Um professor de Filosofia entra na sala de aula, põe a cadeira em cima da mesa e escreve no quadro: "Provem-me que esta cadeira não existe." Apressadamente, os alunos começam a escrever longas dissertações sobre o assunto. No entanto, um dos alunos escreve apenas duas palavras na folha e entrega-a ao professor. Este, quando a recebe não pode deixar de sorrir depois de ler: "Qual cadeira?"
O aluno deu realmente uma boa resposta? Porquê?
A questão colocada pelo professor faz sentido? Porquê?
Que outras etiquetas se poderiam colocar neste post?
O aluno deu realmente uma boa resposta? Porquê?
A questão colocada pelo professor faz sentido? Porquê?
Que outras etiquetas se poderiam colocar neste post?
5 comentários:
Esta anedota mostra a preguiça que muitas pessoas sentem quando pensam em filosofia, ou em filosofar e reconhecem neste aluno essa mesma preguiça. A sua resposta à pergunta dada pelo professor parece suscitar muitas ideias aos outros alunos enquanto que este último dá o caso como resolvido com apenas duas palavras. Este, aparentemente, é o sentido cómico da «anedota».
A existência da cadeira ou de qualquer outro objecto real e a sua provação é algo pertinente. Perguntas como: será que o mundo existe? Será que as coisas que vemos são reais?; tudo isto é abrangido por uma parte específica da Filosofia: a metafísica.
Mesmo sendo escasso o conhecimento que tenho acerca do assunto, ao tentar encontrar respostas, sei que, como em todo o tipo de problemas, existirão opiniões e teorias extremistas ou radicais. E no caso da metafísica, se os defensores de que nada existe e nada é real estiverem correctos então aquilo em que acreditamos, as nossas crenças mais básicas, e o modo de nos comportarmos alterar-se-á radicalmente.
Assim sendo, a questão colocada pelo professor faz sentido e merece muita reflexão.
Pela resposta do aluno ficamos a saber que ele não acredita que a cadeira perante os seus olhos realmente exista.
Penso que a resposta do aluno se adequa, é sábia e não demonstra qualquer preguiça (isto é discutível). Talvez tenha crenças que lhe levem a negar a existência de coisas para além do seu próprio eu. Digo isto porque se ele não acreditasse na sua própria existência não duvidaria da existência das outras coisas à sua volta, pois ele próprio não existiria. Com efeito, ao negar a existência de tudo o que o rodeia é lhe bastante fácil responder ao professor. E, na sua perspectiva, acertado.
A metafísica é uma parte complexa da Filosofia, e da qual pouco conhecimento tenho. Sei no entanto que é complexa pois faz-nos duvidar ou tentar provar crenças básicas como: temos um corpo e existimos e um dia morreremos.
Mas para tentar desmistificar estas crenças (que dados como verdadeiras) não podemos começar com as coisas que já estão provadas devemos começar com aquilo em que as pessoas acreditam. Faz sentido se pensarmos que uma pessoa que tem convicções acerca de X é mais facilmente persuasível da existência de X se já der isso como verdadeiro do que com provas de que X existe.
Assim, voltando à anedota, o suposto aluno para provar a (in)existência da cadeira questiona retoricamente o professor acerca da sua existência. Está a tentar demonstrar ao professor que não pode provar a sua existência porque nem acredita que aquilo exista (o aluno pensaria assim: "Então mas o professor quer que eu prova a existência de algo que nem existe?!").
O intelecto humano é capacitado o suficiente para que se lhe suscite dúvidas acerca da existência das dúvidas. Viva o nosso cérebro! É pena nem sempre lhe darmos o melhor uso.
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Juntaria uma etiqueta bastante óbvia: metafísica (parte da Filosofia que estuda a essência das coisas). Talvez também juntasse crenças básicas.
PS: usei o site http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/taylor.htm para me ajudar a arrumar as ideias.
David Canário, aluno da turma D do 11º Ano da Escola Secundária de Pinheiro e Rosa em Faro.
A própria utilização do conceito ("cadeira") por parte do professor já demonstra a existência do objecto, nem que seja exclusivamente por vias racionais. Logo, a questão colocada aos alunos não faz sentido.
A própria utilização do conceito ("cadeira") por parte do professor já demonstra a existência do objecto, nem que seja exclusivamente por vias racionais. Logo, a questão colocada aos alunos não faz sentido.
O facto de o professor questionar acerca da cadeira apenas demonstra que o professoe a vê e não que exista.
Se o ser é, e o não ser não é. Logo é uma situação em que somente haja resposta, pelo ser ser representado com o número (1) um e o não ser por número que simboliza ele mesmo (0) zero, nada, vazio...
Agora se vamos levar em consideração a teorização de algo que pensamos que seja um absurdo que exista ainda que imaginação, só no ato de expôr o imaginado ou pensado torna a existir, passa a ter existência pra min e pra quem tiver ouvidos, e que de alguma jeito entenda ou seja que esteja com saúde cognitiva. Isto é, talvez o "papel" do sujeito conhecimento seja dar existência para as coisas em determinado espaço tempo.
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