No decorrer da visita de estudo a Lisboa, no passado dia 28 de Janeiro, tive a oportunidade de observar quadros, monumentos e algumas “instalações”, por exemplo no Museu Berardo, que suscitaram o meu interesse.
A obra de arte que mais gostei foi uma instalação e consistia no seguinte: numa sala isolada vazia e escura (a última da exposição “Não te posso ver nem pintado”) encontrava-se uma tela de projecção grande, onde passava um filme a preto e branco, representando (numa paisagem desértica só com areia em fundo) uma mulher vestida de preto que marcava o seu próprio espaço, desenhando continuamente, com recurso a um pau, um círculo à sua volta. Este vídeo, da autoria duma artista iraniana Anahita Bataihe, chama-se “Círculo”.
Essa instalação pretende transmitir a enorme necessidade que temos de possuir o nosso próprio espaço, tanto objectivo como subjectivo: a representação do espaço físico e a consciência relativa ao mesmo.
Geralmente, a invasão desse espaço físico é experienciada como uma intromissão na nossa intimidade - o que pode justificar uma reacção negativa da nossa parte em relação às outras pessoas. É um facto compreensível: reagimos mal quando não nos respeitam e invadem esse espaço, pois estão a invadir a nossa privacidade.
Do meu ponto de vista, cada um de nós tem o seu espaço e o mesmo deve ser respeitado pelos outros, independentemente de quem somos - da nossa presença física e das nossas atitudes e valores - ou do nosso estatuto social.
Independentemente do quão importante sejamos, a verdade é que nós precisamos desse espaço. O mesmo é-nos fundamental para que possamos viver em harmonia com os restantes indivíduos. A necessidade que temos desse espaço físico privado - que não deve ser invadido pelos outros - está patente no nosso dia-a-dia e no desencadear de cada acção e de cada atitude.
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