terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O ponto de vista do senso comum sobre a ética é relativista ou objetivista?

«Quando julgamos algo como um bem ou um mal não pensamos que estamos apenas a dar livre expressão às nossas emoções — se fosse essa a nossa vontade, bastava apenas dizer se gostamos disso ou não. Nem nos vemos simplesmente a aplicar os padrões da nossa sociedade — apesar de tudo, sabemos que os padrões da nossa sociedade podem estar errados. Em vez disso, queremos afirmar algo que seja objetivamente verdadeiro, independente dos nossos sentimentos ou dos padrões da nossa sociedade. (...) Pensamos, por exemplo, que a escravatura é uma injustiça e que quem pensa o contrário tem de estar enganado. Mas não é fácil defender este ponto de vista do senso comum.»

James Rachels, “A questão da objetividade em ética”, Crítica - http://criticanarede.com/fil_objectietica.html

James Rachels considera que esta concepção objetivista da ética é “a nossa compreensão comum da ética”, o “ponto de vista do senso comum” que se opõe ao subjetivismo e ao relativismo cultural  (ele tenta defender filosoficamente o objetivismo).

Contudo, pelo que tenho observado ao longo de anos nas aulas, os alunos – antes de estudarem filosofia e alguns até depois – defendem espontaneamente o subjetivismo e o relativismo cultural e resistem ao objetivismo. Aliás, não são só os alunos que parecem pensar assim: o “isso é subjetivo” e o “aquilo é relativo” estão muitas vezes na ponta da língua de muito boa gente. Afinal, o ponto de vista do senso comum sobre a ética é relativista ou objetivista? Como é óbvio, qualquer um desses pontos de vista  pode ser – e tem sido – defendido filosoficamente. Mas qual será o mais próximo do senso comum?

escravatura

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