Peter Singer, A vida que podemos salvar – Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo, Gradiva, Lisboa, 2011.
Imagine que a caminho do trabalho vê uma criança prestes a afogar-se num pequeno lago, com 20 cm de profundidade. Salvá-la não implica nenhum risco de vida, mas molhará as calças e os sapatos e chegará atrasado ao trabalho. O que deve fazer? ‘Salvar a criança’, respondem quase todas as pessoas.
Mas, se é assim, porque é que essas pessoas não ajudam os “quase 10 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade que morrem todos os anos com causas relacionadas com a pobreza”? Se estão dispostas a ajudar indivíduos cujas dificuldades presenciam porque não ajudam também indivíduos cujas dificuldades não presenciam mas sabem ser reais?
Algumas pessoas ajudam, mas Peter Singer defende, em A vida que podemos salvar – Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo, que muitas mais deveriam ajudar. No Prefácio, afirma que escreveu o livro com dois objectivos principais. Primeiro, “pensar acerca das nossas obrigações perante pessoas que não conseguem sair da pobreza extrema”. Segundo, “convencê-lo [ao leitor] a fazer a escolha de dar mais do seu rendimento para ajudar os pobres”, fazendo por exemplo doações a organizações empenhadas no combate à pobreza.
Peter Singer defende que temos o dever moral de ajudar pessoas vítimas de pobreza extrema, mesmo que não as conheçamos, pois podemos fazê-lo sem sacrificar o nosso bem-estar, bastando diminuir um pouco o consumo que fazemos de produtos desnecessários. Ao longo do livro apresenta e discute diversos argumentos para justificar essas ideias. Terá razão?
Bem, ainda vou no primeiro capítulo… Seja como for, o livro merece ser lido e discutido.
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