“As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.”
John Stuart Mill
O excerto da banda desenhada apresenta-nos um argumento contra o determinismo. Este defende que todos os acontecimentos são determinados por causas anteriores, logo, não ha acções livres e por isso ninguém é responsável pelas suas acções. Vivemos num mundo em que somos responsabilizados pelas nossas acções, logo, há acções livres! Este cartoon admite que somos nós que deliberamos as nossas próprias acçoes, logo, jamais poderá haver determinismo, pois caso os acontecimentos estivessem previamente programados para acontecer as acções não seriam livres e nós não teríamos responsabilidade alguma sobre elas!
Contra-argumentando relativamente ao comentário anterior, penso que as acções que são realizadas pelo ser humano, são todas determinadas por causas anteriores. Sim, realmente quando reflectimos acerca da questão ir ou não ir à festa, sabendo que tenho um teste no dia seguinte, verificamos que existe uma sensação de escolha e responsabilidade sobre a mesma. Mas ao mesmo tempo, temos de admitir que essa escolha irá ser influenciada com opiniões, prioridades e consequências futuras. Por exemplo: Eu posso optar em ir à festa, ou simplesmente ficar em casa a estudar para o teste, mas as razões pelo qual eu irei optar entre uma ou outra escolha, é que a vão determinar. Pois eu realmente penso: -tendo em conta as minhas prioridades, qual das opções será a mais correcta? -analisando as consequências futuras, como serão em relação a uma e a outra? serão boas ou más? Tudo isto, penso que leva uma pessoa a optar por uma ou outra possibilidade. Assim podemos concluir que todas as vezes que pensamos ter hipótese de escolha, isso não acontece. Está é simplesmente uma ilusão que os nossos sentidos nos levam a crer que é verdadeira.
Alice: Quero agradecer o seu comentário porque colocou em prática aquilo que é mais importante em Filosofia - a capacidade de apresentar argumentos para defender uma determinada posição. Espero que os seus colegas lhe sigam o exemplo.
Não pude deixar de reparar no comentário da minha colega e decido fazer um breve contra-argumento, pois diferentes perspectivas são muito essenciais. Se o determinismo fosse verdadeiro, então qual seria a causa definitiva da origem do Universo para os cientistas? Outras teorias tentam demonstrar que nem todas as nossas acções residem em causas anteriores, mas a verdade é que o determinismo tem o maior número de objecções. O planeta Terra evoluiu significativamente ao longo de séculos atrás com a crescimento populacional, desenvolvimento económico e poder judicial dos tribunais. Tudo isto que mencionei tem causas, é verdade, mas pensemos nos tribunais. Quem acreditasse firmemente no determinismo, deparava-se com o seguinte problema: "Se o Determinismo é verdadeiro, de que é que serve os tribunais?". Todos os crimes julgados na história seriam absolvidos, arranjando a simples "desculpa" da hereditariedade ou de factores psicológicos. Concluindo o que disse, estou de acordo com o que o escritor espanhol Fernando Savater menciounou no livro "Ética para um jovem":" O comandante nazi do campo de concentração, que é acusado de uma matança de judeus, tenta desculpar-se dizendo que «cumpriu ordens»..." "...essa justificação não me convence...". Na minha perspectiva, somos livres e essa justificação também não me convence de maneira nenhuma.
Contra-argumento relativamente ao comentário de Alice e Anónimo: Na verdade, Alice, segundo a minha opinião a escolha de ir ou não á festa já está determinada e é previsivel. Vejamos: se você optar por não ir á festa é porque provavelmente possui inumeros determinantes que tornam previsivel e não mais que uma causa a sua escolha (é uma aluna aplicada; tem propenção para cumprir as regras; a sua familia é constituida por pessoas trabalhadoras que a influenciam; é uma pessoa mais recatada; etc, etc e eu poderia continuar a enumerar determinantres). Se por outro lado for uma pessoa menos aplicada, mais extrovertida, social, que cresceu num meio onde a estimularam pouco a trabalhar é previsivel que escolha ir á festa. é certo que é impossivel saber todos os determinantes mas na minha opinião a sua escolha é previsivel e a sua ideia de liberdade de escolha não passa nada mais que uma ilusão já que a sua escolha vai ser efectuada conforme as suas crenças e desejos e vai ser uma causa de um conjunto de determinantes anteriores ao aontecimento.
Em resposta ao Anónimo, devo dizer que concordo plenamente com ele e que eu (sendo um determinista radical) acho necessário a existência da ilusão da liberdade para uma sociedade funcional e construtiva.
5 comentários:
O excerto da banda desenhada apresenta-nos um argumento contra o determinismo. Este defende que todos os acontecimentos são determinados por causas anteriores, logo, não ha acções livres e por isso ninguém é responsável pelas suas acções.
Vivemos num mundo em que somos responsabilizados pelas nossas acções, logo, há acções livres! Este cartoon admite que somos nós que deliberamos as nossas próprias acçoes, logo, jamais poderá haver determinismo, pois caso os acontecimentos estivessem previamente programados para acontecer as acções não seriam livres e nós não teríamos responsabilidade alguma sobre elas!
Contra-argumentando relativamente ao comentário anterior, penso que as acções que são realizadas pelo ser humano, são todas determinadas por causas anteriores.
Sim, realmente quando reflectimos acerca da questão ir ou não ir à festa, sabendo que tenho um teste no dia seguinte, verificamos que existe uma sensação de escolha e responsabilidade sobre a mesma. Mas ao mesmo tempo, temos de admitir que essa escolha irá ser influenciada com opiniões, prioridades e consequências futuras.
Por exemplo: Eu posso optar em ir à festa, ou simplesmente ficar em casa a estudar para o teste, mas as razões pelo qual eu irei optar entre uma ou outra escolha, é que a vão determinar. Pois eu realmente penso:
-tendo em conta as minhas prioridades, qual das opções será a mais correcta?
-analisando as consequências futuras, como serão em relação a uma e a outra? serão boas ou más?
Tudo isto, penso que leva uma pessoa a optar por uma ou outra possibilidade. Assim podemos concluir que todas as vezes que pensamos ter hipótese de escolha, isso não acontece. Está é simplesmente uma ilusão que os nossos sentidos nos levam a crer que é verdadeira.
Alice: Quero agradecer o seu comentário porque colocou em prática aquilo que é mais importante em Filosofia - a capacidade de apresentar argumentos para defender uma determinada posição. Espero que os seus colegas lhe sigam o exemplo.
Não pude deixar de reparar no comentário da minha colega e decido fazer um breve contra-argumento, pois diferentes perspectivas são muito essenciais.
Se o determinismo fosse verdadeiro, então qual seria a causa definitiva da origem do Universo para os cientistas? Outras teorias tentam demonstrar que nem todas as nossas acções residem em causas anteriores, mas a verdade é que o determinismo tem o maior número de objecções. O planeta Terra evoluiu significativamente ao longo de séculos atrás com a crescimento populacional, desenvolvimento económico e poder judicial dos tribunais. Tudo isto que mencionei tem causas, é verdade, mas pensemos nos tribunais. Quem acreditasse firmemente no determinismo, deparava-se com o seguinte problema: "Se o Determinismo é verdadeiro, de que é que serve os tribunais?". Todos os crimes julgados na história seriam absolvidos, arranjando a simples "desculpa" da hereditariedade ou de factores psicológicos.
Concluindo o que disse, estou de acordo com o que o escritor espanhol Fernando Savater menciounou no livro "Ética para um jovem":" O comandante nazi do campo de concentração, que é acusado de uma matança de judeus, tenta desculpar-se dizendo que «cumpriu ordens»..." "...essa justificação não me convence...". Na minha perspectiva, somos livres e essa justificação também não me convence de maneira nenhuma.
Daniel Viegas Fragoso nº26 10ºC
Contra-argumento relativamente ao comentário de Alice e Anónimo:
Na verdade, Alice, segundo a minha opinião a escolha de ir ou não á festa já está determinada e é previsivel. Vejamos: se você optar por não ir á festa é porque provavelmente possui inumeros determinantes que tornam previsivel e não mais que uma causa a sua escolha (é uma aluna aplicada; tem propenção para cumprir as regras; a sua familia é constituida por pessoas trabalhadoras que a influenciam; é uma pessoa mais recatada; etc, etc e eu poderia continuar a enumerar determinantres). Se por outro lado for uma pessoa menos aplicada, mais extrovertida, social, que cresceu num meio onde a estimularam pouco a trabalhar é previsivel que escolha ir á festa. é certo que é impossivel saber todos os determinantes mas na minha opinião a sua escolha é previsivel e a sua ideia de liberdade de escolha não passa nada mais que uma ilusão já que a sua escolha vai ser efectuada conforme as suas crenças e desejos e vai ser uma causa de um conjunto de determinantes anteriores ao aontecimento.
Em resposta ao Anónimo, devo dizer que concordo plenamente com ele e que eu (sendo um determinista radical) acho necessário a existência da ilusão da liberdade para uma sociedade funcional e construtiva.
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