Num texto escrito em 1995 - Os professores e as ciências da educação -, Aires Almeida procurou mostrar que o nome "ciências da educação" esconde coisas muito diversas: as desastrosas teorias pedagógicas conhecidas por "eduquês", mas também estudos empíricos sérios de sociologia e psicologia da educação.
Argumenta, contudo, que o conhecimento de tais estudos não são necessários para se ser bom professor de Matemática ou Filosofia. Estes precisam é de saber bem matemática e filosofia.
"Não vejo qual seja a relevância [de tais estudos] para a prática lectiva do professor na sala de aula. Investigações desse género têm implicações na constituição de turmas, definição do horário escolar, selecção de currículos e coisas assim, que não dizem directamente respeito ao que cada professor faz nas aulas com os alunos. Trata-se de coisas decididas num nível superior de decisão. São estudos úteis aos técnicos que trabalham no ME e que legislam sobre tais matérias. Lidar com isto exige estudo e competência científica. Mas, insisto, creio que nenhum professor depende disso para ser bom professor."
Vale a pena ler tudo! Até porque Nuno Crato, o novo ministro da educação, pensa de modo semelhante e, goste-se ou não, convém que nos preparemos para a mudança. Pela minha parte, gosto e não podia estar mais de acordo.
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