sábado, 7 de fevereiro de 2009

Não sei a quem destinou Miguel Torga este poema, mas aposto que ele não se importaria de o dedicar aos professores que não entregarão os objectivos

Plateia

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um que só fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.


Miguel Torga

2 comentários:

mcastilho disse...

Dado o estado a que isto chegou, é hora de acção, tentar despertar consciências adormecidas ou acomodadas...por isso peço autorização para publicar, tão oportuno Poema .

Obrigada
Maria Castilho

Carlos Pires disse...

Publique à vontade, Maria. Sejam quais forem as suas intenções. :)