quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Boa notícia: confirma-se que a exigência na classificação dos exames vai aumentar

Notícia do Público:

«GAVE confirma alteração no método de classificação dos exames nacionais:

O director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação, Carlos Alberto Pinto-Ferreira, confirmou hoje, em resposta ao PÚBLICO, a alteração do método de classificação dos itens de resposta fechada “verdadeiro/falso” em todas os exames nacionais que contenham aquele tipo de questão. Nas provas anteriores, quem qualificasse de forma errada uma de oito afirmações verdadeiras ou falsas obtinha, ainda assim, a classificação máxima. Nos exames nacionais de 2009 quem errar apenas uma será classificado com zero pontos, não havendo classificações intermédias.»
Como foi referido num post anterior, os representantes da Ordem dos Biólogos e da Associação Nacional de Professores de Português esperavam que se tratasse de um engano do Gave e que houvesse um recuo. Essa hipótese felizmente não se confirma.
Trata-se portanto de uma boa notícia. Ainda por cima, embora as declarações do responsável do Gave ao Público não sejam completamente claras, parece poder depreender-se que esse aumento da exigência na classificação dos exames não ocorrerá apenas a Português e a Biologia e Geologia, como inicialmente se pensava, mas a todos os exames onde existam questões com itens verdadeiros e falsos para identificar.
Esperemos que essa maior exigência na classificação seja acompanhada pela exigência na elaboração dos próprios exames e que o facilitismo do passado ano lectivo não se repita.
Só é pena que o Governo não tenha aproveitado esta hora de maior exigência para anunciar a introdução breve de exames a mais disciplinas, como por exemplo Ciências Físico-Químicas no 9º ano e Filosofia no 11º ano.
Outro aspecto lamentável é a posição dos representantes dos professores. Como é que um professor responsável pode criticar o aumento da exigência? Um autêntico tiro no pé. Que cegueira!

7 comentários:

Anónimo disse...

Quando se fazem comentários era bom que se soubesse do que se está a falar. Esta discussão não tem nada a ver com questões de escolha múltipla, pelo que é descabido o pedido de incluir no critério "todos os exames onde existam questões de escolha múltipla"

o mesmo disse...

Não acho que o facto da GAVE ter mudado os critérios de classificação dos exames sem aviso prévio e de o fazer sem grande esclarecimento para os interessados não seja uma boa noticia. Na verdade, penso que a GAVE já deveria ter contactado as escolas sobre essa alteração pois o que está publicado no site da GAVE é que, partindo do pressuposto (pois não está escrito o contrário) que o número de alineas das questões V/F se mantinha as mesmas nós sairiamos muito prejudicados. Não se tratava de exigência, mas sim de injustiça e profunda falta de esclarecimento
Só espero que após a divulgação deta mudança nos critérios faça com que a GAVE possa esclarecer escolas e alunos

Carlos Pires disse...

Resposta a "o mesmo":

Mudar as regras durante o jogo é de facto errado. Infelizmente, isso é usual em Portugal, embora este governo tenha levado isso a um extremo vergonhoso (veja-se o caso da avaliação dos professores).
Mesmo assim, trata-se de uma boa notícia, pois os critérios de classificação existentes eram claramente laxistas e premiavam quem respondia à sorte, como se aquilo fosse o totoloto.
Mas é verdade que a mudança devia ter sido anunciada logo no início do ano lectivo.

Carlos Pires disse...

Resposta ao anónimo:

Obrigado pela correcção. Tinha-me de facto enganado. Já corrigi. seja como for, isso não afecta o sentido daquilo que defendi.

Lamento o anonimato e o tom acintoso do seu reparo. Pior do que cometer um erro é ficar caladinho ou só falar coberto pelo anonimato.

Mas obrigado à mesma.

The Purple Teen Wizard disse...

Não podia estar mais indignado.
Vem uma medida, que, sem a menor margem para dúvida, é manifestamente absurda, e, em vez de ser repudiada como deveria, vejo que há pessoas a apoiá-la.
Senão vejam, um aluno que só acertou uma das alíneas (que muito provavelmente sabe pouco ou nada da matéria) tem a mesma cotação que um que acertou todas menos uma... mas este último, quase de certeza, sabe a matéria na ponta da língua, e errou por se ter distraído... quantas vezes não acontece isso aos melhores alunos? Acham bem prejudicá-los desta forma só porque tiveram um pequeno lapso, ou se enganaram?

Mais, vejo que este blog tem a moderação de comentários activada, por isso acrescento que espero bem que este comentário, apesar da opinião contrária à do senhor autor, apareça em pé de igualdade com os outros.

Carlos Pires disse...

The Purple...:

Quando se avaliam itens V ou F sobre o mesmo assunto se a questão estiver bem elaborada sucede isto: quem percebe um percebe os outros. Quem acerta uns e falha outros acerta por sorte e não por compreensão.
Se os alunos souberem que as coisas se passarão assim estudarão mais e sobretudo melhor: tentarão compreender a matéria e não apenas decorá-la.
A exigência favorece os bons alunos.
É aluno do 11º ano? Espero que o DM lhe possa ser útil.

DmacK disse...

loool digam antes assim, quanto menos tempo passarmos a corrigis teste melhor.

Os alunos não são obrigados a saber tudo que lhes metem na cabeça na escola, nem muitos professores que agora leccionam sabem tudo da matéria na ponta da língua e querem obrigar os alunas a saberem-na. É normal os alunos terem dúvidas ou não saberem alguma coisa, nem os melhores fogem a isso, ou melhor os alunos são humanos... mas parece que os professores que apoiam isto são máquinas do futuro que já pensam por si só...

Um aluno vai para um teste ou exame, principalmente nos exames, que são provas que podem ditar o seu futuro é normal de mesmo os melhores se sintam nervosos e stressados e que nisso bloqueiem em duas ou mais perguntas ou que não entendam bem o que lhes é pedido.

Lá pro raio que vos partam professores que apoiam isto, já têm canudo e querem lá saber dos outros.