“As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.”
John Stuart Mill
Julgo que alguns cartoons, como é o caso deste, podem ser muito interessantes filosoficamente e exemplificar certas ideias ou problemas de uma forma clara, contundente e interpelativa.
Portanto, julgo que além de inteligente e bem humorado este cartoon pode levar-nos a pensar em questões como:
- Se constatamos que os outros não têm uma atitude crítica, a mera constatação deste facto - sem nós próprios termos um pensamento crítico - faz-nos diferentes em quê? Provavelmente, em nada de substancial, a não ser na pretensão de superioridade intelectual.
- Pode acontecer que um indivíduo se veja como detentor de um pensamento original, mas se isso não for tornado público - dado a conhecer e alvo de discussão - isso vale exactamente o quê?
Alguns pseudo-intelectuais não passam da situação retratada no cartoon: ficam-se pelo discurso sobre o que os outros não sabem ou não fazem e esquecem-se de apresentar o que resultou do seu trabalho pessoal.
Olá professores. Queria agradecer o comentário do professor Carlos Pires no meu blogue. Sim, de facto tenho andado a explorar (com a Joana Frederico, a Joana Apolónia e a Daniela Pinto) um bocadinho do que é a cidade de Lisboa. Temos visto muita coisa gira, andado muito e tido muitas aventuras. Ainda não tive oportunidade de seguir o conselho, mas certamente o farei. Quanto ao cartoon...faz me lembrar muito a vida de transportes públicos. As pessoas cá são muito mais "robotizadas" que aí. A Daniela mesmo hoje brincou de como as pessoas pareciam completas Zombies. Não há espaço para nada. Nem para filosofia, sociologia ou qualquer outra coisa. É entrar no metro, correr para apanhar o da próxima linha, correr para apanhar o autocarro e correr para chegar a horas não sei onde...ou então não. Talvez as pessoas estejam a tar exactamente o mesmo pensamento que eu, mas nunca ninguém se fala no metro. As relações são super impessoais, ninguém diz "obrigado", "desculpe", ninguém ajuda a apanhar o saco de uma velhota. Vida das grandes cidades. Eu cá (e mesmo os meus colegas) tentamos fazer uma diferença - não apenas pensando, agindo um pouco também. Eurico Graça
As questões sugeridas pelo cartoon talvez sejam mais metafísicas que sociológicas. Mas claro que é possível interpretá-lo como um retrato da vida nas grandes cidades. O que diz de Lisboa tem muito de verdade. Mas talvez seja incompleto. A impessoalidade que referiu pode significar solidão e indiferença, mas também liberdade. Uma liberdade muito maior que a possível nas aldeias em pequenas cidades. (Faro, aqui entre nós que ninguém nos lê, é uma pequena aldeia.) Verá que se habitua e descobre as vantagens das cidades grandes. Cumprimentos e votos de boa sorte para as Joanas e para a Daniela.
7 comentários:
Vou roubar para o meu facebook. Muito engraçado.
Rolando:
Julgo que alguns cartoons, como é o caso deste, podem ser muito interessantes filosoficamente e exemplificar certas ideias ou problemas de uma forma clara, contundente e interpelativa.
Portanto, julgo que além de inteligente e bem humorado este cartoon pode levar-nos a pensar em questões como:
- Se constatamos que os outros não têm uma atitude crítica, a mera constatação deste facto - sem nós próprios termos um pensamento crítico - faz-nos diferentes em quê?
Provavelmente, em nada de substancial, a não ser na pretensão de superioridade intelectual.
- Pode acontecer que um indivíduo se veja como detentor de um pensamento original, mas se isso não for tornado público - dado a conhecer e alvo de discussão - isso vale exactamente o quê?
Alguns pseudo-intelectuais não passam da situação retratada no cartoon: ficam-se pelo discurso sobre o que os outros não sabem ou não fazem e esquecem-se de apresentar o que resultou do seu trabalho pessoal.
Cumprimentos.
O cartoon seria mais realista se, entre 1 dúzia de pessoas, existissem 2 ou 3 a ter aquele pensamento.
Que engracao, esse comentario deu a sensacao que o Pedro Tordo e um daqueles que esta no desenho
Pedro e Rui:
Porquê? Como justificam ambos as vossas afirmações?
Podemos discutir ideias se apresentarem razões para as defender.
Cumprimentos.
Olá professores. Queria agradecer o comentário do professor Carlos Pires no meu blogue. Sim, de facto tenho andado a explorar (com a Joana Frederico, a Joana Apolónia e a Daniela Pinto) um bocadinho do que é a cidade de Lisboa. Temos visto muita coisa gira, andado muito e tido muitas aventuras. Ainda não tive oportunidade de seguir o conselho, mas certamente o farei.
Quanto ao cartoon...faz me lembrar muito a vida de transportes públicos. As pessoas cá são muito mais "robotizadas" que aí. A Daniela mesmo hoje brincou de como as pessoas pareciam completas Zombies. Não há espaço para nada. Nem para filosofia, sociologia ou qualquer outra coisa. É entrar no metro, correr para apanhar o da próxima linha, correr para apanhar o autocarro e correr para chegar a horas não sei onde...ou então não. Talvez as pessoas estejam a tar exactamente o mesmo pensamento que eu, mas nunca ninguém se fala no metro. As relações são super impessoais, ninguém diz "obrigado", "desculpe", ninguém ajuda a apanhar o saco de uma velhota. Vida das grandes cidades. Eu cá (e mesmo os meus colegas) tentamos fazer uma diferença - não apenas pensando, agindo um pouco também.
Eurico Graça
Eurico:
As questões sugeridas pelo cartoon talvez sejam mais metafísicas que sociológicas.
Mas claro que é possível interpretá-lo como um retrato da vida nas grandes cidades.
O que diz de Lisboa tem muito de verdade. Mas talvez seja incompleto.
A impessoalidade que referiu pode significar solidão e indiferença, mas também liberdade. Uma liberdade muito maior que a possível nas aldeias em pequenas cidades. (Faro, aqui entre nós que ninguém nos lê, é uma pequena aldeia.)
Verá que se habitua e descobre as vantagens das cidades grandes.
Cumprimentos e votos de boa sorte para as Joanas e para a Daniela.
Enviar um comentário