António Mouzinho (que é, salvo erro, professor de Geometria Descritiva) escreveu um interessante texto em defesa dos exames nacionais, no blogue De Rerum Natura. Nele critica algumas ideias erradas (mas infelizmente frequentes) acerca dos exames, nomeadamente que a preparação dos alunos para os exames condiciona negativamente o ensino e é incompatível com o exercício da criatividade e do pensamento crítico.
Dois excertos:
“A única forma de preparar gente para exame, é dar a matéria toda, insistir no que é fundamental (leia-se: estruturante), e insistir na seriedade do estudo e do trabalho dos discentes. E rever, e tornar atrás, e voltar a dar a mesmíssima matéria, para de novo provocar os cérebros a meditar nas mesmas questões, mas numa nova perspetiva: de revisita, de revisão, de redescoberta — tal qual como se conhecem os meandros de uma cidade: a pouco e pouco, mas com muito passeio, muita insistência, até a ter (quase) conquistada, perspetiva a perspetiva, aroma a aroma, restaurante a restaurante.”
“Se um estudante disser que sabia tudo e depois, com os nervos, teve uma branca e foi-se abaixo, uma de duas coisas se passa: o estudante não se preparou (e engana-se ou mente com os dentes todos que tem), ou o estudante tem, de facto, um problema grave de ansiedade paralisante que tem de ser visto por um médico (situação preocupante, que não deve ocorrer apenas em situação de prestação de contas escolares).”
Sem comentários:
Enviar um comentário