridade, a revolta, os sentimentos de culpa infundados, a descoberta de uma razão para viver, todos esses aspectos são tratados em simultâneo, alguns focando-se mais num personagem em particular. A amizade de François tanto com Serge como com Maité é abalada pela revelação de que este é homossexual, mas acaba por prevalecer no final. Serge enfrenta a morte de um ente querido – o irmão – na guerra com a Argélia. Esta mesma guerra é uma obsessão para Henri, um jovem que não tem objectivos definidos e vive agarrado às notícias da guerra e tem um grande sentimento de culpa do qual não consegue fugir. Maité observa sem nada poder fazer, a situação da sua mãe, a qual fica cada vez mais consumida pelos sentimentos de culpa por não ter ajudado Pierre (o irmão de Serge) a desertar, o que resultou na sua morte.

Considero que todos estes temas podem ser enquadrados num único conceito: a auto-descoberta. Ao longo do filme, acontece algo de trágico na vida de cada um dos jovens. Primeiramente, todos tentam resistir às adversidades, mas acabam posteriormente por aprender que a única maneira de seguir em frente com a vida e minimizar o sofrimento é aceitar e adaptar-se às situações, tal como o junco da fábula citada no filme. Esta é a razão pela qual gostei do final do filme. A cena de encerramento deixa praticamente tudo em aberto, não oferecendo um desenlace conclusivo a toda a trama. Gostei deste final, pois entendo este filme não como uma história completa, mas sim como uma pequena parte da história de vida daqueles jovens – um certo período de tempo cheio de acontecimentos que lhes ensinaram muita coisa, dando-lhes ferramentas para enfrentar as dificuldades que ainda poderão advir na sua vida. O filme retrata um ponto de viragem na vida dos quatro jovens. É sobre aprender a seguir em frente. Logo, qualquer tipo de conclusão mais fechada não seria adequada ao filme, pois contrariaria este propósito.

No geral, achei “Os Juncos Silvestres” uma obra cinematográfica bastante boa pela autenticidade dos conflitos interiores dos personagens e o modo como estes os  ultrapassaram (embora não totalmente). No entanto, as relações entre os jovens pareceram um pouco apressadas e forçadas em alguns pontos do filme, nomeadamente a relação entre Henri e Maité. A melhor maneira de explicar a sua atracção, quase instantânea, que surgiu quando se conheceram seria a frase feita “opostos atraem-se”. No entanto, tal explicação não me parece muito aceitável. O facto de terem convicções políticas totalmente opostas explica o despertar de uma curiosidade mútua mas não a de uma atracção (que ultrapassa a definição de atracção física apenas) de tal magnitude. Uma outra coisa que condicionou aquilo que pude aproveitar do filme foi o facto de não me identificar com o modo de pensar e/ou os problemas de qualquer um dos personagens, o que diminuiu o impacto emocional da história, visto que esta é quase totalmente focada nos personagens e nos seus conflitos e interacções. Apesar disto (que acaba por ser uma perspectiva mais subjectiva, uma vez que deriva das minhas próprias experiências e personalidade), gostei bastante do filme devido ao realismo com que os temas por ele abordados foram retratados – sem qualquer tipo de artifício ou embelezamento. Acho que este tipo de exposição temática é de louvar. Além disso, este é um dos casos em que o todo é superior à soma das suas partes.

Anteriormente, disse que o tema da homossexualidade não me chamara muito a atenção. Pois bem, nenhum dos temas em particular me tocou especialmente, pois não me identifico com qualquer um deles. Mas a mensagem que extraí de “Os Juncos Silvestres” acerca de aprender a seguir em frente, apenas foi transmitida devido à maneira como os temas retratados se encaixam e complementam. Isso foi, na minha opinião, o melhor que o filme ofereceu.

Ana Marta Nunes, 11º C

Adolescência e sexualidade: a perspectiva dos alunos (3)

O filme «Juncos Silvestres» de André Téchiné retrata uma problemática da sociedade actual – a homossexualidade. Dá especial destaque aqueles que se encontram na fase da adolescência e são tantas vezes alvo de preconceito e discriminação. Além disso, são ainda abordadas questões políticas e sociais relacionadas com as situações de vida dos jovens personagens.

A acção decorre numa vila do sul de França nos anos 60, durante a guerra da Argélia, (na altura uma colónia francesa) pela independência. Este cenário de fundo gera tensão e revolta nalguns dos personagens que defendem ideias políticas diferentes: uns são comunistas e favor da independência e outros pensam o contrário. É interessante notar que nos dias que correm os jovens não se envolvem nem se interessam tanto por tipo de assuntos. É importante destacar que, embora se tenha modificado na sociedade actual a conduta e o modo de pensar quanto a certas questões (políticas por exemplo), continuam a existir dogmas - lamentavelmente intocáveis - como é o caso dos preconceitos quanto às relações entre indivíduos do mesmo sexo.

A intolerância que se verifica por parte da sociedade, a discriminação e a inibição da liberdade de cada um em detrimento daquilo que se pensa ser uma verdade incontestável (mas que não o é, de todo) é a maior responsável pelo medo em assumir uma orientação sexual diferente da heterossexual. Os sentimentos de rejeição e de não-aceitação causam grande sofrimento e podem  conduzir até à depressão e ao suicídio.

Mas este filme vai além de questões políticas, sociais e sexuais. Espelha os dilemas vividos por jovens adolescentes nas amizades e nas relações amorosas. A intensidade das emoções, a dualidade de sentimentos, a vida escolar e outros temas são constantes ao longo de toda a narrativa, e por isso o argumento - brilhantemente construído – pode ser apreciado por todas as faixas etárias, incluindo adultos.

O filme em si, na minha perspectiva, pretende exactamente abrir os horizontes e as mentes retrógradas que ainda negam a possibilidade dos relacionamentos homossexuais e que ainda defendem que os sentimentos e ideias dos mais jovens são superficiais e vagos e, portanto, não devem ser levados a sério. Na verdade, creio que ninguém escolhe a sua orientação sexual – ela define-se ao longo do crescimento e não é uma opção que se faça como se escolhe o que se vai comer ao jantar. Penso que se cada um de nós se colocasse na posição de um homossexual, seria mais fácil compreender quão irracional é a discriminação. Acresce o facto de os adolescentes homossexuais (como François, o personagem principal do filme) além de se sentirem muitas vezes confusos, diferentes e de passarem por uma enorme turbulência emocional, serem ainda obrigados a lidar com ideias preconceituosas, que geram ainda mais instabilidade ao nível de sentimentos. Quanto às ideias dos mais jovens, basta salientar que se não acreditassem nelas não as defendiam e que a idade não tem relação directa com o estado cognitivo de um indivíduo.

O mundo seria tão melhor se não olhássemos para os nossos umbigos, se nos preocupássemos em resolver questões realmente importantes e em participar activamente nas questões nacionais para benefício de toda a população, ao invés de nos ficarmos pela mesquinhice de julgar os outros - pela sua orientação sexual, raça e tantas outras coisas mais – como se as nossas fossem todas acertadas…

Daniela Romba, 11º C

Juncos Silvestres é um filme francês, realizado por André Téchiné, passado em França durante a Guerra da Argélia, que retrata as inúmeras experiências vividas por quatro jovens amigos e o modo como estas vão influenciar as suas vidas.

Ao longo deste processo de descoberta, um dos amigos – François – percebe que é homossexual. E, a partir do momento em que ele se começa a aperceber da sua identidade sexual, é-nos mostrada a forma como várias personagens lidam com esta situação, nomeadamente a sua melhor amiga Maité; o amigo com quem tem as suas primeiras experiências homossexuais – Serge; o seu colega de quarto Henri; os colegas de escola; um senhor que é também homossexual, a quem François recorre desesperadamente para tentar compreender a sua situação e, até ele próprio. O facto de, no filme, a homossexualidade ser abordada de diferentes pontos de vista, permite-nos ter uma visão mais ampla de como as pessoas reagem – desde o preconceito e insulto  mais grosseiro até à aceitação inquestionável da amiga (Maité) com quem partilha uma relação de muita proximidade e que encara a realidade com uma mente aberta.

Um pormenor importante, as vezes esquecido quando são discutidos temas controversos como a homossexualidade, é o processo por que a pessoa está a passar. Ou seja, o quanto se pode tornar doloroso e confuso o caminho que é percorrido até acharmos a nossa identidade sexual, se esta não for como a sociedade muitas vezes padroniza (heterossexualidade). No entanto, o realizador teve cuidado com este aspecto e focou-o muitas vezes ao longo do filme. Isto pode ser observado quando, por exemplo, François está defronte do espelho e começa a dizer em voz alta, repetidamente, que é gay, como se se estivesse a mentalizar a ele próprio; ou quando ele procura ajuda junto a Maité, que o aconselha a falar com um sapateiro da cidade onde moram, que também é homossexual, ao qual François se dirige, ainda que com receio, e este mostra-se envergonhado de si próprio e não é útil de forma alguma. Já no culminar do desenrolar da acção, François decide confrontar Serge com o facto de estar apaixonado por ele e saber se o que ele sente é correspondido. Do meu ponto de vista, este foi um acto de bastante coragem da parte de François, uma vez que tudo o que ele queria era saber a verdade e, para isso, expôs-se sem qualquer garantia ou expectativa do que ia suceder. E, apesar de Serge não o corresponder, François aceitou e conformou-se, continuando seu amigo. Isto contraria a ideia - de que os homossexuais muitas vezes são alvo - de não agirem como homens, mas sim “ maricas”. Neste caso, é claro que se passou precisamente o oposto.

Na minha opinião, uma reflexão sobre o filme mostra-nos que a sociedade actual não tem uma forma de pensar muito diferente de há cinquenta anos. O filme passa-se  na década de sessenta. Nesta altura eram comuns as ideias pré-concebidas acerca da homossexualidade e quem tinha esta orientação sexual era automaticamente julgado, gozado e posto de parte. Hoje em dia, pode existir um maior número de pessoas que tem uma mente aberta em relação a este assunto, mas ainda é muitas vezes observada a discriminação sexual. Muita gente ainda continua a pensar desta forma no século XXI e tem uma mentalidade retrógrada.

De uma forma geral, este filme permite-nos entender que para nós  criarmos a nossa própria identidade é necessário passarmos por várias experiências durante o período da adolescência. Contudo, estas não determinam a nossa personalidade e a identidade sexual futura, apenas ajudam a construí-la. Para terminar, acrescento apenas que, além de todo o enredo fantástico e da relação entre as personagens, o título atribuído é uma referência a uma fábula de La Fontaine (do carvalho e do junco) contada no filme.

Inês Pedro, 11ºC

Adolescência e sexualidade: a perspectiva dos alunos (2)

“Os Juncos Silvestres” é um filme que fala da adolescência, misturando diversos ingredientes, tais como: amor, política, homossexualidade, discriminação, natureza…

A adolescência é uma fase do nosso desenvolvimento enquanto seres humanos que marca a transição entre a infância e a idade adulta. É nesta etapa que metamorfoseamos o nosso ser e esculpimos o que seremos no futuro. A nossa identidade e personalidade estão a ser aperfeiçoadas e, portanto, nenhum adolescente é “estável”.

Pelo que li, ainda há dúvidas acerca das causas que potenciam a orientação sexual. Não se sabe se esta se deve a motivos genéticos ou se é estabelecida durante a infância e influenciada por factores exteriores. Provavelmente, a orientação sexual é determinada não por um factor mas por um conjunto deles, tanto genéticos, como hormonais e ambientais.

Um aspecto que considero relevante analisar no filme “Os Juncos Silvestres” é que, para além da personagem principal, François, ser realmente aquela cuja orientação sexual já está definida - homossexual - este aparece-nos como sendo um rapaz sensível e frágil, ao contrário das outras personagens masculinas que, apesar de já terem vivido experiências homossexuais, essas não passaram de meras fases de experimentação. Assim sendo, no filme, é-nos apresentada uma ideia generalizada acerca dos rapazes homossexuais: os gays são efeminados. Não nego que existam gays efeminados, mas também existem rapazes heterossexuais efeminados. O filme acaba por fomentar um estereótipo, mesmo que não premeditado: como é um gay.

As reacções que este tipo de filmes causa nos rapazes acabam por ser hilariantes (pelo menos para mim!). Nos momentos que poderiam provocar algum tipo de “desconforto”, eu prendia a minha atenção nos meus colegas (rapazes). Com uma expressão chocada e a mão colada ao rosto subitamente… Só lhes faltava esconderem-se debaixo da mesa. Não é todo o rapaz que aceita a homossexualidade masculina de ânimo leve. Porque será? Será por sentirem a sua virilidade ameaçada? Não faço a mínima ideia, mas sempre posso especular. Não querendo generalizar, penso que as raparigas costumam ter uma maior tendência para o sentimentalismo do que os rapazes, ao ponto de se mostrarem mais condescendentes neste tipo de assuntos. Podemos remeter este facto para a educação. Há uma pressão cultural nos rapazes diferente das raparigas. Eles são direccionados para assuntos e pensamentos mais práticos, enquanto as raparigas dão mais importância aos sentimentos – inclusive o amor. O filme “Os Juncos Silvestres” acaba também por ter esse ingrediente, ao qual alguns rapazes não dão tanto valor: são só lamechices. Num debate entre rapazes e raparigas, quer seja acerca de gays ou lésbicas, provavelmente as raparigas apelariam muito mais ao factor sentimental do que os rapazes. Por outro lado, se este filme fosse sobre duas raparigas lésbicas, os rapazes não teriam tanta repulsa, ou um colega meu não teria dito: “Se vamos ver um filme sobre essas coisas porque é que tem de ser sobre gays? Podia ser um filme de lésbicas!”. Não estou de forma alguma a discriminar ou censurar. O certo é que, repito, não querendo generalizar, acaba por ser um facto.

Sejamos sinceros, há uns tempos atrás, demonstrações de afecto na via pública – entre um homem e uma mulher, não eram aceites pela sociedade e podiam até ser punidos. Os tempos mudaram mas desde sempre que todas as sociedades assentam em determinados padrões, estes acabam por nos influenciar e orientar (conscientemente ou não). E tal como crescemos segundo determinados padrões, também existem normas que não podemos negar. Quando digo normas não estou a dizer “Os meninos têm de gostar de meninas e as meninas têm de gostar de meninos”. Não! Imaginemos: num jardim só costumam crescer flores vermelhas, mas de quando em vez nascem flores amarelas. A norma é brotarem vermelhas, o que não significa que não possam nascer amarelas. Vejamos outro exemplo: temos um saco repleto de moedas douradas, mas três delas são pretas. A norma é serem douradas, mas a verdade é que também lá estão três moedas pretas. Por norma, ninguém anda despido na rua, mas há malucos para tudo. E quando digo “malucos” já estou a partir no princípio que andar despido na via pública não é normal.

Se analisarmos isto de uma outra perspectiva, no fundo, a discussão destes assuntos acaba por ser uma tentativa de elevar a diferença e igualá-la à norma. Estamos a tentar que as moedas pretas sejam tão naturais naquele saco como as douradas, quando não o são. Estamos a tentar que a homossexualidade seja tão natural como a heterossexualidade. Por norma, e pelo que é natural, os machos acasalam com as fêmeas para procriar. Aqui temos um tipo de cartas na mesa, mas ainda nos falta uma parte do baralho. A bissexualidade, a heterossexualidade, a homossexualidade, a assexualidade... não são fantasias, caprichos ou escolhas. Quando falamos de seres humanos temos de ter em conta factores muito mais complexos, como: sentimentos, relações inter-pessoais, educação, religião… Estamos a falar de pessoas e todas as pessoas têm direito a amar e ser amadas. Ou não? Chegada eu a este ponto, talvez tudo isto só demonstre a minha ignorância.

Les Roseaux Sauvages é um filme interessante, do ponto de vista social, político e pedagógico. Consegue causar diversas sensações e, quer queiramos quer não, não é um tipo de filme que rapidamente esqueçamos, quer pela fotografia (é belissíma), quer pelos actores, quer pelo sacrifício que é ter de vê-lo numa aula (com alguns colegas a reagirem chocados a certas imagens), quer pelo excelente argumento…

Catarina Gil, 11ºA

Adolescência e sexualidade: a perspectiva dos alunos (1)

Realizei nas aulas do 11º ano (turmas A e C) algumas actividades (ver aqui, aqui e aqui) inseridas no âmbito do projecto de Educação Sexual. Uma delas foi o visionamento do filme "Os juncos silvestres" de André Téchiné. Solicitei ao alunos que fizessem, individualmente, uma apreciação crítica do filme.

Os melhores trabalhos foram realizados pelas alunas: Anastasia Borozan, Jocemira Ribeiro, Catarina Gil (do 11º A), Daniela Romba, Inês Pedro e Ana Marta Nunes (do 11º C).

Ei-los:

O retrato da adolescência no filme “Os juncos silvestres”.

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A adolescência é a fase de introspecção, do verdadeiro desabrochar, da transformação de uma criança numa pessoa adulta, com uma outra visão acerca do mundo! Nesta fase tudo muda: as características físicas, psicológicas… o que torna os adolescentes, por vezes, criaturas confusas e desorientadas.

O filme “Os juncos silvestres”, realizado em 1994 por André Téchiné, aborda assuntos relativos à adolescência, tais como o auto-conhecimento, a descoberta de amizades, a orientação sexual, as novas experiências dos adolescentes e a relação entre pais e filhos, neste estádio de transformação. A acção do filme decorre durante a independência da Argélia, uma colónia do norte de África , daí a referência às ideias políticas, mas também à literatura, uma das personagens (secundárias) do filme é uma professora.

De todos os assuntos que o filme trata, vou focar-me na sexualidade, visto que, pode-se tornar bastante complicado e problemático para um adolescente perceber que é diferente dos outros quanto à sua orientação sexual, o que acontece com um dos personagens principais do filme, François, ao descobrir a sua atracção por um colega.

A homossexualidade pode definir-se como a atracção física e/ou amorosa entre dois indivíduos do mesmo sexo. Admite-se hoje que a homossexualidade resulta de um processo de escolha afectiva, tal como entre heterossexuais, não sendo sinónimo de nenhuma patologia ou desequilíbrio genético, como durante muitos séculos se acreditou. Por se afastar do padrão normativo sexual da sociedade (heterossexual), a homossexualidade é ainda muitas vezes encarada como um comportamento não adequado socialmente, sofrendo discriminação. [definição retirada do site: http://www.infopedia.pt/$homossexualidade]

Actualmente, ainda existe um certo preconceito (uma opinião formada antecipadamente, sem fundamento sério ou análise crítica) em relação à homossexualidade. Pensa-se que esta é imoral e, por isso, apesar de ter sido legalizado nalguns países, o casamento e a adopção por parte de casais homossexuais, ainda é alvo de bastante reprovação social. Segundo os médicos o homossexualismo já não é sustentado enquanto diagnóstico médico. Isto porque alguns dos transtornos dos homossexuais decorrem, muitas vezes, mais da sua discriminação e repressão social - derivados do preconceito e do desvio ao que é considerado norma em termos morais e sociais - do que um problema de natureza biológica ou psicológica. Desde 1991, a Amnistia Internacional considera violação aos direitos humanos a proibição da homossexualidade.

A Igreja Católica Romana considera o comportamento sexual humano quase sacramental por natureza, no entanto os actos sexuais são unicamente para procriar, por isso a homossexualidade é considerado um ato pecaminoso pela doutrina: "Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimónio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas".

A personagem que no filme se assume como homossexual (François), interpretada pelo actor francês Gaël Morel, sentia-se atraído por rapazes e, isso deixou-o muito assustado. Ele tinha consciência que não era comum haver essa atracção por pessoas do mesmo sexo e de na sociedade tal facto não ser bem aceite. Assim, ele próprio era preconceituoso em relação a sua homossexualidade e ao descobrir a sua orientação sexual ficou apavorado, sentindo, muitas vezes, desprezo por ele próprio. Numa das cenas do filme, François olha-se ao espelho e repete para si desesperado: “Sou paneleiro, sou paneleiro?!”.

Na história contada no filme, François tem uma experiência sexual com Serge, o seu amigo. Este, por sua vez, não se assume como homossexual e diz que isso não passou de uma experiência. Enquanto, para Serge essa relação entre os amigos foi somente uma vivência diferente, para François, essa experiência, fê-lo perceber qual era verdadeiramente a sua identidade sexual. Desorientado, ele tenta encontrar ajuda e conselhos junto de um senhor de idade, que já se tinha assumido como homossexual. Contudo, este recusa-se a falar com François acerca deste assunto. Este repúdio aparece como uma advertência: assumir-se como homossexual iria ser um caminho extremamente difícil para o jovem, pois a sociedade ainda não estava preparada para aceitar pessoas com uma orientação sexual diferente da heterossexual.

O filme retrata de forma fidedigna a vida dos adolescentes nesta fase bastante complicada. Os jovens deparam-se com vários obstáculos, mas têm de os ultrapassar para poderem seguir em frente e, talvez, por isso o filme acaba com os quatro personagens juntos caminhando numa estrada (talvez a da vida)… numa “estrada abarrotada de dificuldades”.                                                 

Anastasia Borozan, 11º A

 

Nas aulas de Filosofia vimos o filme “ Les roseaux sauvages”, em português, “ Os juncos silvestres” (tem este nome devido a uma fábula, escrita por La Fontaine, com um junco e um carvalho. Esta fábula é na verdade uma metáfora para a vida de um adolescente). Este filme retrata a vida de quatro adolescentes: Maité, François, Serge e Henri. Aborda vários temas fundamentais da adolescência, nomeadamente a questão da identidade sexual. 

A história gira principalmente em torno de François. Ele descobre que se sente atraído por jovens do mesmo sexo e sente dificuldade em assumir a sua homossexualidade. Esta  é encarada com bastante preconceito pela sociedade, pois as pessoas maioritariamente aceitam ideias como "os homens têm de casar com mulheres e ter filhos". Este preconceito também é adquirido por influência da religião que vê a homossexualidade como “anti-natural”. No filme são bastante explícitas as reacções de desprezo, por parte de vários personagens, em relação às pessoas homossexuais, o uso insultos, como “paneleiro” e “maricas”, dá-nos conta desse facto.  Até Maité, apesar de aceitar a orientação sexual do amigo, usa este calão (cuja conotação é negativa e traduz ideias feitas), o que a torna, por vezes, contraditória. O próprio François não é excepção, também ele, inicialmente, se vê a si próprio como uma aberração: alguém a quem aconteceu algo errado.

François tem experiências homossexuais com Serge, que é heterossexual. Isto mostra-nos que ter este tipo de experiências na adolescência não é sinónimo de ser homossexual. A experimentação de novas situações e de diferentes papéis sociais é que ajuda a decidir a personalidade futura do adolescente. No fim do filme, verifica-se que o único que parece vir a ser, de facto,  homossexual é François. Até Maité,  que no início desprezava rapazes e recusava qualquer tipo de relação amorosa, acaba por se apaixonar por Henri.

No geral gostei do filme, pois fala, de modo realista, de temas como a masturbação, o estar apaixonado, a orientação sexual, a primeira relação sexual e a amizade. Gostei também do facto de abordar um assunto como a homossexualidade, que ainda é alvo de preconceitos, como pude constatar mesmo dentro da própria turma.

Todavia, é preciso não esquecer que o preconceito resulta de uma generalização infundada do ponto de vista racional, um juízo preconcebido que leva a uma atitude discriminatória. A meu ver, esta só mostra insegurança e ignorância por parte de quem o adopta. É o que acontece em relação à homossexualidade. Julgo que este filme pode ajudar a quebrar alguns estereótipos porque  mostra aspectos reais da  vida dos adolescentes. Este período não é tão fácil como parece e pode torna-se ainda mais difícil,  se nos demitirmos de analisar criticamente certos preconceitos. 

Jocemira Ribeiro, 11ºA

O dever de votar

Se não votar enfraquece a democracia, então votar é um dever.

sábado, 4 de junho de 2011

Beethoven: sinfonia nº 7 (segundo movimento, allegretto)

"Dos homens e dos deuses": a propósito da filosofia da religião

No âmbito da filosofia da religião, os alunos irão ver nas aulas da próxima semana o filme "Dos homens e dos deuses" (2010) realizado por Xavier Beauvois.

Neste filme são abordados alguns dos assuntos tratados nas aulas, como o perspectiva religiosa da existência humana, a fé, o fundamentalismo religioso... bons pretextos para o seu visionamento, além do argumento, do desempenho dos actores e da música maravilhosa (a do trailer é a sinfonia nº 7 de Beethoven, pode-se ouvir no post seguinte).