quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Versão materialista do "Penso, logo existo"


(Imagem encontrada na Internet sem referência ao autor.)
Tendo em conta a intenção filosófica de Descartes, "Lucro, logo existo" será equivalente a "Penso, logo existo"? Porquê?

5 comentários:

Anónimo disse...

¿Utilitarismo no latino?

Wind disse...

Pois eu não concordo muito com essa frase "Penso logo,existo"...
POis eu penso e existo...os animais nem que seja por instinto,pensam e existem mas uma pedra não pensa, mas existe...
Não será enganosa a frase, professor?
Tiago Santos

Carlos Pires disse...

Essa afirmação de Descartes levanta vários problemas e pode ser alvo de várias críticas. Podemos começar por discutir se será apenas uma frase, se não será antes um argumento dissimulado.
Todavia, aquilo que o Tiago diz sobre as pedras não é um problema para quem queira defender a ideia de Descartes. Veremos porquê nas aulas.

Eliézer Augusto disse...

Olá Tiagus

O "cogito" de Descartes é muito mais que "penso logo, existo", essa foi a conclusão de todo o seu pensamento. Em relação a pedra, Descarte falava sobre um Gênio enganador de seus sentidos- diria Descartes "a pedra existe ou estou enganado?? como posso ter certeza ???" Para Descartes não teria como saber se a pedra realmente existe.
Para Descartes a sua única certeza era de sua existencia por causa de sua duvida metódica... então no caso a frase não é enganosa pois a um conceito muito grande por traz dela.

Abraço

Professor Luís Duarte disse...

Tiago Santos, a máxima cartesiana do "penso, logo existo", não é alvo de crítica, pelo menos no sentido negativo, porquanto decorre do seu sistema e do processo dedutivo com que teceu o seu percurso metodológico. Ainda que seja considerada uma "Petição de Princípio" ou falácia da circularidade, é legítima no seu itinerário intelectual. Ele não intuiu e, consequentemente, deduziu esta máxima com o pressuposto que só existe quem pensa. Isso seria simplório, solispista e reducionista. O que Descartes descobriu com a intuição da existência do "cogito" foi a certeza indubitável de algo que nenhum tipo de dúvida poderá contestar e, com ela, deduziu as restantes substâncias, como a "extensa" e "divina/infinita", sem bem que esta última, por sua vez, serviu para fundamentar 8o que era desnecessário...) a existência de verdades captadas por intuição intelectual, como o "cogito" e demais ideias inatas. Em suma, o que Descartes defendeu é que posso duvidar de tudo, inclusive que existo enquanto corpo e que Deus seja enganador e maligno e possa fazer-me acreditar que tudo o que penso seja verdadeiro, quando possa ser falso (ver a trilogia do "Matrix", por exemplo), mas, ainda assim, é impossível que não exista enquanto pense e duvide. mesmo que me engane e que não passe de um sonho enganador, duvido, e se duvido, existo. Não como "res extensa", como corpo, coisa, mas como ser que, entre outras coisas, pensa, duvida e engana-se. Logo, se penso, então existo...como "res cogitans". À ideia inata de pensamento, corresponde, portanto, uma realidade: o penamento, o "cogito".