Concordo com tudo o que a Sara escreveu aqui sobre a avaliação dos professores, mas quero sublinhar uma ideia. As coisas não correram mal apenas porque o modelo era mau, mas também porque muitos dos envolvidos, nomeadamente avaliadores, não fizeram tudo o que podiam e deviam fazer em termos de procura do rigor e da objetividade.
Conheço casos em que as classificações foram atribuídas com base nas simpatias ou antipatias pessoais dos avaliadores, a despeito das evidências existentes sobre o trabalho das pessoas avaliadas. Conheço casos em que os critérios utilizados foram concebidos ad hominem para favorecer a pessoa A em detrimento da pessoa B. Conheço casos em que, na mesma escola, avaliadores diferentes usaram graus de exigência completamente diferentes sem nunca terem aferido os seus critérios e procedimentos.
O princípio que presidiu ao trabalho de alguns avaliadores foi: “We Take Care Of Our Own”, como se diz na bonita canção de Bruce Springsteen. O modelo de avaliação inventado pelos governos anteriores não ajudou, mas a responsabilidade pelas injustiças existentes nesses casos é dos avaliadores (os chamados relatores que assistiram a aulas e outras pessoas que integraram comissões em que se conceberam critérios de avaliação e se avaliaram relatórios). Algumas dessas pessoas revelaram uma enorme falta de profissionalismo e de honestidade.
Como disse, conheço casos. Gostava de os apresentar ao Ministério da Educação, se os seus responsáveis estivessem interessados em avaliar a avaliação que foi feita, mas já se percebeu que não estão.
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