quinta-feira, 26 de julho de 2012

Obrigar os professores a trabalhar demais será um bom negócio?

professor com excesso de trabalho

No próximo letivo terei cinco turmas: uma turma de Filosofia do 10º ano, duas turmas de Filosofia do 11º ano, uma turma de Sociologia do 12º ano e uma turma de Área de Integração de um Curso Profissional. Terei portanto quatro níveis, quatro coisas diferentes para ensinar ao mesmo tempo. O meu horário semanal totalizará 1100 minutos, uma vez que não tenho nenhuma redução apesar de ter vinte anos de serviço.

Os meus colegas de grupo (ou melhor, de subdepartamento) terão situações semelhantes. A Sara, por exemplo, terá cinco turmas, uma direção de turma e quatro níveis. Mesmo os colegas que já têm redução da componente letiva (menos 100 ou 200 minutos semanais) precisam de três ou quatro níveis para completar os seus horários.

Como explicarei noutro post, a principal causa dessa situação é a reestruturação curricular recentemente implementada.

Ter quatro níveis significa preparar simultaneamente aulas sobre assuntos muito diferentes, ainda para mais quando são também disciplinas diferentes. No meu caso, Filosofia, Área de Integração e Sociologia; mas tenho colegas que, além de Filosofia, lecionarão disciplinas como Ciência Política, Psicologia ou História da Cultura e das Artes. O facto de algumas dessas disciplinas pertencerem a Cursos Científico-Humanísticos e outras a Cursos Profissionais agrava essa dispersão, pois trata-se de cursos com lógicas de funcionamento bastante diferenciadas. Ter quatro níveis significará, portanto, uma enorme diminuição das condições de trabalho e prejudicará inevitavelmente a saúde e a vida familiar e pessoal dos professores. E mesmo que estes se disponham a sofrer esses prejuízos e se empenhem até ao limite das suas forças prejudicará também a qualidade do seu ensino.

É preciso não esquecer que a qualidade do ensino no próximo ano letivo será também prejudicada pelo aumento dos alunos por turma e pelos problemas daí decorrentes, nomeadamente de caráter disciplinar.

Enquanto isso, milhares de professores irão para o desemprego e muitos outros – que pertencem ao quadro e não podem ser mandados embora - andarão de escola em escola a tapar buracos (substituindo temporariamente colegas doentes, alguns devido precisamente a esta falta de condições de trabalho) e a realizar atividades que pouco mais são do que remendos e paliativos (apoios, coadjuvâncias, etc.)

Terá isto alguma lógica? Não seria melhor, em termos pedagógicos, dividir os alunos e as disciplinas por mais professores? (Não digo todos, pois sei que o Estado não pode garantir emprego a todas as pessoas que querem ser professores.) A resposta é evidente, mas não seria também melhor em termos económicos? O dinheiro que se poupará ao não pagar o ordenado a alguns milhares de professores compensará o custo económico do insucesso escolar provocado pelas más condições de trabalho dos professores? Duvido. Obrigar os professores a trabalhar demais dificilmente pode ser um bom negócio.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Insensatez

Insensatez: poema de Vinícius de Moraes e música de Tom Jobim. Aqui é cantada pela voz de Maria Toledo e  pelo maravilhoso saxofone de Stan Getz. As imagens são do filme A Noite, de Michelangelo Antonioni.

Aprender a pensar será mais difícil do que aprender a nadar?

aprendendo a nadar

Fotografia, cujo autor desconheço: Crianças aprendendo a nadar.

Se as crianças estivessem aprendendo a pensar, haveria algo que pudesse  fazer o papel daquela corda?

Sobre a crise e a justiça em Portugal

Podem aceder a dados sobre uma das causas (entre outras) da crise económica em Portugal, no jornal Expresso, AQUI.

Vale a pena, é esclarecedor.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Qual é a lógica dos horários zero?

Há em todo o país muitos professores do quadro das escolas que ficarão, no próximo ano, com horário zero (alguns testemunhos podem ser lidos, no jornal Público,  AQUI). Aqueles que ficam terão muito mais alunos (o número mínimo de alunos por turma aumentou) e muitas mais disciplinas e níveis diferentes para leccionar. Serei uma das pessoas bafejada com essa sorte.

Diz o ministro Nuno Crato que os professores com horário zero se poderão ocupar de várias outras tarefas nas escolas e não deixarão de receber os seus vencimentos no final do mês.

Qual é, então, a racionalidade destas medidas?

Para que servem resoluções, apressadas, mal explicadas e cuja execução revela mais uma vez (tal como aconteceu nos governos anteriores) desrespeito para com os docentes?

Este é um contributo para melhorar a qualidade de ensino nas escolas e as condições de trabalho dadas aos professores?

Sem dúvida que o ministério, agora da educação e da ciência, continua a querer fazer da profissão docente um autêntico pesadelo, os motivos podem variar (antes foi a avaliação de desempenho) agora são os agrupamentos, a redução arbitrária da carga horária de algumas disciplinas em detrimento de outras, o aumento significativo do número de alunos por turma... e os horários zero (alguns dos quais, confusamente, podem depois deixar de o ser. Mais uma vez depende da sorte).

Parece-me haver (infelizmente e apesar da cor partidária ter mudado) um certo desnorte na política educativa: uma planificação duvidosa e a ausência de ideias coerentes que sustentem as medidas agora em vigor. Se há ideias, não foram explicadas publicamente de forma adequada. Tudo isto é lamentável, pois eu esperava mais de Nuno Crato.

domingo, 22 de julho de 2012

Contradições pragmáticas: o rei de Espanha e os motards

Hoje, no desfile com que encerra a concentração anual de motas de Faro, vi um motard com uma t shirt onde estava escrito “amigo do ambiente”. Enquanto esse e outros motards aceleravam as suas motas paradas, competindo para ver quem produzia mais fumo e mais ruído, lembrei-me do rei de Espanha que, apesar de gostar de caçadas – nomeadamente de matar elefantes –, foi durante anos presidente honorário da organização World Wildlife Fund, dedicada à proteção da natureza e das espécies em vias de extinção.

Em filosofia chama-se a isso contradição pragmática (por vezes também se usa o nome contradição performativa) e é habitual as pessoas que caem nesse tipo de contradição não terem consciência do facto.

Rei de Espanha mata elefantes

desfile de motards faro

sábado, 21 de julho de 2012

Anúncios de emprego oferecem mais dinheiro a serralheiros que a engenheiros

SERRALHEIRO SOLDADOR

Os jovens que andam por estes dias a candidatar-se à Universidade deviam, talvez, ler esta notícia. Ou então repensar as razões pelas quais querem ingressar num curso superior. Quanto ao Ministério da Educação e Ciência, preferia que ninguém de lá fosse ler a notícia, pois com o desnorte e a precipitação que caraterizam muitas daquelas cabeças ainda concluem que é preciso substituir as ciências e as humanidades por Cursos de Serralharia ou Canalização.

«Serralheiros, canalizadores e torneiros mecânicos podem conseguir ordenados mais altos do que arquitetos ou advogados, nas 3000 ofertas de emprego disponíveis em Portugal, segundo o portal do Instituto de Emprego e Formação Profissional.»

Leia mais no PÚBLICO.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Bem vistas as coisas, é uma condição necessária mas não suficiente

"A única maneira de ter um amigo é sê-lo."

Ralph W. Emerson

O Verão, o Outono e duas grandes vozes

Duas canções, uma delas da minha cantora favorita (além da Amália, é claro!): Ella Fitzgerald. O ideal para acompanhar as leituras de Verão.

A incoerência do relativismo

 

Thomas Nagel

Thomas Nagel fornece aqui um possível ponto de partida para responder a esta questão.

«Habitualmente é uma boa estratégia perguntar se uma afirmação geral sobre a verdade ou o significado se aplica a si mesma. Muitas teorias (…) podem ser eliminadas imediatamente por meio deste teste. A noção familiar de que o relativismo se refuta a si mesmo continua válida apesar da sua familiaridade: não podemos criticar algumas das nossas próprias pretensões racionais sem usar a razão noutro momento qualquer para formular e apoiar essas críticas. O resultado pode ser a restrição do domínio dos juízos racionalmente defensáveis, mas não o seu desaparecimento. O processo de submeter as nossas convicções, alegadamente racionais, ao diagnóstico e à crítica externos deixa inevitavelmente intacta, para conduzir o processo, uma forma qualquer da prática de primeira ordem do raciocínio. O conceito de subjetividade exige sempre um quadro de referência objetivo, no interior do qual se localiza o sujeito e se descreve a sua perspetiva especial ou o seu conjunto de razões. Não podemos abandonar completamente o ponto de vista da justificação, que nos leva a procurar fundamentos objetivos.»

Thomas Nagel, A última palavra, tradução de Desidério Murcho, Gradiva, Lisboa, 1999,  pág. 24.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O relativismo acerca da verdade refuta-se a si mesmo?

O relativismo acerca da verdade refuta-se a si mesmo?

Esta é a questão colocada a concurso na edição de 2012 do Prémio de Ensaio Filosófico da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

No site da SPF ainda não se encontra disponível o regulamento, mas pode consultar AQUI o regulamento da edição de 2011. No ano passado a data de entrega foi o final de Dezembro.

O autor do ensaio vencedor receberá um prémio monetário (3500 euros, no passado ano). O ensaio vencedor será publicado na Revista Portuguesa de Filosofia.

"Uma Mão Com a Esfera Reflectora"  de Escher

Romances vindos da Islândia para o Verão

Do autor de «Gente Independente» e «Os Peixes Também Sabem Cantar»...
«O SINO DA ISLÂNDIA», de HALLDÓR LAXNESS
No final do século XVII, o emissário e carrasco do rei da Dinamarca confisca o sino de Þingvellir, velho símbolo da independência islandesa, com ordens para o desmantelar em peças e para o levar até Copenhaga. Jón Hreggviðsson, um agricultor condenado pela justiça por ser um ladrão de cordas, é acusado do seu homicídio. A sua fuga ocupará a justiça durante mais de 30 anos, transformando-o num peão dentro de um jogo que tem por cenário a história de conflitos políticos e sociais vividos entre 1650 e 1790 entre a potência dinamarquesa e a oprimida colónia islandesa.
Marcado por uma narrativa arrebatadora em cada página, «O Sino da Islândia» é aclamado como uma das obras maiores do prémio nobel islandês.

Informação retirada daqui.

Do mesmo autor, neste blogue, AQUI.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Um dia de Primavera

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Um dia de Primavera

Nossa vida no mundo é apenas um grande sonho.
Então, para quê nos atormentarmos?
Prefiro beber o dia inteiro,
e ficar deitado à sombra.

Ao acordar, olho em redor:
um pássaro gorjeia entre as flores.
Rogo-lhe que me informe
sobre a estação do ano, e ele responde
que estamos na época em que a primavera
faz cantarem os pássaros.

Como principiava a enternecer-me,
recomecei a beber,
cantei até a lua chegar
e de novo tornei a perder a noção das coisas.

Li Po (tradução de Cecília Meireles)

Nota: O poema foi tirado do livro(presumo) e foi copiado daqui. Julgo que a tradução foi publicada apenas no Brasil (não sei se a transcrição é ou não correcta, espero que seja).

 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Exame nacional de Filosofia da 2ª Fase: critérios de correcção

Critérios de correção do Exame de Filosofia da 2ª Fase

Exame nacional de Filosofia da 2ª Fase: enunciado

Exame de Filosofia da 2ª Fase - 2012

O exame de Filosofia da 2ª fase e a distinção entre filosofia e conversa fiada

exame de filosofia

Ainda não vi o exame de Filosofia, que acabou há 20 minutos, mas disseram-me que saiu uma pergunta sobre a diferença entre demonstração e argumentação, com um texto de Michel Meyer.

Que livros e artigos de filosofia lerão os professores que fazem exames nacionais para se lembrar de perguntas como essa? Eis um texto que lhes faria bem ter lido e que os teria levado a não fazer essa pergunta: Argumentação e demonstração.

Há uma distinção que é mais urgente de fazer que a distinção entre demonstração e argumentação: é a distinção entre filosofia e conversa fiada erudita.

Forever Young

May your wishes all come true
May you always do for others
And let others do for you
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung
May you stay forever young

Bob Dylan: Forever Young

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Para o exame nacional de Filosofia da 2ª Fase

Amanhã realiza-se o exame nacional de Filosofia da 2ª Fase, deixo alguns links de posts deste blogue sobre os conteúdos programáticos em que este irá incidir. Espero que esta seja uma oportunidade proveitosa! Para a maioria dos meus alunos que foram à 1ª Fase foi.

E não esqueçam “Ousem servir-se do vosso próprio pensamento!” (Kant).

Bom estudo a todos!

Exame nacional de Filosofia: temas do 10º ano
Exame nacional de Filosofia: temas do 11º ano

Resiliência e capacidade de adaptação

No próximo ano letivo a maioria dos professores terá mais turmas, e com mais alunos, e mais níveis ou disciplinas. Mais trabalho e menos condições para o fazer com eficácia e qualidade. O que não impedirá o ministério e a sociedade de esperar que os professores preparem bem os alunos e que os levem a ter melhores resultados nos exames. Enquanto isso, milhares de outros professores estarão no desemprego. Não faz sentido, pelo menos em termos pedagógicos.

Contudo, não é preciso saber muito de economia e finanças para perceber que essa situação veio para ficar. Não são medidas conjunturais. O futuro vai ser assim ou talvez ainda um pouco pior.

Salta à vista que as manifestações de professores, ou outras formas de protesto que surjam, não conseguirão mudar a situação.

Portanto… Conseguiremos aguentar? Conseguiremos adaptar-nos e fazer bem o nosso trabalho? E essa adaptação poderá ser conseguida apenas graças à inteligência e à criatividade (como sugere este pequeno vídeo) ou implicará um sacrifício ainda maior da vida pessoal e familiar? 

Seja como, há certamente um limite para aquilo que um professor pode aguentar sem comprometer completamente a qualidade do trabalho. E talvez não estejamos longe desse limite, pelo menos para alguns deles (pois nem todos têm as mesmas condições de trabalho – mas essa é uma outra história).

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Preparação para os exames da 2ª fase

os livros são pontes

Uma das causas dos maus resultados em exames e testes é a falta de estudo. Outra causa é o estudo inadequado. Muitos alunos não sabem estudar e, por isso, o seu estudo não é eficaz, mesmo que estudem muitas horas.

Vejamos dois exemplos.

Imensos alunos (possivelmente a maioria) não leem as obras analisadas nas aulas de Português, leem unicamente resumos das obras, por vezes dados pelos próprios professores.

Imensos alunos (talvez a maioria) estudam filosofia decorando algumas folhas de apontamentos (que por vezes nem são da sua autoria, sendo resumos feitos por colegas ou meras transcrições do manual e de explicações dadas nas aulas). Não tentam compreender o que querem realmente dizer aquelas frases nem tentam avaliar se as ideias por elas expressas são verdadeiras ou falsas, justificadas ou injustificadas.

Muitos alunos não sabem estudar e nem todos eles podem usar a desculpa de que nunca os ensinaram a estudar.

Duvido que esse aspeto, conhecido por todas as pessoas que têm alguma ligação ao ensino mas raramente referido em público, seja equacionado nas análises que estão a ser feitas aos resultados dos exames nacionais, nomeadamente de Português e de Filosofia.

É claro que os professores, as direções das escolas, os autores de programas e manuais e, entre outros, o ministro da educação, devem ser responsabilizados (em graus diferentes) pelos maus resultados dos alunos. E habitualmente são responsabilizados. Mas os próprios alunos nunca são, pelo menos publicamente, responsabilizados. Nem por eles próprios nem pelas pessoas que costumam falar publicamente sobre educação.

Seja como for. Faltam poucos dias para os exames nacionais da 2ª fase começarem e para alguns alunos talvez seja tarde demais para recuperar e corrigir a falta de estudo ou o estudo inadequado. Mas para outros talvez não seja tarde demais. A melhor preparação que podem fazer para esses exames não é decorar resumos, mas compreender e discutir (consigo mesmo e com eventuais colegas de estudo) as ideias que fazem parte da – como se diz na gíria - “matéria”. É uma atitude melhor que arranjar desculpas.

terça-feira, 10 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Inquietação

Philip Roth

«Desde aquela noite em que fomos para a cama pela primeira vez, oito anos atrás, nunca mais tive um momento de paz porque, quer ela percebesse quer não, a partir daí eu fui só fraqueza e preocupação, porque nunca consegui perceber se a solução era vê-la mais ou vê-la menos, ou não a ver sequer, desistir dela – fazer o impensável e, aos sessenta e dois anos, desistir voluntariamente de uma esplendorosa rapariga de vinte e quatro anos que me dizia centenas de vezes “Adoro-te”, mas nunca, nem mesmo hipocritamente, “desejo-te, quero-te tanto (…)”.

Consuela não era assim. No entanto, era por isso que o medo de a perder para alguém nunca me abandonava, era por isso que a tinha sempre no pensamento, era por isso que, com ela ou afastado dela, nunca me sentia seguro a seu respeito.»

Philip Roth, O Animal Moribundo, Dom Quixote, Lisboa, 2006, pág. 28.

Medidas simples para melhorar os resultados dos exames nacionais

rapariga estudando

A) Mudar os programas. Nomeadamente: libertá-los da influência nefasta do “eduquês”.

B) Promover ações de formação para professores tendo em vista a sua atualização científica (escolhendo como formadores pessoas de reconhecida competência científica e não apenas porque têm as credenciais de formador, pois estes na sua maioria só sabem debitar as tretas do “eduquês”).

C) Introduzir exames nacionais obrigatórios num número maior de disciplinas (o exame de Filosofia, por exemplo, devia tornar-se obrigatório).

D) Estabelecer 9,5 valores como nota mínima nos exames nacionais para efeitos de aprovação na disciplina.

E) Fazer exames mais exigentes do que os atuais. E mais rigorosos e fiáveis, já agora.

F) Tornar politicamente claro que essas mudanças seriam duradouras e não seriam revogadas com a substituição do ministro.

Durante um ano ou dois os resultados não seriam bons, mas depois começariam a melhorar.

Hoje é um dia especialmente oportuno para defender essas ideias, uma vez que se soube que os resultados nos exames nacionais de várias disciplinas foram francamente maus. Parece-me óbvio que é preciso tentar uma mudança a sério: ousada, mas pensada e organizada. Uma mudança que não precise de mudança ao fim de pouco meses.

Os resultados dos exames nacionais de 2012 não são famosos

ver os resultados dos exames

Exames nacionais: Secundário com médias negativas nas provas mais concorridas.

Era previsível. Agora - ou seja, no próximo ano letivo - é preciso…

E a Filosofia? O jornal não diz nada.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O tesouro de Calvin & Hobbes

Parece que Bill Watterson faz anos hoje. Espero que receba muitos presentes, pois o que nos deu ao criar as histórias do Calvin e do Hobbes foi imenso – um tesouro inesgotável. Eis dois exemplos.

Calvin & Hobbes quanto tempo de escola é preciso

ET IntelligentLife

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Licenciaturas rapidinhas

Eis um bom exemplo do dito popular “rir para não chorar”. Só espero que o ministro que se licenciou num ano - caso tenha a decência de se demitir, ou o primeiro-ministro tenha a decência de o demitir – não decida também ir estudar filosofia. É que o outro político português que o fez, depois de se ter licenciado ao domingo em engenharia, já atraiu sobre a filosofia piadas suficientes…

Ricardo Araújo Pereira: “Doutor instantâneo” - Mixórdia de Temáticas, Rádio Comercial.

10º Encontro nacional de professores de Filosofia: 7 e 8 de Setembro

10º ENPF - CARTAZ SPF

10º ENPF - Folheto-Programa SPF

Não é preciso temer a morte

“A morte, o mais temido dos males, não nos diz (…) respeito; pois enquanto existimos a morte não está presente, e quando a morte está presente nós já não existimos. Nada é portanto nem para os vivos nem para os mortos visto que não está presente nos vivos, e os mortos já não são.”

Epicuro, Carta a Meneceu, Crítica [Revista de Filosofia] - http://criticanarede.com/meneceu.html

Durer a morte Death

Desenho de Albrecht Dürer.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A caricatura é pesada mas, ainda assim, há semelhanças com a realidade

“Acho que devíamos ter positiva só de vir fazer o exame, pois uma pessoa levantar-se de manhã e vir para a escola já demonstra da nossa parte, os alunos, um grande espírito de iniciativa que devia ser valorizado…”

Esta afirmação é feita no sketch de modo irónico, mas é posta em prática por muitos professores em muitas escolas – nos cursos profissionais e não só.  É por isso que é necessário e urgente que se estabeleçam metas curriculares claras e exigentes para todos as disciplinas e níveis de ensino, à semelhança do que agora foi feito para algumas disciplinas do ensino básico.

Sketch do programa televisivo Estado de GRAÇA (RTP1): "Exames Nacionais".

O melhor é mesmo comer muitos livros!

 

Para o Henrique que no próximo ano irá aprender a ler.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que é estar apaixonado? O Sapo responde...

A colecção dos livros do Sapo, do holandês  Max Velthuijs (muito famoso ao que parece entre as crianças da sua terra e da nossa), tem os melhores livros infantis que eu conheço. Os meus filhos também o confirmaram.

O segredo é simples: desenhos maravilhosos, linguagem simples (sem falsos moralismos) e temas interessantes: a amizade, o amor, a morte, o preconceito, o medo... Explicações sem pressupostos, perguntas para fazer pensar e situações relacionadas com as vivências das crianças.

Uma maravilha também para adolescentes e adultos. Pois, afinal, a todos interessa saber, por exemplo, o que é estar apaixonado. Não será?

Descobri no Youtube a história narrada por crianças e garanto-vos que é uma delícia ouvi-la!!!

Para conhecer mais sobre outros livros do Sapo, ver AQUI.

Outro artigo, neste blogue, acerca dos livros do Sapo:  AQUI.