“As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.”
John Stuart Mill
Pois eu não concordo muito com essa frase "Penso logo,existo"... POis eu penso e existo...os animais nem que seja por instinto,pensam e existem mas uma pedra não pensa, mas existe... Não será enganosa a frase, professor? Tiago Santos
Essa afirmação de Descartes levanta vários problemas e pode ser alvo de várias críticas. Podemos começar por discutir se será apenas uma frase, se não será antes um argumento dissimulado. Todavia, aquilo que o Tiago diz sobre as pedras não é um problema para quem queira defender a ideia de Descartes. Veremos porquê nas aulas.
O "cogito" de Descartes é muito mais que "penso logo, existo", essa foi a conclusão de todo o seu pensamento. Em relação a pedra, Descarte falava sobre um Gênio enganador de seus sentidos- diria Descartes "a pedra existe ou estou enganado?? como posso ter certeza ???" Para Descartes não teria como saber se a pedra realmente existe. Para Descartes a sua única certeza era de sua existencia por causa de sua duvida metódica... então no caso a frase não é enganosa pois a um conceito muito grande por traz dela.
Tiago Santos, a máxima cartesiana do "penso, logo existo", não é alvo de crítica, pelo menos no sentido negativo, porquanto decorre do seu sistema e do processo dedutivo com que teceu o seu percurso metodológico. Ainda que seja considerada uma "Petição de Princípio" ou falácia da circularidade, é legítima no seu itinerário intelectual. Ele não intuiu e, consequentemente, deduziu esta máxima com o pressuposto que só existe quem pensa. Isso seria simplório, solispista e reducionista. O que Descartes descobriu com a intuição da existência do "cogito" foi a certeza indubitável de algo que nenhum tipo de dúvida poderá contestar e, com ela, deduziu as restantes substâncias, como a "extensa" e "divina/infinita", sem bem que esta última, por sua vez, serviu para fundamentar 8o que era desnecessário...) a existência de verdades captadas por intuição intelectual, como o "cogito" e demais ideias inatas. Em suma, o que Descartes defendeu é que posso duvidar de tudo, inclusive que existo enquanto corpo e que Deus seja enganador e maligno e possa fazer-me acreditar que tudo o que penso seja verdadeiro, quando possa ser falso (ver a trilogia do "Matrix", por exemplo), mas, ainda assim, é impossível que não exista enquanto pense e duvide. mesmo que me engane e que não passe de um sonho enganador, duvido, e se duvido, existo. Não como "res extensa", como corpo, coisa, mas como ser que, entre outras coisas, pensa, duvida e engana-se. Logo, se penso, então existo...como "res cogitans". À ideia inata de pensamento, corresponde, portanto, uma realidade: o penamento, o "cogito".
5 comentários:
¿Utilitarismo no latino?
Pois eu não concordo muito com essa frase "Penso logo,existo"...
POis eu penso e existo...os animais nem que seja por instinto,pensam e existem mas uma pedra não pensa, mas existe...
Não será enganosa a frase, professor?
Tiago Santos
Essa afirmação de Descartes levanta vários problemas e pode ser alvo de várias críticas. Podemos começar por discutir se será apenas uma frase, se não será antes um argumento dissimulado.
Todavia, aquilo que o Tiago diz sobre as pedras não é um problema para quem queira defender a ideia de Descartes. Veremos porquê nas aulas.
Olá Tiagus
O "cogito" de Descartes é muito mais que "penso logo, existo", essa foi a conclusão de todo o seu pensamento. Em relação a pedra, Descarte falava sobre um Gênio enganador de seus sentidos- diria Descartes "a pedra existe ou estou enganado?? como posso ter certeza ???" Para Descartes não teria como saber se a pedra realmente existe.
Para Descartes a sua única certeza era de sua existencia por causa de sua duvida metódica... então no caso a frase não é enganosa pois a um conceito muito grande por traz dela.
Abraço
Tiago Santos, a máxima cartesiana do "penso, logo existo", não é alvo de crítica, pelo menos no sentido negativo, porquanto decorre do seu sistema e do processo dedutivo com que teceu o seu percurso metodológico. Ainda que seja considerada uma "Petição de Princípio" ou falácia da circularidade, é legítima no seu itinerário intelectual. Ele não intuiu e, consequentemente, deduziu esta máxima com o pressuposto que só existe quem pensa. Isso seria simplório, solispista e reducionista. O que Descartes descobriu com a intuição da existência do "cogito" foi a certeza indubitável de algo que nenhum tipo de dúvida poderá contestar e, com ela, deduziu as restantes substâncias, como a "extensa" e "divina/infinita", sem bem que esta última, por sua vez, serviu para fundamentar 8o que era desnecessário...) a existência de verdades captadas por intuição intelectual, como o "cogito" e demais ideias inatas. Em suma, o que Descartes defendeu é que posso duvidar de tudo, inclusive que existo enquanto corpo e que Deus seja enganador e maligno e possa fazer-me acreditar que tudo o que penso seja verdadeiro, quando possa ser falso (ver a trilogia do "Matrix", por exemplo), mas, ainda assim, é impossível que não exista enquanto pense e duvide. mesmo que me engane e que não passe de um sonho enganador, duvido, e se duvido, existo. Não como "res extensa", como corpo, coisa, mas como ser que, entre outras coisas, pensa, duvida e engana-se. Logo, se penso, então existo...como "res cogitans". À ideia inata de pensamento, corresponde, portanto, uma realidade: o penamento, o "cogito".
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