Epitecto foi um filósofo que viveu aproximadamente entre 50 e 138 d. C. Foi escravo durante a maior parte da sua vida, tendo sido torturado pelo seu cruel “dono” como castigo pelo facto de ser muito pensativo e estudioso. Julga-se que por isso ficou com uma deficiência numa perna e que coxeava. Era um estóico e defendia que a felicidade se alcança através do autodomínio e da indiferença relativamente às coisas exteriores.
Numa das suas máximas afirmou:
“Que a morte, o exílio e todas as coisas que te parecem terríveis se apresentem a teus olhos todos os dias, sobretudo a morte. E nunca pensarás nada de vil, nem tampouco cobiçarás nada de mais.”
Epitecto, Manual, XXI, Didáctica Editora, 2000, pág. 16.
O que pensaria um homem como Epitecto da sociedade em que vivemos, nomeadamente do consumismo e do culto do prazer imediato que orientam a vida de tantas pessoas?
Outro exemplo. O que pensaria um homem como Epitecto de estudantes que chegam à Universidade sem hábitos regulares de leitura e que não lêem nem literatura, nem ciência, nem filosofia?
Pensaria mal de muitas coisas, mas não de todas, certamente. O que é que na nossa sociedade (e nas outras sociedades ocidentais semelhantes à portuguesa) merece ser valorizado e elogiado?
E quanto às ideias de Epitecto... O erro está na valorização das coisas exteriores e materiais ou na sua valorização excessiva e exclusiva? Ou não há erro algum nessa valorização, por muito excessiva e exclusiva que seja?
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