Mais um post convidado, desta vez da professora Cláudia Benedito.
E os alunos, querem a escola e os professores só para as aulas?
Vem o tema a propósito de algumas “queixas” de professores que se sentem “entre a espada e a parede” com o cumprimento dos programas das disciplinas que lecionam, as provas intermédias, os exames nacionais e a participação em atividades que têm sido tradicionalmente dinamizadas pela escola.
Se por um lado a tutela, e a sociedade em geral, exige dos professores a função para a qual são indispensáveis – as aulas, os programas e as matérias – por outro lado, “enche” os seus horários com cada vez mais atividades letivas, eliminando, pouco a pouco, o tempo para participar noutros projetos com alunos.
Assim, vão “morrendo” atividades nas escolas que faziam os alunos aprender e ganhar outros conhecimentos e competências que não se confinam às paredes de uma sala de aula…são as olímpiadas, os concursos, os clubes, etc…onde está o espaço/tempo para eles?
Ficaremos, por imposições legais, limitados aos minutos letivos, às matérias disciplinares vistas no contexto de situações mais ou menos formais de avaliação, e a relação de turmas, cada vez maiores, com o professor vai ficando cada vez mais distante, impessoal e no sentido restrito da sua função profissional.
Onde ficará o enriquecimento de relações construído no envolvimento em atividades “livres”, de cariz regional, tradicional ou autónomo de cada escola? Gostarão os alunos desta escola?
Cláudia Benedito, Professora de Educação Física e Coordenadora de Projetos.
(Nota: as Pinheiríadas são um concurso interturmas que se realiza anualmente na Escola Secundária de Pinheiro e Rosa, com provas variadas: Desporto, Leitura, Matemática, Cultura geral, Teatro, etc.)
1 comentário:
Realmente. É isso que tem acontecido na educação de forma geral. Pensar se tornou algo que os professores raramente fazem e nos ensinam. Afinal, questionar é considerado ato de rebeldia. Até onde iremos? Pensar é cada vez mais preciso e está cada vez mais raro. O capitalismo tomou conta de tudo. Como diria meu professor de filosofia, a escola se tornou mais uma MERCADORIA desse sistema. É triste, porém é a realidade.
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