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«O sofista da Grécia antiga, Protágoras, é visto como a principal fonte do relativismo (…). “O homem é a medida de todas as coisas”, diz. A sua posição é que a verdade o é para alguém. Não existe nenhuma verdade e ponto final. Uma resposta rápida (e correcta) é questionar o status da afirmação de Protágoras – tal como devíamos questionar qualquer afirmação que defenda o relativismo. “Todas as verdades são relativas”. Isso é relativo ou não? Se não for, então é uma auto-refutação, por isso devíamos rejeitá-la. Se for, devíamos responder: “Isso está tudo muito certo, senhor Protágoras, mas porque haveríamos de ter em conta o que diz? Afinal, o senhor está apenas a falar de como as coisas lhe parecem a si, não como elas são”.
O senhor Protágoras bate com os pés e grita: “Mas eu sou o grande Protágoras que pensou nestas coisas e viu…” Aqui hesita – o que tem de dizer para nos influenciar não consegue dizê-lo com consistência, pois tem de dizer que os seus argumentos são melhores do que os dos outros e não é assim apenas relativamente a si. Tem de dizer que viu… ahm… ahm a verdade. Ponto final.»
Peter Cave, Duas vidas valem mais do que uma?, Academia do livro, tradução de Maria A. Campos, Lisboa, 2008, pág. 88-89.
1 comentário:
Bom post! O que acabou de descrever é semelahante ao filósofo que disse: "Todos os cretenses são mentirosos!", nada demais não fosse o próprio cretense.
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