Ainda no seguimento do post anterior, um ponto de vista com o qual Steve Jobs talvez tivesse concordado:
"(...) tenho imenso receio de que hoje em dia os gadgets desempenhem esse papel mágico: a ilusão, a crença de que se aumenta o poder e as capacidades ao possuir um automóvel cada vez mais rápido, um computador, e por aí em diante! Objectos materiais que dão um certo poder sobre o mundo (...) - mas sem que nos apercebamos de que arruínam aos poucos as capacidades intelectuais e físicas do homem que deles se serve: o condutor demasiado agarrado ao seu carro deixa de saber andar; o estudante que se serve de uma máquina de calcular já não sabe contar."
Marguerite Yourcenar, De olhos abertos, tradução de Renata Correia Botelho, Relógio D`Água Editores, Lisboa, 2011, pág. 156.
Há, sem dúvida, uma longa lista de outros exemplos que poderíamos dar. Conhecem mais alguns?
1 comentário:
e o utilizador de facas para descascar maçãs também pode aumentar o seu desejo de com elas matar. A tecnologia pode de facto ter esse efeito em muitas pessoas, daí não se segue que seja uma verdade consumada. Como gosto muito de gadgets, em especial gadgets que me simplificam tarefas, que me poupam papel, tinteiros, etc... (ainda que representem outros gastos que são também exploração de muitos recursos naturais), não me revejo nos comentários. Aontece também muitas vezes observar a acusação de que com os gadgets e tecnologia nos privamos da real comunicação com a expressão corporal presente, mas decorre que na maioria das vezes, a comunicação de corpo presente é bem mais fictícia do que aquela que podemos fazer usando tecnologias. De resto quando um ser humano está talhado para a luta de poder, ele vai em frente com o seu projecto com ou sem tecnologia.
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