Esperas, sim,
que os teus livros te desculpem,
te salvem do inferno:
porém,
sem sombra de tristeza,
sem de modo algum
parecer recriminar-te
(escusa de o fazer,
sabendo bem o que importa
a um amante da arte como tu),
Deus poderá condenar-te
no Dia do Juízo
a chorar de vergonha,
recitando de cor
os poemas que terias escrito, tivesse
sido boa a tua vida.
W.H. Auden
(Tradução de Ana Luísa Faria, in Hannah Arendt, Homens em Tempos Sombrios, Relógio d’Água, Lisboa, 1991, pág. 239.)
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