Claude Chabrol realizou, em 1988, o filme «Une affaire des femmes». A acção passa-se na França em 1941. É história de uma mulher com dois filhos que, para ultrapassar as suas dificuldades económicas, faz clandestinamente abortos. Além disso, o filme relata as histórias das mulheres a quem ela ajuda a abortar, pois estas acabam por lhe confidenciar os motivos que as levaram a interromper a gravidez.
Chabrol trata o problema do aborto de forma realista, levando o espectador a confrontar-se com a sua complexidade moral. O filme apresenta alguns dos argumentos consequencialistas favoráveis aborto e o modo como são vividas, por algumas mulheres, as experiências amorosas e a maternidade. Mas também nos mostra as circunstâncias de vida, o sofrimento e a culpa das mulheres que se decidem por esta prática.
No entanto, ao contrário do que o nome do filme ("Um assunto de mulheres") nos possa fazer pensar, apesar das diferenças biológicas, este não é um assunto respeitante apenas às mulheres, pois não?
Esta é uma pergunta dirigida, em particular, aos meus alunos do 10º ano, que se encontram a preparar a argumentação que irão defender (na próxima segunda) acerca deste problema da ética aplicada.
2 comentários:
Se o filho não é um assunto exclusivo de uma mulher, um aborto também não. Mas que a opinião de uma mulher tem de ser realmente ouvida, tem.
Bípede:
Eu fiz uma pergunta retórica, que pretendia abordar a seguinte questão: em relação a esta prática o ponto de vista masculino e feminino valem o mesmo?
Cumprimentos.
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