quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não poder estudar e não querer estudar

Paquistanesa baleada na cabeça por defender direito a estudar

 

 

 

 

 

 

 

A notícia a seguir citada (do jornal Expresso) dá que pensar a todos, em particular àqueles alunos que entendem a escola como um local apenas de convívio, onde aprender e trabalhar é o menos importante.  Encaram as aulas com enfado, revelam desconhecer ideias e informação básica (que era suposto terem adquirido ao longo dos vários anos de escolaridade) e desprezam as matérias das várias disciplinas. Interrogados acerca dos motivos que os levam ainda assim a frequentar a escola, as respostas variam: porque "os pais querem" ou porque "não querem ir trabalhar" ou porque "querem ir para universidade" (pode parecer estranho mas é verdade, quem não gosta de aprender e de ler assume que, apesar desse facto, pretende prosseguir os seus estudos). E quem assim pensa é um número significativo de alunos. Existem também alunos com uma atitude diferente e que prezam o saber, é verdade, mas são uma minoria.

Há pessoas que, infelizmente e ao contrário do que acontece em Portugal, querem estudar e não podem! Tiveram a pouca sorte de serem mulheres e terem nascido num país como o Paquistão, onde os fundamentalistas religiosos atentam contra a vida de raparigas de 14 anos (como a da notícia), cujo principal crime foi o de reivindicar, corajosamente, o seu direito à educação. 

Caros alunos: pensem nisto, na próxima vez que tiverem de fazer um trabalho de casa ou se aborrecerem de morte numa aula...

Ao contrário de vocês, há quem arrisque a vida para aprender. Porque será?

«Os cirurgiões dizem que conseguiram com sucesso retirar, esta madrugada, a bala da cabeça de Malala Yousafazai. A menina paquistanesa de 14 anos ontem alvejada pelos talibans está estável, mas permanece inconsciente e em estado crítico.

A bala não atingiu o cérebro, mas encontrava-se muito próximo da espinal medula.

Malala - a menina que se tornara numa espécie de heroína paquistanesa pela sua coragem em frente aos extremistas, defendendo o seu direito à educação - foi ontem atacada por homens armados quando regressava da escola.

Os homens dirigiram-se ao autocarro escolar, que estava prestes a partir, perguntaram qual das meninas que ali se encontrava era Malala, abrindo de seguida fogo alvejando-a na cabeça e ferindo também outras duas raparigas.

Um porta-voz do Tehreek-i-Talibans do Paquistão declarou entretanto à estação da BBC em Urdu que, mesmo que sobreviva desta, não será poupada. "Apesar de ser nova, ela estava a promover a cultura ocidental", acusou o porta-voz.

A menina que se tornou num alvo a abater para o grupo de fundamentalistas islâmicos, ganhou protagonismo há três anos com um blogue - escrito sob pseudónimo, e associado ao serviço da BBC em Urdu - no qual denunciou as atrocidades levadas a cabo pelos talibans na sua região, no Vale Swat, que chegou a ser dominada por eles, até que a pressão internacional levou o exército paquistanês a intervir em 2009.

No principio deste ano, altura em que os talibans já supostamente não constituiriam uma séria ameaça na região, falou para a televisão, declarando: "Nem que tenha de me sentar no chão da escola, tudo o que quero é a minha educação. E não tenho medo de ninguém".»

Notícia lida AQUI no jornal Expresso.

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