Contra-exemplo
“Um caso particular que refuta uma generalização. Visto que se pode mostrar a falsidade de uma generalização por meio de uma única excepção, argumentar por contra-exemplos é um poderoso instrumento para as pôr em causa, e particularmente eficaz contra as generalizações apressadas.
Por exemplo, se alguém fizesse uma generalização apressada «Todos os médicos escrevem de maneira ilegível», então um único caso de um médico cuja escrita fosse legível refutaria a generalização. Afirmações abrangentes como esta são um convite à procura de contra-exemplos. Analogamente, se alguém declarasse «Nunca houve qualquer mulher cientista digna de nota», então a menção de Marie Curie seria suficiente para refutar a generalização, sem que fosse preciso mencionar outras mulheres cientistas a quem se podia razoavelmente atribuir notoriedade.
Supondo que o contra-exemplo é genuíno, a pessoa cuja generalização foi tão conclusivamente refutada nada pode fazer senão rever ou rejeitar a generalização. Uma forma de revisão consiste simplesmente em (…) mudar o «todos» explícito ou implícito para «alguns» ou «muitos» (…).”
Nigel Warburton, Pensar de A a Z, tradução de Vítor Guerreiro, Ed. Bizâncio, Lisboa, 2012, pág. 95
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