O autor do livro Alice no país das maravilhas, Lewis Carroll, chamava-se na verdade Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898) e escreveu vários livros de matemática, por exemplo: Guia da Geometria Algébrica Elementar e As fórmulas da Trignometria elementar.
Eis uma sugestiva passagem do livro Alice no país das maravilhas:
« – Precisas de cortar o cabelo – disse o Chapeleiro.
Estivera a observar Alice com grande curiosidade e foi esta a primeira vez que falou.
- Devias aprender a não fazer comentários pessoais – disse a Alice com alguma severidade. – É uma grande falta de educação.
Ao ouvir isto, o Chapeleiro abriu muito os olhos, mas tudo o que disse foi:
Em que se parece um corvo e uma secretária?
“Finalmente vamos divertir-nos!” pensou a Alice. “Ainda bem que eles começaram a dizer adivinhas.”
- Queres saber qual é a resposta? - perguntou a Lebre de Março.
- Exactamente isso – disse a Alice.
- Nesse caso, deves explicar-te quando falas – continuou a Lebre de Março.
- É o que eu faço – apressou-se a responder a Alice. – Pelo menos, quando falo explico-me… É a mesma coisa…
-Não é a mesma coisa! – ripostou o Chapeleiro. – Podes muito bem dizer “Eu vejo o que como”, que não é a mesma coisa que “Eu como o que vejo”.
- Podias muito bem dizer “Eu gosto do que tenho”, que não é a mesma coisa que “Eu tenho o que gosto” – acrescentou a lebre de Março.»
As palavras trocadas entre a Alice e o Chapeleiro, no final deste diálogo, poderão ser explicadas a partir de algumas noções de Lógica dadas nas aulas. Mas para quem tiver curiosidade há mais…
Nota: A citação foi retirada do livro Alice no país das maravilhas, tradução de Maria Filomena Duarte, Edições D. Quixote, Lisboa, 1988, págs. 70-71.