terça-feira, 28 de julho de 2009

Jorge Palma: pois nem só de jazz e música clássica vive um professor que arruma papéis!

Para um professor, arrumar papéis nesta altura do ano é uma daquelas actividades para a qual a expressão “ossos do ofício” parece que foi inventada. Só que não são apenas papéis, mas também documentos informáticos: Word, Excel, etc. E os posts deste blogue, pois faltam etiquetas em muitos (sobretudo nos mais antigos). Ouvir música enquanto se faz esse género de coisas ajuda a não perder a atenção e, sobretudo, a paciência.

Há dias falei deste “osso” noutro sítio, também com boa música à mistura. O que mostra que é um osso duro de roer.

Quanto à canção de Jorge Palma, cujos versos pode ler a seguir, desengane-se o leitor: esta fala do amor infeliz entre um homem e uma mulher e não da relação dos cidadãos com o governo!

“Escuridão (vai por mim)”, de Jorge Palma

Não estou com grande disposição
P'ra outra enorme discussão
Tu dizes que agora é de vez
Fico a pensar nos porquês
Nós ambos temos opiniões
Fraquezas nos corações
As lágrimas cheias de sal
Não lavam o nosso mal

E eu só quero ver-te rir feliz
Dar cambalhotas no lençol
Mas torces o nariz e lá se vai o sol

Dizes vermelho, respondo azul
Se vou para norte, vais para sul
Mas tenho de te convencer
Que, às vezes, também posso...

Ter razão!
Também mereço ter razão
Vai por mim
Sou capaz de te mostrar a luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

Se eu telefono, estás a falar
Ou pensas que é p'ra resmungar
Mas quando queres saber de mim
Transformas-te em querubim
Quero ir para a cama e tu queres sair
Se quero beijos, queres dormir
Se te apetece conversar
Estou numa de meditar

E tu só queres ver-me rir feliz
Dar cambalhotas no lençol
Mas torço o meu nariz e lá se vai o sol

Dizes que sou chato e rezingão
Se digo sim, tu dizes não
Como é que te vou convencer
Que, às vezes, também podes...

(escuridão)

Ter razão!
Também mereces ter razão
Vai por mim
És capaz de me mostrar a luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

Atenção!
Os dois podemos ter razão
Vai por mim
Há momentos em que se faz luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

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