«Os conceitos físicos são criações livres do espírito humano e não são, como se poderia crer, unicamente determinados pelo mundo exterior. No nosso esforço para compreender a realidade, a nossa posição lembra a de um homem que procura adivinhar o mecanismo de um relógio fechado. Esse homem vê o mostrador e os ponteiros em movimento, ouve o tiquetaque, mas não dispõe de meios que lhe permitam abrir a caixa. Se é um homem engenhoso, pode representar a imagem de um mecanismo responsável por tudo o que observa, mas não poderá nunca ter a certeza de que o mecanismo que imagina seja o único capaz de explicar as suas observações. Não poderá nunca comparar a imagem que forma do mecanismo interno com a realidade desse mecanismo e nem sequer pode imaginar a possibilidade ou a significação de tal comparação. Mas o investigador crê que, à medida que o seu conhecimento cresce, a sua representação da realidade se torna mais e mais simples e explicativa de domínios cada vez mais extensos. Poderá também acreditar na existência de um limite ideal do conhecimento que o espírito humano pode alcançar. Poderá chamar a esse limite ideal a verdade objectiva.»
Albert Einstein e Leopold Infeld, A evolução das ideias em Física, Ed. Livros Brasil
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