“As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.”
John Stuart Mill
Pois não. Mas as emoções e o gosto artístico, embora diferentes da razão, serão seus "inimigos"? Por exemplo: será irracional uma pessoa entregar-se à paixão?
Fernanda: Julgo que a emoção e a razão não se opõem, antes se complementam. É tão nefasto viver subjugado pelas emoções como agir, a vida inteira, por motivações exclusivamente racionais. Como é que se consegue, no quotidiano, a justa medida? Bem, não há receitas. E o pior (ou o melhor?) é que, talvez, não dependa apenas do nosso pensamento e da nossa vontade, já que a vivência de certas emoções (como o amor ou a paixão) não resulta de "razões da razão". Uma pessoa entregar-se a uma paixão é irracional se esse acto acarreta um sofrimento intenso e prolongado. As razões do coração não devem falar mais alto que o amor-próprio, a menos que as pessoas tirem algum prazer do sofrimento (o que é absurdo, mas pode acontecer). As emoções prendem-nos (a coisas boas e más), a análise racional permite distanciamento e dá-nos a possibilidade de nos olharmos ao espelho: escolher se a imagem que vemos nos convém. Como se consegue o desejável equilíbrio entre ambas? Não sei. Cumprimentos.
2 comentários:
Pois não. Mas as emoções e o gosto artístico, embora diferentes da razão, serão seus "inimigos"? Por exemplo: será irracional uma pessoa entregar-se à paixão?
Fernanda Colaço
Fernanda:
Julgo que a emoção e a razão não se opõem, antes se complementam. É tão nefasto viver subjugado pelas emoções como agir, a vida inteira, por motivações exclusivamente racionais.
Como é que se consegue, no quotidiano, a justa medida? Bem, não há receitas. E o pior (ou o melhor?) é que, talvez, não dependa apenas do nosso pensamento e da nossa vontade, já que a vivência de certas emoções (como o amor ou a paixão) não resulta de "razões da razão".
Uma pessoa entregar-se a uma paixão é irracional se esse acto acarreta um sofrimento intenso e prolongado. As razões do coração não devem falar mais alto que o amor-próprio, a menos que as pessoas tirem algum prazer do sofrimento (o que é absurdo, mas pode acontecer).
As emoções prendem-nos (a coisas boas e más), a análise racional permite distanciamento e dá-nos a possibilidade de nos olharmos ao espelho: escolher se a imagem que vemos nos convém. Como se consegue o desejável equilíbrio entre ambas? Não sei.
Cumprimentos.
Cumprimentos.
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