quarta-feira, 15 de abril de 2009

Como se originou, segundo Hume, a ideia de Deus?

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Estátua do filósofo David Hume (1711-76), em Edimburgo, na Escócia.

De acordo com Hume, todas as ideias que possuímos tiveram origem na experiência, mais precisamente em impressões. Ideias como a de dor, alegria, frio, calor, extraterrestre, anjo, triângulo… resultam da recordação de certas impressões (sensações externas ou internas experienciadas pelo sujeito), consideradas isoladamente ou, então, combinadas entre si com a ajuda da imaginação (por exemplo: a ideia de anjo resulta da junção das impressões de homem e pássaro).

Tal como o filósofo empirista Locke, Hume defende a origem a posteriori das ideias. Tudo o que podemos pensar e imaginar, em última análise, provém do contacto com as coisas do mundo.

E a ideia de Deus? Como se explica a sua formação?

Diz Hume: “ (…) ao analisarmos os nossos pensamentos ou ideias, por mais compostos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que elas se resolvem em ideias tão simples como se fossem copiadas de uma sensação ou sentimento precedente. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem afastadas desta origem, descobre-se, após um escrutínio mais minucioso, serem delas derivadas. A ideia de Deus, enquanto significa um Ser infinitamente inteligente, sábio e bom, promana [procede] da reflexão sobre as operações da nossa própria mente, e eleva sem limite essas qualidades da bondade e da sabedoria. Podemos prosseguir esta inquirição até ao ponto que nos agradar, onde sempre descobriremos que toda a ideia que examinamos é copiada de uma impressão similar.”

David Hume, Investigação sobre o entendimento humano, Edições 70, tradução de Artur Morão, Lisboa, 1985, pág. 25.

  1. Como se originou a ideia de Deus?

  2. As perspectivas de Descartes e Hume quanto à ideia de Deus são distintas. Porquê?

  3. A argumentação de Hume poderá conduzir a uma posição céptica relativamente à crença na existência de Deus?

8 comentários:

Anónimo disse...

estas preguntas deveriam ter soluções

Dúvida Metódica disse...

1. Escreve-se 'perguntas' e não 'preguntas'.
2. As perguntas destinam-se a ser discutidas e respondidas nas aulas.
3. O anonimato é uma coisa pouco digna.

F disse...

Porque é que o anonimato é algo tão reprovável neste blogue ?

Unknown disse...

me ajudou muito,valew ;)

Anónimo disse...

é mesmo, boa pergunta, irei repeti-la: Porque é que o anonimato é algo tão reprovável neste blogue ?

Sara Raposo disse...

Caro Anónimo:

Este blogue destina-se a pessoas que querem aprender umas com as outras: trocar ou discutir ideias, colocar dúvidas,etc.

Quem quer fazê-lo com honestidade intelectual e assumindo as suas posições pessoais e a sua identidade (que pode até ser fictícia, naturalmente)tem lugar neste espaço. Quem não o fizer terá de procurar outro.

Espero ter respondido com clareza à sua questão.

Anónimo disse...

Acreditar em deus é uma necessidade humana. como a auto-confiança, como a busca da felicidade. bem. claro que eu não acredito. é fácil perceber que o deus histórico está presente em todas as culturas, logo, é um aspecto cultural humano, como a dança, o canto. a crença em algo sempre existiu, independente da existência deste.

Heron de Souza disse...

Prefiro sempre comentar com meu proprio nome, as vezes isto é dificil, pelo sistema do site.
A necessidade de um Ser Superior, vem da hora dificil, queremos ter um pai, padrinho ou amigo que tenha o poder de resolver problemas fora do nosso controle.
Basta imaginar que a fé, parte do fiel para o objeto desta fé e não aoc contrario, serve como uma lupa para aumentarmos nossa visão do imbroglio em que estamos!
Tambem ajuda como antena, para captar energias e aumentar nossa resistencia!
Deus, caso exista, não se importa com os resultados individuais, ele nos deu todas as ferramentas para o sucesso.
Meu nome é Heron de Souza, caso nao apareça quando enviar esta resposta!