domingo, 6 de maio de 2012

Sem papas na língua

A minha colega Regina Jerónimo deu-me a conhecer um vídeo com uma entrevista à professora de Português, Maria do Carmo Vieira. Vale a pena ouvir.

Algumas das considerações que esta professora faz sobre o ensino da disciplina de Português aplicam-se, com algumas adaptações, à disciplina de Filosofia. Seria bom que mais professores em Portugal conseguissem falar com esta franqueza.

1 comentário:

Zaza Carneiro de Moura disse...

Acho brilhante esta professora tanto no discurso e argumentação, como pela seu empenhamento na defesa da qualidade do ensino, que conhece pela experiência e pelo estudo e reflexão teóricas, com o que tudo isso envolve. Deduz-se que a sua prioridade são os alunos que não podem ser prejudicados pela sua origem social. Afinal que modelo de sociedade está por de trás deste espécie de política educativa do actual governo? pergunto eu.Como apontou a entrevistada conduz a uma maior desigualdade entre as pessoas. O dinheiro passa a comandar o acesso à educação pondo em causa de maneira profunda a justiça e a igualdade de oportunidades. Um retrocesso aos tempos pré 25 de Abril. A diferença é que o analfabetismo maciço de que até aí sofríamos foi sendo eliminado nestes últimos 30 e tal anos o que altera os termos da comparação. Mas a iliteracia entendida como falha na compreensão da leitura tornou-se um problema a resolver (presente no caso dos professores mal preparados) e que tem solução que não cabe aqui apontar. Se aceitarmos que "a educação está no cerne de toda a transformação social", o que se prepara não é certamente uma sociedade mais justa e mais preparada para os desafios que temos pela frente. E não vale a pena descartar o assunto como consequência da crise, convêm que se tenha em conta o preço a pagar pela menorização deste povo que somos.