sexta-feira, 20 de julho de 2012

A incoerência do relativismo

 

Thomas Nagel

Thomas Nagel fornece aqui um possível ponto de partida para responder a esta questão.

«Habitualmente é uma boa estratégia perguntar se uma afirmação geral sobre a verdade ou o significado se aplica a si mesma. Muitas teorias (…) podem ser eliminadas imediatamente por meio deste teste. A noção familiar de que o relativismo se refuta a si mesmo continua válida apesar da sua familiaridade: não podemos criticar algumas das nossas próprias pretensões racionais sem usar a razão noutro momento qualquer para formular e apoiar essas críticas. O resultado pode ser a restrição do domínio dos juízos racionalmente defensáveis, mas não o seu desaparecimento. O processo de submeter as nossas convicções, alegadamente racionais, ao diagnóstico e à crítica externos deixa inevitavelmente intacta, para conduzir o processo, uma forma qualquer da prática de primeira ordem do raciocínio. O conceito de subjetividade exige sempre um quadro de referência objetivo, no interior do qual se localiza o sujeito e se descreve a sua perspetiva especial ou o seu conjunto de razões. Não podemos abandonar completamente o ponto de vista da justificação, que nos leva a procurar fundamentos objetivos.»

Thomas Nagel, A última palavra, tradução de Desidério Murcho, Gradiva, Lisboa, 1999,  pág. 24.

Sem comentários: