O cartoon foi tirado daqui.
A democracia é, nas palavras atribuídas a Winston Churchill, “o pior sistema político, com excepção de todos os outros”. A liberdade de expressão é uma das condições para a existência de um regime democrático. Contudo, como se pode verificar nos meios de comunicação social, a fronteira entre a informação e a manipulação nem sempre é clara. Por vezes, as notícias têm o propósito de servir interesses que nada têm a ver com a verdade. Ocultam-se intencionalmente determinados factos ou exploram-se os sentimentos e a ignorância das pessoas em relação a certos assuntos.
O filósofo Stuart Mill considerou que, embora a verdade possa não prevalecer contra o uso da força, “uma opinião é verdadeira, pode ser extinta uma, duas ou até mais vezes, mas no decorrer do tempo haverá geralmente pessoas que a redescubram, até algum dos seus ressurgimentos calhar numa altura em que, devido a circunstâncias favoráveis, escape à perseguição até ter adquirido ímpeto suficiente para aguentar todas as tentativas subsequentes de a suprimir.”
Porém, em democracia, onde pode existir um livre confronto de opiniões, a verdade não deveria prevalecer sobre a mentira mais rapidamente e sem tantos entraves?
5 comentários:
Sobre a escola dos nossos dias
Diz Fernando Savater:
A autoridade dos maiores propõe-se aos menores como uma colaboração que lhes é necessária; mas, em certas ocasiões, terá também de se lhes impor. E é disparatado aplicar estritamente desde o infantário o princípio democrático segundo o qual tudo deve ser decidido entre iguais, porque as crianças não são iguais aos professores no que se refere aos conteúdos educativos. Precisamente para que cheguem mais tarde a ser iguais em conhecimentos e autonomia é que estão a ser educadas. Fonte: O Valor de Educar, o Valor de Instruir (Fundação FMS).
ler mais em: http://www.scribd.com/doc/40544137/Entrevista-Fernando-Savater-Atual-30-10-2010
(não tem muito a ver com este post, mas dava um excelente post, é certo)
Deveria, mas a verdade não é simpática como a mentira.
Um político eleito democraticamente, como José Sócrates, pode ser um profissional da mentira. Se fosse uma ditadura seria mais fácil para ele, mas a democracia não o impede automaticamente de acumular sucessos, pois as pessoas que o podem travar fazem aquilo que ele muitas vezes não faz: respeitar as regras democráticas.
Olá Daniela:
Agradeço a sua sugestão, mas se verificar nalguns posts anteriores a este, verificará que as conferências que referiu foram amplamente publicitadas e citadas neste blogue.
Cumprimentos.
Bípede e Daniela:
Na minha opinião, aquilo que explica a não prevalência da verdade não são factores de natureza emocional. É mais os políticos terem ou não coluna vertebral, isto é princípios éticos sólidos que os levem a pensar no bem comum, a colocarem-se ao serviço do Estado e não servirem-se dele.
Cumprimentos a ambas.
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