Muitas pessoas têm como verdadeira a crença: os adolescentes não precisam de dormir tanto como os pré-adolescentes e, devido a isso, podem deitar-se mais tarde.
Trata-se de uma ideia do senso comum - muito popular entre os adolescentes - tida como certa por se ouvir dizer ou devido a alguns dados fornecidos por observações e experiências ocasionais.
De acordo com a concepção tradicional (ou platónica) de conhecimento, as três condições suficientes para que alguém possa dizer que sabe alguma coisa são ter, em simultâneo, uma crença verdadeira justificada. Assim sendo, quando uma pessoa conhece algo terá de ser capaz de apresentar provas, ou seja fundamentar racionalmente a verdade daquilo em que acredita, pois esta é independente da convicção pessoal e da confiança depositada na tese defendida.
Ora, segundo uma notícia do jornal Público (6-1-2010): “James Gangswisch e colegas, da Universidade de Columbia, em Nova Iorque estudaram os hábitos de mais de 15.500 estudantes dos ensinos secundário e superior e descobriram que os que se deitavam depois da meia-noite tinham um risco de 24 por cento maior de ter depressão (…) do que os que iam para a cama antes das 22h. E tudo porque estes conseguiam dormir, em média mais de oito horas diárias.”
O estudo científico referido ao mostrar que a diminuição das horas de sono tem efeitos negativos, por exemplo uma maior tendência para a depressão, permite concluir que a ideia de que os adolescentes podem deitar-se tardíssimo, e no dia seguinte acordar cedo, corresponde a uma crença falsa e sem justificação.
Portanto, essa crença não constitui conhecimento.
2 comentários:
O pior é quando eles vão para a cama muito depois das 23 horas precisamente porque estão deprimidos.
Ou teria sido isto que foi detectado no estudo !?
Muito interessante este estudo. Sempre gostei de dormir cedo e acordar cedo.
Léia
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