segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

+ ... em 2013

Second Place Winner - My Balloon by Vo Anh Kiet, shot in Moc Chau, Son La province, Vietnam

Fotografia de Vo Anh Kiet, "O meu balão", tirada em Moc Chau, Son La, província do Vietname.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Verdes anos

Em homenagem ao realizador Paulo Rocha com música do genial Carlos Paredes.

Vale a pena rever o filme "Verdes anos" e uma Lisboa entretanto desaparecida.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Duas notícias sobre o acordo ortográfico

O cartoon foi tirado daqui.

«Miguel Tamen considera o Acordo Ortográfico (AO) um desastre e que as universidades não têm de o adoptar, em nome da lei da autonomia.

Crítico do Acordo Ortográfico (AO), o director do programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa não reconhece ao Estado o direito de legislar sobre a língua. Na ideia de lusofonia que hoje serve para justificar o AO, Miguel Tamen vê a recuperação da mesma utopia que serviu à direita para defender o imperialismo colonial português. Pronta a passar atestados de incompetência aos cidadãos, “a esquerda portuguesa é, afinal, a direita portuguesa por outros meios”, lamenta.»

Para continuar a ler no jornal i, ver AQUI.

 

«O Governo brasileiro adiou esta sexta-feira a aplicação obrigatória do novo acordo ortográfico por três anos, para 1 de Janeiro de 2016, de acordo com o decreto publicado no Diário Oficial da União.

Até então, o decreto promulgado em 2008 previa a aplicação obrigatória das novas regras em Janeiro de 2013, ou seja, na próxima terça-feira.
A iniciativa do adiamento surgiu após um pedido de parlamentares da Comissão de Educação do Senado, que ouviram, numa audiência pública, as críticas de destacados linguistas brasileiros às novas regras.

Como não havia tempo útil para a aprovação de um projecto parlamentar, a solução foi negociada com o Governo, disse à Lusa o senador Cyro Miranda no início do mês. Desde Janeiro de 2009, quando começou oficialmente a adesão do Brasil ao acordo, o uso da nova grafia é opcional, e vai continuar a ser até 31 de Dezembro de 2015.»

Para continuar a ler no jornal Público, ver AQUI.

O que pensar desta enorme trapalhada?

Quem é que agora sabe escrever correctamente português (sem o corretor ortográfico, entenda-se)?

Que eu tenha notado pouca gente.

Mas parece que não é importante...

Uma história exemplar do Uganda

Ao ler esta notícia do jornal Público, não pude deixar de pensar nalguns dos meus alunos pouco empenhados para quem as aulas e a escola são uma enorme chatice e julgam que terão para sempre os pais a dar-lhes dinheiro. Sem dúvida que o modo como estão distribuídas as oportunidades, pelas pessoas dos diferentes países, é injusta!

«Phiona Mutesi é uma miúda de 16 anos. Nasceu no Uganda, numa favela, Katwe. Quando tinha nove anos, Phiona foi apresentada a um ex-jogador de futebol, Robert Katende. Ele mostrou-lhe um jogo tão estranho que nem sequer tinha um nome no idioma em que ela se expressava: xadrez. Ela sentiu-se atraída pelas figuras das peças. Começou a jogar. Sete anos depois, tornou-se rainha. A história dela deu um livro. A história dela faz sonhar.

Tim Crothers é um jornalista norte-americano que desenterrou Phiona do anonimato. Escreveu um longo perfil, publicado há um ano, no site do canal desportivo ESPN. O texto tornou-se viral. Despertou sentimentos. Puxou pelas atenções.

Crothers descreve assim o ponto de partida desta rapariga que fintou tanta fatalidade: “Phiona Mutesi é o expoente dos que nunca são favoritos. Ser-se africano é estar em desvantagem no mundo. Ser-se do Uganda é estar em desvantagem em África. Ser-se de Katwe é estar em desvantagem no Uganda. E ser-se mulher é estar em desvantagem em Katwe.”

Katwe é o maior dos oito bairros pobres de Kampala, capital do Uganda. Crothers definiu-o como um dos piores lugares do mundo. Não há saneamento e há insectos por todo o lado. Um antro de pobreza, onde ir à escola é mais do que um luxo. É uma miragem para a maioria. “É um lugar onde toda a gente está em movimento, mas ninguém sai dali. Diz-se que se nasceste em Katwe, hás-de morrer em Katwe, de doença, violência ou negligência”»

Para continuar a ler, no jornal Público, AQUI.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Humor para Homo sapiens

As pessoas que gostam da Casa dos Segredos e de programas parecidos é que não devem achar graça, suponho…

Ricardo Araújo Pereira: “Manhã dos Segredos” - Mixórdia de Temáticas, Rádio Comercial.

sábado, 22 de dezembro de 2012

BOM NATAL

O Dúvida Metódica deseja um BOM NATAL - com muitas leituras, optimismo, boas companhias

e projectos para o futuro - a todos os seus leitores!

A fotografia é do filme "O Sacrifício" de  Andrei Tarkovski e foi tirada DAQUI (onde estão disponíveis outras magníficas fotos do mesmo autor).

A música de Bach (uma parte da "Paixão segundo São Mateus") faz parte da banda sonora do filme e é cantada por Julia Hamari.

Se a beleza pudesse provar a existência de Deus, esta música bastaria!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O que farias hoje se o mundo acabasse amanhã?

O prazer de ler

“Se o mundo acabasse amanhã hoje estudaria matemática.”

Fosse quem fosse o autor desta frase lida não sei aonde, tinha toda a razão. Se o mundo acabasse amanhã deveríamos aproveitar o pouco tempo restante fazendo atividades com valor intrínseco e não atividades com valor apenas instrumental (aquilo que fazemos não por gostar mas porque permite alcançar coisas de que gostamos).

Como é natural, a matemática não seria a primeira escolha de muitas pessoas. Algumas escolheriam estudar filosofia ou ler um romance e muitas outras escolheriam atividades que nada têm a ver com o estudo e a leitura. Mas o que talvez mereça ser salientado é que algumas pessoas (possivelmente uma pequena minoria) consideram que a leitura e o estudo são algo bom em si mesmo e que vale a pena fazer mesmo que não se ganhe nada além do próprio prazer.

Porém, como o mundo não vai acabar amanhã e teremos tempo para colher os frutos do que fizermos hoje, a verdade é que, além do prazer, podemos ganhar imensas coisas com a leitura e o estudo.

Como tudo começou

Vale a pena ver o filme, mas vale ainda mais pena ler o livro. Eis a parte em que Bilbo Baggins encontra o anel, para confirmar que o filme não substitui o livro.

gandalf comes to hobbiton Hobbit de John Howe

Desenho de John Howe.

“Quando Bilbo abriu os olhos não teve a certeza de que os abrira, pois estava tão escuro como quando os tivera fechados. Não se encontrava ninguém perto dele. Imaginai o seu medo! Não ouvia nada, não via nada e não sentia nada além da pedra do chão.

Pôs-se de gatas, muito devagar, e tateou até tocar na parede do túnel; mas nem por ela abaixo nem por ela acima encontrou nada; absolutamente nada, nenhum sinal de gnomos, nenhum sinal de anões. Tinha a cabeça a andar à roda e nem sequer estava certo da direção em que seguiam quando caíra. Calculou o melhor que pôde e arrastou-se um bom bocado, até que, de repente, a sua mão encontrou o que, pelo tato, lhe pareceu um pequeno anel de metal frio caído no chão do túnel. Foi um ponto de viragem na sua carreira, mas ele não o soube.”

J.R.R. Tolkien, O Hobbit, Publicações Europa-América, 2003, pág. 68.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A felicidade é desinteressante?

David Lodge Pensamentos Secretos

«- Foi sempre fiel ao Martin? – perguntou Carrie (…).

- Claro – diz Helen, mostrando-se ligeiramente ofendida. – Se assim não fosse não me sentiria agora tão magoada [Helen, uma romancista célebre, descobriu que o marido a enganava meses depois da sua morte]. Não teria esse direito.

- Com certeza – diz Carrie. – Não quis insinuar… É só que, bem, os seus romances têm bastante infidelidade.

Helen ri-se, algo envergonhada (…). – Bem, como a maioria dos romances, na verdade. Não há grande potencial narrativo no casamento estável e monogâmico.

- Pois é. Como Tolstoi diz no início de Anna Karenina, “Todas as famílias felizes se assemelham…”

- “Mas as infelizes são diferentes à sua maneira. Francamente não sei se a primeira parte corresponde à verdade – diz Helen, franzindo o sobrolho. – As famílias felizes não são todas iguais. O problema é que não são muito interessantes – a não ser que por acaso se pertença a uma delas. A ficção alimenta-se da infelicidade. Precisa de conflitos, desilusões, transgressões. E já que os romances tratam sobretudo da vida pessoal e emocional, de relacionamentos, não admira que a maioria seja sobre o adultério. Ou melhor, a infidelidade, porque imensos casais não se casam hoje em dia – mas isso não parece fazer grande diferença para a sensação de se ser traído, pois não, quando um parceiro engana outro?

- Não.»

David Lodge, Pensamentos secretos, Edições Asa, Porto, 2002, pág. 229.

Pensamentos Secretos Thinks David Lodge

sábado, 15 de dezembro de 2012

Meio caminho andado para a felicidade

Trabalhar naquilo que se gosta não chega para ser feliz e ter uma vida boa. Talvez não seja sequer uma condição necessária. Porém, na maior parte dos casos é, pelo menos, meio caminho andado.

Em Portugal existem muitos milhares de licenciados no desemprego. Como convencer os atuais estudantes de que estudar e aprender é meio caminho andado para no futuro trabalharem naquilo que gostam ou, pelo menos, trabalharem?

cachalote

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estudar os clássicos

Não é esse o espírito do cartoon (nem a opinião de muitos alunos e até professores), mas é realmente verdade que a leitura e o estudo dos clássicos – nomeadamente da literatura e da filosofia – contribui para preparar as crianças e os adolescentes “para enfrentar o futuro”. Há, contudo, uma condição: esse estudo deve ser feito criticamente.

preparar o futuro

Nick Cave: Breathless

Boas férias!

Uma sugestão para ocupar o tempo livre e simultaneamente descansar: AQUI.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Voar=ler

Para os meus alunos.

Eis que se aproximam as férias. Desejo a todos um bom descanso e deixo-vos um conselho:

VIAGEM COM LIVROS!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O que têm em comum as corujas e o GPS?

Os meus alunos Alexandre Mendes, Emanuel Noivo e Gonçalo Raminhos (da turma B do 11º ano), coordenados pelo professor Orlando Sacramento Alho de Física e Química, participaram no Concurso  "Saber porquê" com o vídeo anterior. Outros vídeos do concurso podem ser visionados AQUI.

O tema do vídeo é: "o que têm em comum as corujas e o GPS?"

Vale a pena ver e perceber como aprender ciência pode ser interessante!

Maria Filomena Mónica sobre Boaventura Sousa Santos

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A socióloga Maria Filomena Mónica escreveu um artigo de opinião, publicado no jornal Público de 07/12/2012, intitulado: "O evangelizador de Coimbra".

O interesse, parece-me, prende-se com o facto de em Portugal abundarem "intelectuais" como este que ela critica. Destacam-se por exibirem, entre outras "qualidades", um discurso palavroso que ninguém percebe porque é vazio de ideias. Mas muita gente em Portugal faz de conta que percebe, desculpando-se com a forma, quando na realidade se trata do vazio de ideias, ideias erradas ou deturpadas (e que não são neutras ideologicamente, apesar de serem apresentadas como se fossem).  As citações que ela faz falam por si e frontalidade com que expõe casos concretos também.

Vale mesmo, mesmo a pena ler!

«Para evitar polémicas inúteis, começo por uma declaração. Os meus adversários naturais, os poderosos, não suscitam em mim a fúria que dedico a certas franjas da esquerda. Tendo sido educada numa faculdade dominada pela ideologia salazarista e conhecido, no estrangeiro, uma instituição onde a discussão era livre, não suporto a ideia de poder vir a ser obrigada a aturar novas ortodoxias. Nas Humanidades, o risco de se confundir política e ciência é elevado.
Relembro o que anda esquecido. O fim da Universidade não consiste em formar meninos não racistas, não sexistas e não imperialistas, mas em transmitir o saber da forma mais objectiva possível. Jamais poderemos libertar-nos de todos os preconceitos, mas devemos tentar. Há uns anos, visitei a catedral de Christ"s Church em Oxford, onde se encontra um memorial em honra de J. Locke. Eis o que lá está escrito: "Sei que a verdade, por oposição à falsidade, existe e que, se as pessoas quiserem e se pensarem que a busca vale o esforço, pode ser encontrada." É por partilhar esta visão que julgo que, nas salas de aula, os docentes não podem difundir ideais políticos. A instituição académica não é um cantinho de Hyde Park onde cada um monta a sua banca. Claro que, cá fora, podemos falar de política: mas não devemos fazê-lo diante de alunos. Estes não são hereges a converter, mas jovens a quem devemos inculcar a paixão pelo saber.
Tudo isto vem a propósito de uma entrevista que Boaventura Sousa Santos, o evangelizador de Coimbra, deu à Análise Social, nº204. Dirigida por João Pina-Cabral, esta publicação pertence ao meu instituto, o ICS. Fundada por Adérito Sedas Nunes em 1963, tem um passado notável. Mesmo depois do 25 de Abril, quando as suas páginas correram o risco de ser inundadas por escrita panfletária, manteve-se fora da política.
O facto de que hoje me ocupo - a conversa conduzida por Helena Mateus Jerónimo e José Neves, directores adjuntos da revista - é revelador de mudanças profundas na instituição. Tudo começa com a primeira a recordar, em tom reverencial, a autodefinição de Sousa Santos como "um optimista trágico que procura ser um rebelde competente". Depois desta reminiscência nietzscheana, seguem-se uma análise primária sobre os malefícios das "sociedades capitalistas" e a resposta aos que o têm acusado de confundir o papel de sociólogo e o de político. Segundo ele, quem tal escreveu alimentaria no espírito "uma crença serôdia no positivismo", opção que serviria para esconderem a sua "viragem nas convicções políticas, da esquerda para a direita". Tais pessoas, argumenta, revelariam ainda "uma grande ignorância dos debates epistemológicos contemporâneos, sobretudo das epistemologias feministas e pós coloniais". Ser-me-á isto dirigido? Serei eu anti-femininista e pró-imperialista? Ou, pior ainda, de direita? Deixemos este desvio narcísico, para nos concentrarmos no que ele defende, as "epistemologias do sul". De início, imaginei que se estava a referir ao Sul geográfico, que acompanha o sal e o sol, mas não: o seu "sul" é uma entidade etérea localizada algures no firmamento da contracultura.
Passo por cima do seu desprezo pela tradição ocidental e da sua proposta para a criação - imagino que com sede no Equador - de uma Universidade Popular dos Movimentos Sociais, onde a discussão intelectual estaria canalizada para "a eficácia política das lutas sociais". O mais chocante surge quando menciona os actuais governantes portugueses, aos quais nada me liga. Para Sousa Santos, dentro do conceito de povo não cabem pessoas como Vítor Gaspar ou António Borges: "À luz deste conceito, não são parte do "povo" pessoas que têm passaporte português mas nada os vincula a Portugal senão aquilo que lhes é ditado pelos seus patrões internacionais." Será que, nas minhas costas, o Estado criou um SEF ideológico em Coimbra?
À medida que me aproximava do fim, o meu espanto crescia: "O Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tem passaporte português, mas não tem mais do que isso." A razão é clara: "Realmente, ele está ao serviço do capital financeiro alemão em cujos bancos se educou." E vai por aí fora: "E o mesmo se pode dizer de António Borges, que se tiver oportunidade e poder causará graves danos ao país. Entre ele, Mário Draghi, Mário Monti ou Lucas Papademos não há grandes diferenças. Têm passaportes diferentes, mas a sua lealdade última, o seu verdadeiro país, é a companhia majestático-colonial Goldman Sachs a que todos pertenceram ou pertencem." O objectivo do Governo de Passos Coelho consistiria, por conseguinte, em aproveitar a crise para conseguir que Portugal volte ao 24 de Abril. Os dislates não ficam por aqui: na sua opinião, a rua é a nova esfera pública, os cientistas sociais devem escrever "com" e não "sobre" os oprimidos e é urgente elaborar-se "uma teoria geral sobre a impossibilidade de uma teoria geral". Alguém entende esta última frase?
Desde há alguns anos que uma parte significativa do poder académico tem vindo a ser ocupada por antigos revolucionários. Os novos mandarins não são melhores do que os antigos. A sua obsessão é igualmente com o recrutamento de colaboradores obedientes, com a arregimentação ideológica dos pupilos e, novidade decorrente da globalização, com o uso de redes internacionais de financiamento. É por saber isto que li, sem espanto, as benesses que Sousa Santos foi acumulando, a última das quais um subsídio de 2,42 milhões de euros atribuído pelo European Research Council, para um projecto intitulado "ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo", a ser executado no seu Centro de Estudos Sociais, onde trabalham 223 investigadores, subsidiados pelo Estado. O novo estudo centrar-se-á em quatro áreas, entre as quais "a democratização da democracia".
Sousa Santos não entende que a liberdade académica não é compatível com a transformação das aulas em comícios. Imagino que tenha lido Max Weber, mas o seu cérebro não integrou o que o nosso famoso antepassado disse sobre a diferença entre a vocação do político e do cientista. Vale ainda a pena reparar como estes advogados da sociedade sem classes estão atentos a questões ligadas ao seu status social. Quem não acredite veja a pose de Sousa Santos na fotografia publicada na revista. Finalmente, a sua defesa de que se deve pensar "com" e não "sobre" as massas populares é meramente retórica, uma vez que não faz a mínima tenção de viver entre os pobres - o seu trabalho de campo sobre as favelas do Rio de Janeiro apenas durou três meses -, aproveitando-se antes da "causa" para a obtenção de confortos materiais. Termino com uma citação de Voltaire, alguém que sabia do que falava: "Aqueles que conseguem fazer com que acrediteis em teses absurdas conseguirão mais tarde que façais atrocidades." Convém estar atento ao que se passa nos meios académicos.»

Maria Filomena Mónica

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

As Idades do Mar, na Gulbenkian

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A Evasão de Rochefort, 1881 – Édouard MANET (1832-1883) | Paris, musée d’Orsay © 2012.
White Images/Scala, Florence | Óleo sobre tela 80 x 73 cm Paris, Musée d’Orsay Inv. RF 1984-158.

Migração de pássaros, 1924 – Johannes Larsen, Dinamarca | Crédito fotográfico: SMK Foto.
Statens Museum for Kunst © Johannes Larsen, Copy-Dan, 2012 | Óleo sobre tela Folketinget, Copenhaga.

Uma exposição, no edifício sede, que vale a pena visitar.

De 26 out 2012 a 27 jan 2013 | 10:00 - 18:00

De 29 nov a 28 dez aberto até às 20:00

Encerra às segundas, dia 25 dezembro e 1 janeiro.

 

Para mais informações, ver o site da fundação, AQUI.

sábado, 8 de dezembro de 2012

A educação privada em Portugal e o poder político

Uma reportagem, acerca das escolas públicas e privadas em Portugal, que vale mesmo a pena ver.

Se houvesse mais jornalismo de investigação em Portugal a divulgar na praça pública a promiscuidade existente entre os detentores de cargos políticos (de diferentes partidos no poder) e os negócios a que se dedicam - servindo-se dos conhecimentos e influência que adquiriram nos cargos governativos - talvez muitos deles não se atrevessem a fazer o que neste vídeo se descreve.

Os estranhos hábitos dos Lógicos

Um dos quais é evitar a ambiguidade.

Hábitos dos lógicos - Frege e Russell

Encontrei esta tira de BD no facebook de Domingos Faria.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Por dever ou apenas em conformidade ao dever?

Um motorista austríaco foi elogiado pela sua honestidade ao devolver os 390 mil euros que encontrou no autocarro que conduz em Viena. Esse dinheiro tinha sido esquecido por uma senhora idosa. O motorista encontrou o dinheiro ao inspecionar o veículo no final do seu turno de trabalho, após a saída de todos os passageiros.

Tendo em conta a distinção efetuada por Kant entre ações realizadas por dever e ações realizadas apenas em conformidade ao dever (motivadas ou por interesses ou por sentimentos), como se pode classificar a ação do motorista? Ou não há dados suficientes para fazer essa classificação?

Mais pormenores nesta notícia do DN.

Autocarro em Viena

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Girl you`ll be a woman soon

Música da excelente banda sonora de um dos grandes filmes de Quentin Tarantino: "Pulp fiction".

Na ESPR debateram-se problemas políticos

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No âmbito do projecto "Parlamento dos jovens" (para mais informações, ver AQUI) realizou-se, no dia 3 de Dezembro no auditório da escola, uma sessão de esclarecimento, seguida de um debate, sobre o tema: "os jovens e o emprego - Que futuro? Contou com a presença do deputado Paulo Sá e dos alunos de duas turmas do 11º ano (turmas A e D) e três do 12º ano (turmas B, E e F) .

O deputado começou por apresentar os dados existentes sobre o problema e esclareceu - de forma simples, clara e com exemplos pertinentes - alguns conceitos políticos fundamentais: o défice, a troika, a dívida pública, os números do desemprego em geral e entre os jovens e por ai em diante.

Após a exposição inicial, abriu-se espaço ao debate. Os alunos, contrariando a ideia habitual que os jovens não se interessam pela política, foram bastante interventivos, colocaram muitas questões, de tal modo que a sessão acabou por se prolongar fora da hora estabelecida para que as perguntas não ficassem sem resposta.

Obrigada ao deputado Paulo Sá, aos alunos e professores presentes.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

1984: a manipulação no discurso político

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Eric Arthur Blair (1903 - 1950), cujo pseudónimo é George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. Mais informações sobre o romance, AQUI.

Um romance que vale a pena ler. Atrevo-me a dizer: uma falha "grave" na cultura geral dos alunos que ainda não o leram.

Um documentário sobre o livro de George Orwell , "1984", que vale a pena ouvir.

Uma adaptação do livro para o cinema que vale a pena ver.

Estou convencida que uma forma de valorizar a democracia e a liberdade que temos, é perceber o que nos aconteceria num regime totalitário.

Boas reflexões filosóficas e políticas a todos!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A alegoria da caverna e um cartoon de Quino

Legenda: “E porque diabos caminhamos como carneiros sem sequer saber para onde vamos?”

A minha aluna, Diana Todica, do 10º E, escreveu na aula um texto que vale a pena ler. O tema é a relação entre a alegoria da caverna de Platão e o cartoon anterior da autoria de Quino.

Ei-lo:

O texto da alegoria da caverna está muito relacionado com a atualidade por diversas razões. Uma delas é que coloca questões como: "O que é a realidade?", "O que é a verdade?" ou "Será que quem adquire o conhecimento tem necessariamente a obrigação de o partilhar com os outros?" – estes problemas continuam a dizer respeito a todas as pessoas. A alegoria da caverna representa duas formas diferentes de nós, os humanos, compreendermos a realidade. Se vivermos aprisionados no nosso ponto de vista, tomando como óbvias certas ideias, isto é agarrados a essas crenças, sem as examinar criticamente, o mundo é como no interior da caverna, em que os prisioneiros confundem as sombras com a realidade. Esta atitude dogmática impede-nos de compreender que aquilo que tomamos como real é na verdade ilusório. Vivermos deste modo é sermos "cegos", sem termos consciência disso, escolher o caminho mais fácil: por preguiça não questionarmos as nossas crenças mais básicas, as ideias que a nossa cultura, época ou família nos impingiram como certas.

Mas podemos adoptar uma outra atitude: questionarmo-nos, procurando uma justificação racional para as nossas ideias. Ao fazermos isso, estamos a filosofar, este é o momento em que "saímos da caverna" e nos apercebemos que, baseando os nossos pensamentos e ações apenas nas ideias dos outros, vivíamos num mundo muito pequeno e limitado. Ainda hoje esta situação se verifica, a atitude das pessoas relativamente às crenças religiosas é um bom exemplo, pois grande parte delas depende da aceitação acrítica de certas ideias. Muitas pessoas baseiam as suas vidas no pressuposto que  Deus existe e recusam-se a pôr em causa uma ideia discutível. Outro exemplo é o que acontece no dia a dia, recusamos o pensamento crítico porque isso torna tudo muito mais difícil de compreender e de aceitar, além disso dá trabalho! E é sempre mais fácil seguir o caminho que exige menos esforço. Contudo, de acordo com Platão, se não reconhecemos a nossa ignorância, não nos apercebemos que a nossa vida está a passar à frente dos olhos, sem vermos as coisas mais importantes, sem termos oportunidade de aceder e conhecer outras perspectivas ou "realidades" alternativas à nossa.

O cartoon mostra uma sociedade onde tudo isto acontece. Os membros desta sociedade têm uma atitude acrítica, acreditam nas ideias que outros criaram para a população e seguem a multidão, "cegos", sem pensarem por si próprios. No entanto, há sempre uma minoria (neste caso, uma pessoa no cartoon), que "abre os olhos" e começa a questionar se a direção seguida pela maioria está certa, se aquela é a verdade, porque é que tem de ser assim e porque razão não se consideram outras possibilidades – na alegoria de Platão corresponde ao "sair da caverna. No entanto, quem faz isto não é bem aceite (há uma mão mecânica que remove quem questiona). Tal como na alegoria da caverna, a maioria das pessoas não quer sair do seu sono dogmático, prefere continuar a ter uma vida fácil e "facilitada", mesmo que sejam manipulados por outros. A ilusão tornou-se a realidade.

Na alegoria da caverna, os outros prisioneiros quiseram matar o prisioneiro que tinha saído da caverna e os tentava persuadir como era "pequeno" mundo em que viviam e falsas as ideias que eles pensavam ser verdadeiras. No cartoon, passa-se exatamente o mesmo, as pessoas que se interrogam são excluídas, "removidas" pela sociedade ou pelo poder por não aceitarem as crenças mais básicas que a maioria adopta.

Porém, pode-se perguntar, tal como fez Sócrates, "será que uma vida sem pensar é digna de ser vivida"?

Cabe a cada um de nós escolher, diz Platão.

Diana Todica, 10º E