«O entendimento, tal como a vista, apreendendo os objectos só pela sua própria luz, não pode deixar de se regozijar com aquilo que descobre e importar-se muito pouco com as coisas que deixou escapar, porque essas lhe são desconhecidas.
Todo aquele que não deseja depender das opiniões que a sorte lhe trouxe, mas se empenha em procurar a verdade, sempre encontrará nessa busca alguma satisfação; e por muito pouco que venha a obter, nunca dirá que perdeu o seu tempo.»
John Locke, Ensaio sobre o Entendimento Humano, vol. I, F.C.Gulbenkian, Lisboa, 1999, pág. 5.
4 comentários:
Carlos:
Eu sou um defensor da importancia da verdade. Que é algo que alguns filosofos até dizem que não existe. Mas isto só para não ser mal interpretado no resto do cometário.
O excerto que aqui pões tem um certo sabor a ironia. Como é o contexto? Não é por estar em desacordo que acho isto, é porque parece desvalorizar o esforço face ao resultado.
João:
Da próxima vez que alguém, filósofo ou não, te disser que a verdade não existe atira-lhe com esta: "Sim, é verdade que a verdade não existe..."
Quanto ao contexto das afirmações do Locke. Fê-las na "Carta ao Leitor", um prefácio ao seu livro"Ensaio sobre o entendimento humano".
E não constitui uma desvalorização do "esforço face ao resultado", pois está a dizer ao leitor que devemos pensar pela própria cabeça e não nos limitarmos a repetir pensamentos alheios.
Mais vale um pequeno resultado que resulte do esforço próprio do que um resultado maior copiado de outra pessoa.
cumprimentos
"Sim, é verdade que a verdade não existe..."
Godeliana! Bem formulada.
Em relação ao Locke, obrigado. Concordo prefeitamente com ele e suponho que contigo.
Concordo com o Locke sim.
Em relação à verdade: negar a existência da verdade é auto refutante.
obrigado pelos comentários perspicazes
cumprimentos
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