No passado ano letivo houve teste intermédio de Filosofia no 10º ano (nas escolas que escolheram realizá-lo, pois não era obrigatório). Este ano, no 11º, haverá novamente teste intermédio de Filosofia. O objetivo é estimular o estudo e a aprendizagem e, mais especificamente, preparar os alunos que optarem por fazer o exame nacional de Filosofia (que não é obrigatório, servindo de prova de acesso a diversos cursos universitários).
Contudo, segundo a informação do Gave, os alunos que se encontram atualmente no 10º ano não realizarão teste intermédio de Filosofia. Ou seja: estudarão em condições piores que os seus colegas do 11º e não terão direito às medidas de que estes beneficiaram.
Coisas dessas têm sucedido frequentemente em Portugal: é vulgar mudarem regras e procedimentos de um ano para o outro, prejudicando alguns alunos e beneficiando outros. Essas alterações constantes e arbitrárias, além de provocarem desorganização e confusão, geram injustiças, pois impedem a igualdade de oportunidades.
Apesar de estar – infelizmente – habituado a essas arbitrariedades e de ter expetativas baixas relativamente à generalidade dos políticos, o desaparecimento do teste intermédio de Filosofia no 10º ano surpreendeu-me bastante. É que me lembro de ouvir, há meses atrás, Nuno Crato criticar essas alterações constantes, nomeadamente no que diz respeito aos exames (duração, grau de exigência, temas avaliados, etc.). Tais alterações constantes são más, pois – dizia com razão o agora ministro da Educação – inviabilizam as comparações e a avaliação do sistema e das políticas educativas.
Não sei quanto custa realizar um teste intermédio, mas calculo que não seja muito, pelo que a explicação para este desaparecimento não deve passar pelos cortes orçamentais e pela necessidade de gastar menos. Até porque esta é uma daquelas pequenas despesas que sai caro não fazer.
Enfim, mudam-se os tempos mudam-se as vontades…
1 comentário:
obrigada pela informação. preciosa.
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