Os praticantes da ciência são “capazes de ser tão baixos quanto o resto das pessoas”. Mas “o que é grandioso na ciência — como na democracia — não é o facto de ser feita por pessoas impolutas, mas o facto de ter mecanismos públicos de crítica, por cultivar a liberdade e por não aceitar o peso da autoridade sem o peso do argumento razoável, publicamente discutível. Tal como a diferença entre a democracia e a ditadura não reside no carácter dos governantes — Cavaco Silva, por exemplo, tem o perfil típico de ditadores como o Salazar — mas antes no sistema que não os deixa fazer todo o mal que gostariam de fazer, também na ciência e na filosofia analítica se instituíram sistemas de controle de erros precisamente porque a natureza humana deixa bastas vezes muito a desejar.”
Desidério Murcho, “Façanha matemática” * - http://criticanarede.com/lds_aczel.html
* Sobre o livro: O Último Teorema de Fermat: À descoberta do segredo de um problema matemático secular, de Amir D. Aczel.
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