sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sísifo ou o sentido da vida humana


Transporte de sacos de terra nas minas de ouro de Serra Pelada. Cada homem sobe do fundo da mina ao monte de terra, no topo, cerca de 60 vezes por dia.
Brasil, 1986.



Escadas nas minas de ouro de Serra Pelada.
Brasil, 1986.


Subindo para a mina de Serra Pelada.
Brasil, 1986.

Fotos de Sebastião Salgado.
Para ver outras fotos deste grande fotógrafo brasileiro clique aqui:

http://www.terra.com.br/sebastiaosalgado/


Sísifo é uma personagem da mitologia grega. Existem diversas versões acerca das suas acções.
Numa delas conta-se que Sísifo foi testemunha de uma das inúmeras malfeitorias de Zeus, o caprichoso e pouco virtuoso rei dos deuses. Este raptou uma jovem e Sísifo contou o sucedido ao pai dela (Asopo, o deus-rio). Isso desencadeou a ira de Zeus.
Para castigar Sísifo condenou-o a repetir sempre a mesma tarefa: empurrar uma pedra montanha acima, só para vê-la rolar para baixo novamente assim que conseguia colocá-la no cimo da montanha.
Alguns autores, como o escritor francês Albert Camus, consideram que, no fundo, todos os seres humanos têm uma vida semelhante à de Sísifo – rotineira, inútil, absurda e sem sentido.
Impõem-se pelo menos duas perguntas. Porque é que esses autores consideram existir essa semelhança? Terão esses autores razão?
Ao tentar responder a essas perguntas pense nas fotografias de Sebastião Salgado: o género de trabalho extenuante e rotineiro que elas retratam costuma ser invocado pelos autores referidos como um motivo para considerar a condição humana semelhante à tarefa de Sísifo.
Mas, como já foi perguntado, terão esses autores razão?




"Sísifo", Ticiano, 1549


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