Desidério Murcho e Luís Mendes travaram um interessante debate na caixa de comentários do post Os exames nacionais serão uma forma de totalitarismo?. Depois, Desidério Murcho respondeu a algumas objeções do Luís Mendes no blogue De Rerum Natura.
Vale a pena espreitar e – porque não? – comentar e tomar partido. O assunto é muito importante.
Até onde deve ir a liberdade de ensinar dos professores? Devem existir programas nacionais obrigatórios ou cada professor deve poder escolher de maneira inteiramente livre aquilo que ensina?
5 comentários:
Acho que em termos de matéria deve haver um programa nacional mas quanto à maneira de leccionar, aí acho que os professores devem ver a melhor maneira, até porque os alunos não são todos iguais e cada professor deve aprender a melhor maneira de os ensinar.
Se os alunos são suficientemente diferentes para que o professor possa ter a liberdade de escolher o modo de os ensinar, então também são suficientemente diferentes para que o professor possa ter a liberdade de escolher exactamente o que lhes vai ensinar. Por que razão haverá toda a gente de aprender exactamente a mesma coisa, ainda que de maneiras diferentes?
Eu respondo já: porque a diferença faz comichão. Porque queremos cidadãos todos iguais, que estudaram todos exactamente as mesmas coisas.
Felizmente para as sociedades humanas, o ensino é largamente ineficaz e as pessoas sofrem-no, esquecem-no e depois são diferentes à mesma, cada qual à sua maneira. O pior pesadelo social que poderíamos ter é o género de ideal de sociedade que está preconizado na ideia de que toda a gente deve aprender exactamente o mesmo.
é uma fábrica... entra carne, sai salsicha, mas também existem um conjunto de conhecimentos que fazem parte da cultura e do conhecimento e não poderia ser «pertença» apenas de uns
não sei responder à questão... muitas dúvidas...
Felizmente para as sociedades humanas, o ensino é largamente ineficaz e as pessoas sofrem-no, esquecem-no e depois são diferentes à mesma"
Muito do que me ensinaram esqueci! Muito daquilo que ensino, sei-o, vai ser esquecido... Esquecido? Não! Na hora em que lhes seja necessário borbulhará à superfície e "aparecerá" como por milagre bem mais forte que o das azinheiras. Mas terei de o ter ensinado, diria "partilhado", ou de contrário não poderá "borbulhar"! No fim todos seremos diferentes (felizmente cmo diz)e esse é o pior pesadelo de quem (des)governa.
Diria que todo o edifício terá de ter uma base, uns alicerces para sustentação. Depois... é a ordem natural das coisas. O meu pior pesadelo seria um dia descobrir que nenhum dos meus alunos se libertou daquilo que lhes ensinei; a minha maior alegria que tal aconteça com a maioria. Quanto ao resto, demos graças a um deus desconhecido,nenhum professor por mais que tente ensinará nunca as mesmas coisas a todos os seus alunos epor força das circunstâncias também nenhum aprende as mesmas coisas. A regra é que aprendemos o que nos seduz e "também amamos o que nos cativa"!
Felizmente para as sociedades humanas, o ensino é largamente ineficaz e as pessoas sofrem-no, esquecem-no e depois são diferentes à mesma"
Muito do que me ensinaram esqueci! Muito daquilo que ensino, sei-o, vai ser esquecido... Esquecido? Não! Na hora em que lhes seja necessário borbulhará à superfície e "aparecerá" como por milagre bem mais forte que o das azinheiras. Mas terei de o ter ensinado, diria "partilhado", ou de contrário não poderá "borbulhar"! No fim todos seremos diferentes (felizmente cmo diz)e esse é o pior pesadelo de quem (des)governa.
Diria que todo o edifício terá de ter uma base, uns alicerces para sustentação. Depois... é a ordem natural das coisas. O meu pior pesadelo seria um dia descobrir que nenhum dos meus alunos se libertou daquilo que lhes ensinei; a minha maior alegria que tal aconteça com a maioria. Quanto ao resto, demos graças a um deus desconhecido,nenhum professor por mais que tente ensinará nunca as mesmas coisas a todos os seus alunos epor força das circunstâncias também nenhum aprende as mesmas coisas. A regra é que aprendemos o que nos seduz e "também amamos o que nos cativa"!
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