quarta-feira, 25 de maio de 2016

Devem os alunos avaliar os professores? Sim…

Vale a pena ver este vídeo promocional do Instituto Superior Técnico: fala do que é importante fazer no ensino. Mas isso faz-se ao nível do secundário? Como? Que evidências existem para o comprovar?

 

Quem são, do ponto de vista dos alunos, os melhores professores? Que qualidades devem ter? Como é que lecionam as aulas?

Em Portugal, em algumas das melhores universidades, como o Instituto Superior Técnico e a Universidade do Porto, encontra-se implementado um sistema que obriga os alunos a avaliarem o professor, sob pena de não se puderem inscrever.

O Jornal Expresso publicou um artigo, que vale a pena ler: Professores nota 20, onde se enumeram exemplos - de instituições universitárias diferentes - de professores cuja excelência é reconhecida pelos alunos (tal como o mérito académico). Salienta o referido artigo:

«Há professores eloquentes, aborrecidos, cativantes, monocórdicos, fascinantes. Professores que chumbam a torto e a direito. Professores que nunca esquecemos. Por maus motivos e por boas razões. Por serem sumidades nas matérias que ensinam, porque falam de uma forma que nenhum aluno deixa de ouvir, porque simplificam o que é complicado, porque promovem o pensamento crítico, a criatividade e a discussão. São esses os preferidos dos estudantes, aqueles que têm os auditórios cheios e as disciplinas lotadas.

Longe vão os tempos em que o professor era rei e senhor na sala de aula, autoridade inquestionável, mesmo que muito questionáveis fossem os seus métodos de ensino. Os tempos mudaram, os alunos tornaram-se mais exigentes e reivindicativos e ao longo das últimas décadas cada vez mais instituições de ensino superior aplicaram sistemas de avaliação. Aos estudantes passou a pedir-se que se pronunciassem sobre a qualidade das aulas.

No Instituto Superior Técnico, um dos primeiros a querer saber o que diziam os alunos sobre os seus professores, foi desenvolvido o Sistema de Garantia da Qualidade do Processo de Ensino e Aprendizagem (QUC). Todas as disciplinas de licenciaturas, mestrados e doutoramentos são sujeitas a este escrutínio e os estudantes têm de fazer a sua avaliação, sob pena de não se poderem inscrever no semestre seguinte.

Há perguntas sobre a carga de trabalho exigida e sobre os professores. O docente mostrou-se empenhado? Expôs os conteúdos de forma atrativa? Demonstrou interação com os alunos? Neste caso, são os estudantes que dão as notas aos professores. E em cada ano os dois ‘melhores’ são distinguidos com o Prémio IST de Excelência no Ensino…»

É óbvio que na avaliação dos professores não se pode considerar como critério exclusivo a avaliação feita pelos alunos. Têm de existir outras formas de atestar o mérito pedagógico e científico de um docente (igualmente públicas e escrutináveis, é claro). No entanto, parece inegável que a avaliação pelos alunos contribui para melhorar a qualidade do ensino, como mostram os casos do Instituto Superior Técnico e da Universidade do Porto, duas instituições de mérito reconhecido a nível nacional e internacional.

Também é interessante notar, de acordo com o citado artigo, que um dos aspetos mais valorizados pelos alunos é a promoção do espírito crítico e da criatividade.

E no ensino secundário o que é que acontece? Valoriza-se, nas escolas, a qualidade da aprendizagem, a discussão de ideias, o confronto de opiniões entre os professores? E nas aulas promove-se o espirito crítico junto dos alunos?

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