Diz-se “isso é relativo” para sugerir que em relação ao assunto X ou Y não há uma verdade objectiva e igual para todas as pessoas. Talvez seja assim em relação a algumas coisas (gostos alimentares, por exemplo). Porém, no que respeita a muitas outras coisas a crença na relatividade da verdade deriva da falta de dados e de reflexão sobre a situação em apreço. Quando se considera a situação de modo mais completo torna-se evidente que a verdade acerca dela é objectiva e partilhável por todas as pessoas. Eis um exemplo irónico:
“Um homem está preocupado porque pensa que a mulher está a ficar surda e, por isso, vai ao médico. O médico sugere-lhe que experimente um simples teste em casa: parar atrás dela e fazer-lhe uma pergunta, primeiro a seis metros, depois a três metros e, por fim, mesmo atrás dela.
O homem vai para casa e vê a mulher na cozinha, virada para o fogão. Da porta, pergunta:
- Que vamos jantar esta noite?
Nenhuma resposta.
Três metros atrás dela, repete:
- Que vamos jantar esta noite?
Continua sem resposta.
Por fim, mesmo atrás dela, pergunta:
- Que vamos jantar esta noite?
A mulher volta-se e diz:
- Pela terceira vez… frango!"Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco entram num Bar..., Dom Quixote, Lisboa, 2008, pp. 73-74.
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