Actualmente, existe nas Escolas portuguesas um ambiente de medo, conforme foi referido no post anterior. Alguns professores vão entregar os objectivos individuais influenciados por esse ambiente e receando futuras penalizações.É lamentável que assim seja, pois a avaliação que o governo quer fazer é uma farsa e nada tem a ver com uma avaliação digna desse nome (já escrevemos diversas vezes acerca disso, por exemplo aqui, aqui e também aqui). Neste momento trata-se apenas de levar a teimosia até ao fim, para não perder a face em termos políticos.Não criticamos os colegas que vão entregar ou que já entregaram os objectivos. Mas queremos aqui assumir publicamente: nós não entregaremos os objectivos individuais. Tal como dissemos em Novembro quando assumimos uma posição idêntica, não queremos que seja essa a nossa última palavra sobre o assunto.Esta só pode ser uma. Concordamos com a avaliação dos professores e queremos ser avaliados. E defendemos que essa avaliação deve ser muito exigente, de modo a ser possível distinguir os bons dos maus professores, e deve ter repercussões na carreira, de modo a premiar o mérito. Não defendemos, portanto, uma avaliação inócua e sem consequências (como seria por exemplo uma avaliação que não se exprimisse numa classificação e seriação dos avaliados). Simplesmente queremos que seja também uma avaliação rigorosa e objectiva – e esta não é.
Sara Raposo
Carlos Pires
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