domingo, 19 de junho de 2011

Quais devem ser as prioridades do novo ministro da educação?

Na internet e nos jornais abundam os textos explicando quais devem ser as prioridades do novo ministro da educação. Infelizmente, não costumam ir além de afirmações vagas e etéreas sobre a autonomia e gestão das escolas e a avaliação dos professores.

Gostaria por isso de apresentar algumas ideias concretas e terra a terra.

O próximo governo deve:

A) Mudar o estatuto do aluno, introduzindo (tal como existe para os professores) um limite para justificar faltas sem comprovativos legais, apenas com base na palavra do encarregado de educação ou do aluno (se maior). Duas ou três faltas sem comprovativo por período, no máximo.

B) Mudar o estatuto do aluno, permitindo que os alunos voltem a chumbar automaticamente por faltas.

C) Mudar o estatuto do aluno, simplificando os procedimentos disciplinares e tornando mais rápida e menos burocrática a aplicação de sanções.

D) Mudar os programas de muitas disciplinas, tornando-os mais pequenos e centrados nos conteúdos fundamentais das disciplinas (extirpando-os portando das tretas pseudo pedagógicas provenientes do “eduquês”).

F) Introduzir exames nacionais obrigatórios no final de cada ciclo e num número maior de disciplinas (o exame de Filosofia, por exemplo, devia passar a ser obrigatório).

G) Estabelecer 9,5 valores como nota mínima nos exames nacionais para efeitos de aprovação na disciplina.

H) Mandar fazer exames mais exigentes e difíceis do que os actuais.

I) Fazer menos leis do que os últimos governos e não estar sempre a alterá-las.

Não referi a importante questão da avaliação dos professores, pois gostaria que nos próximos anos se focasse a atenção não nos professores mas sim nos alunos e, sobretudo, naquilo que estes devem aprender.

Aliás, uma das razões pelas quais a avaliação dos professores tem corrido tão mal é porque não se cuidou antes de outros aspectos, nomeadamente da avaliação dos alunos.

3 comentários:

Aires Almeida disse...

Certo, Carlos. Acrescentaria ainda:

- Mudar o modelo de formação de professores actual, acabando com todas as acções de formação que não sejam sobre temas directa e imediatamente aplicáveis à sua actividade lectiva e profissional. A formação dos professores deveria, pois, centrar-se em três aspectos: 1. formação na área científica (cerca de 80%),
2. nas tecnologias aplicáveis à sua actividade lectiva, uma vez que ainda há quem precise disso (15%),
3. em aspectos de carácter prático relativos à sua actividade profissional (condução de reuniões, por exemplo, que é coisa que muitos professores passam o tempo a fazer, mas com enorme desperdício de tempo, de latim e de energias).

Há mais, mas fica para depois.

F. Pinheiro disse...

Boa tarde!

Para além das medidas propostas, seria bom aumentar o peso dos exames no cálculo da nota final do ensino secundário, desta forma, estimulava-se o empenho de alunos e professores e reduzia-se a pressão para o inflacionamento das notas. Seria também importante alterar os currículos das novas oportunidades, visto que, primam pela vacuidade.


F. Pinheiro

Carlos Pires disse...

Aires:

Essa também podia ser prioritária.

Aguardemos.