Publiquei noutro blogue - “Crítica: Blog” - um post acerca de um conto de H. G. Wells: “Em Terra de Cegos…”, Padrões Culturais Editora, 2008.
É a história de uma terra em que todas as pessoas são cegas, mas sem saber que são cegas. Quando um forasteiro lhes tenta explicar a situação dizem-lhe que é louco e imbecil e procuram obrigá-lo a ser como elas.
Tem, como é óbvio, diversas semelhanças com a “alegoria da caverna” de Platão, mas tem também algumas diferenças. Uma delas é a existência de uma história de amor – não entre um filósofo e a verdade, como se esperaria de Platão, mas entre um homem e uma mulher bonita (o homem não é cego).
Descontando a introdução do autor, o conto tem apenas 42 páginas que se lêem em menos de uma hora. Claro que não vou insultar a inteligência do leitor sugerindo que essa é uma boa razão a favor da leitura do conto. Quero recomendar a sua leitura, mas devido ao interesse filosófico da história e à sua qualidade literária.
Se ler “Em Terra de Cegos…” chegará à última página interrogando-se deste modo: e se fossemos uma espécie de cegos que não sabem que são cegos? E se estivermos tão iludidos como eles?
Claro que o leitor acredita que não é assim – tal como os cegos de Wells acreditavam. Acreditar é fácil. Mas como justifica essa crença? Que razões tem para a considerar verdadeira? Pois é, justificar é mais difícil que acreditar… Bem-vindo à filosofia.
1 comentário:
a alegoria e as sombras e a intuição, mais que a crença.
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