segunda-feira, 27 de julho de 2009

Três exemplos para expressar a ideia de mudança

“Para quem entrar no mesmo rio, outras são as águas que correm por ele.”

Heraclito (séc. VI-V a.C.)


“(…) somente aos deuses não cumpre envelhecer nem conhecer a morte,

o mais, tudo apaga o tempo omnipotente.

Fenece a força da terra, esvai-se a do corpo,

morre a confiança, germina a deslealdade,

e não é o mesmo espírito que passa entre homens,

que se estimam, nem de uma cidade para a outra.

Ora é já amargo o que era doce, ora o será

de futuro, e de novo voltará a apreciar-se.”

Sófocles, Édipo em Colono (607-615).



Notas:

Nas traduções portuguesas de obras filosóficas gregas é, por vezes, utilizada a palavra devir, significando a mudança constante a que a realidade (pelo menos a que é captada pelos nossos sentidos) está sujeita.

O fragmento de Heraclito e o poema de Sófocles foram traduzidos por Maria Helena da Rocha Pereira a partir do grego e podem ser encontrados no livro: Hélade, antologia da cultura grega, 5ª Edição, Coimbra, 1990.

3 comentários:

Anónimo disse...

O carlos paredes é um excelente músico portugues muitas vezes 'esquecido'. Penso que se deveria dar mais importância aos artistas nacionais que, como este, fizeram músicas de grande qualidade.

Anónimo disse...

Penso que para além de todos estes artistas de qualidade que já aqui foram referidos, seria uma boa opção por parte dos autores do blog fazer um pequeno post no qual apresentassem o músico Tom Waits. Este grande músico e grande pessoa (o que vim mais tarde a perceber pelas respostas apresentadas nas suas entrevistas) foi.me apresentado pela professora Sara quando mostrou o filme "O Tigre e a Neve" e tornou.se um dos meus artistas de eleição.
É bom que haja blogues como este que dão atenção a vários assuntos e que permitem que a informação chegue a muitas pessoas que de outro modo nao a obteriam. Parabens pelo bom trabalho.

Sara Raposo disse...

Caro aluno anónimo:

A obra de Carlos Paredes merecia, de facto, uma maior divulgação e reconhecimento. Este, como muitos outros artistas com valor, caiu no esquecimento porque vivemos num país em que o mérito conta muito pouco: é uma espécie de fado nacional com muitos séculos...
Eu e o meu colega agradecemos as suas simpáticas palavras relativamente ao blog.
Vou aceitar a sua sugestão: em breve uma canção do Tom Waits com
Filosofia pelo meio.
(A hiperligação que colocou no texto não se conseguia abrir)
Cumprimentos.