domingo, 1 de fevereiro de 2009

Medo nas Escolas portuguesas


Muitos professores irão possivelmente entregar os objectivos individuais, apesar de discordarem do modelo de avaliação (nas suas várias versões, cada uma pior que a outra) imposto pelo governo. Vão fazê-lo contra a sua consciência, levados pelo medo de não progredirem na carreira (e continuarem com o ordenado "congelado") ou até de serem alvo de processos disciplinares. Ou seja: cederão à chantagem do governo.
Vale a pena ler o post "Entrega dos objectivos individuais e clima de escola", no blogue A Educação do Meu Umbigo. Em poucas palavras, explica bem que - independentemente de posições políticas e partidárias e até da opinião que se tenha sobre a avaliação dos professores - ninguém ganha com o clima de medo que actualmente existe nas Escolas portuguesas. Nem os alunos, nem os professores, nem o sistema educativo em geral. Esse medo não beneficia, muito pelo contrário, o próprio processo de avaliação.
A esse respeito vale também a pena ler o testemunho do professor André Ramos, e a descrição que faz de uma reunião na Escola Secundária de Pinheiro e Rosa acerca da entrega ou não entrega dos objectivos individuais.
Todavia, o aspecto mais relevante desse clima de medo que actualmente existe nas Escolas portuguesas não diz respeito à educação, mas sim à política e à cidadania: não faz sentido existir um tal medo numa democracia. O que é que isso nos diz sobre a sociedade portuguesa e sobre a qualidade da nossa democracia?

Sara Raposo
Carlos Pires

Sem comentários: