“Partisan” designa aqueles que durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) combateram contra a ocupação levada a cabo pela Alemanha nazi. Estes movimentos de resistência existiram em vários países ocupados pelos alemães, nomeadamente na Itália e na França.
Duas das canções mais conhecidas, que celebram os actos heróicos destes resistentes e o valor da liberdade contra a tirania, são “Bella Ciao” e “Partisan”. A primeira delas é uma canção popular italiana, interpretada aqui por Gómez Naharro. A segunda foi escrita e é cantada pelo cantor canadiano Leonard Cohen.
Quando nas aulas de Filosofia referimos os valores (como, por exemplo, a liberdade e a justiça) e o facto de estes orientarem as acções humanas, ao contrário do que possa parecer, não estamos a falar de algo vago sem qualquer relação com a realidade. Por exemplo, alguns destes homens e mulheres, durante a Segunda Guerra Mundial, morreram pela liberdade. Um ideal mais valioso para eles que outros - de certo mais fáceis de alcançar - como o poder.
Num regime democrático, como aquele em que vivemos, o respeito do Estado pelo valor da liberdade é um princípio fundamental. Vivemos, sem dúvida, num contexto histórico e num país em que a liberdade é bem mais fácil de alcançar do que o foi na época dos “Partisan”. Contudo, isso não faz com que seja um dado adquirido. Nem isenta os cidadãos de reflectirem sobre o seu significado e escrutinarem permanentemente as decisões dos políticos para garantir que esta é preservada.
A liberdade não deve ser apenas um valor abstracto referido nos manuais de Filosofia ou nos discursos políticos. Numa democracia, é para ser exercida na vida pública através da análise e da crítica.
Infelizmente isso nem sempre sucede em Portugal: muitas pessoas pensam duas vezes antes de criticarem alguém poderoso, receosas das consequências (nomeadamente profissionais), e muitos políticos quando são criticados em vez de discutirem ideias e de argumentarem a favor das suas posições preferem atacar pessoalmente os adversários e acusá-los de falta de patriotismo ou de qualquer outro ismo grandiloquente.
(Canção popular italiana, o autor é desconhecido. Foi criada na Segunda Guerra Mundial, durante a ocupação alemã. Pode encontrar a letra da canção e uma tradução portuguesa – não sei avaliar se é boa ou má – aqui.)
(Pode encontrar a letra desta canção, escrita e cantada por Leonard Cohen, no original e em português, aqui.)