“Os libertistas resolvem o conflito entre o livre-arbítrio e o determinismo rejeitando o determinismo. A sua ideia mestra é que as pessoas são especiais. A marcha da ciência, subjugando os fenómenos observados a leis sem excepções, está limitada ao domínio não humano. Para os libertistas, a ciência é boa naquilo que consegue alcançar, mas nunca conseguirá prever completamente o comportamento humano. Os seres humanos, e só os seres humanos, transcendem as leis da natureza: são livres.
(…) Alguns libertistas tratam este problema postulando um tipo especial de causalidade que só os seres humanos têm, a chamada causalidade do agente. A causalidade mecânica comum, o tipo de causalidade que se estuda na Física e nas outras ciências puras, obedece a leis. As causas mecânicas são repetíveis e previsíveis: se repetir a mesma causa, uma e outra vez, é garantido que o mesmíssimo efeito ocorre de cada vez. A causalidade do agente, por outro lado, não obedece a leis. Não há como dizer de que modo um ser humano livre irá exercer a sua causalidade do agente. A mesmíssima pessoa em circunstâncias exactamente semelhantes pode, por causalidade do agente, causar coisas diferentes. Segundo a teoria da causalidade do agente, o leitor age livremente quando 1) a sua acção não é causada no sentido comum, mecânico, mas 2) a sua acção é causada por si – por causalidade do agente.”
Theodore Sider, Livre arbítrio e determinismo, (capítulo 6), págs. 153-155.
Nota: Neste blogue pode também ler sobre os argumentos a favor do libertismo (aqui e aqui) e objecções a esta teoria.
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