quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pode existir beleza na descrição do sofrimento?

3 comentários:

A disse...

Sim. Estou a lembrar-me do sofrimento da fome auto-imposta, descrita em Hunger, de Knut Hamsun: é uma obra belíssima!

P.S. E não sou "sado-maso"! :)

Sara Raposo disse...

Também acho que sim. O curioso é o olhar estético permitir um distanciamento tal que nos faz descobrir a beleza em situações - por exemplo a fome – que, quando vividas, provocam tudo menos prazer estético.
Um outro exemplo: o filme Wrestler retrata, do meu ponto de vista, um desporto estúpido e repulsivo, no entanto, é um filme belíssimo.
A obra que refere está traduzida em português?
Cumprimentos.

A disse...

Exactamente! Penso, aliás, que uma das funções da fruição artística tem que ver com uma espécie de vivência de substituição que, fornecendo o "conforto" do distanciamento, nos dá espaço de reflexão (e, porventura, de preparação e de entendimento)sobre as múltiplas hipóteses e situações que a vida guarda.